Sala de Música

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Após alguns gelos e de ser confundido como algum aluno estrangeiro, Dexter segue para a aula de música. Dexter havia estudado a vida inteira música. Só de piano, ele já tinha dez anos de experiência. Ele ali não fazia aula, ele auxiliava o professor com as suas aulas. O pai de Dexter havia se arrependido muito de ter investido tanto em música para ele. John imaginava que Dexter seria um amante da música clássica e não ter um desejo absurdo de ser um astro da música pop.
Quando a aula termina, ele manda um sms pra Natalie. A última vez que eles se viram, ela estava tão intensa... se não fosse o pai dela, eles teriam feito... será? Enfim, Dexter enviou um sms pra ela pra dizer que a encontraria mais tarde para irem à festa.
Ele sai da sala de música e vai pra casa.

O professor Carter estava extressado nesse dia, pasou a aula toda gritando com Monique pq ela estava trocando o Do pelo Ré no piano, alem de quase ter desafinado algumas vezes. O que ela poderia fazer se cantar e tocar ao mesmo tempo era quase impossivel para ela? o lado esquerdo e direito do seu cerebro não sabiam interagir juntas muito bem, e alem de tudo isso ainda tinha o fator Brad, ele não saia da cabeça dela.

- Monique, vc esta impossivel hoje, acho melhor a gente acabar por aqui antes que me mate de desgosto.

- Mais professor eu nem fui tãão mal assim... - Falou sinica, ela queria dar o fora daquele lugar o quanto antes, queria encontrar com Brad, e poder ficar junto dele pelo resto do dia.

- Sem mais Srta Manforth, dê o fora daqui. JÁÁÁ!
ele não precisou falar duas vezes, em menos de um minuto Monique ja estava fora da sala. Ela pegou o celular dela e mandou uma msg para Brad.

e ai.. minha aula ja terminou...
vamos sair para algum lugar?

Kisses!
M. Manforth.

Zuko saiu do refeitorio com a mochila e a boneca em mãos, que agora tinha começado a gritar que estava mijanto nas calças. Great. - pensou em voz alta enquanto entrava dentro da sala de música.
Felizmente o ambiente estava vazio, teve tempo de levar a boneca para uma das janelas, a colocando do lado de fora para esvaziar o suco de maçã do almoço na cabeça de algum felizardo.

- Ok, right, o que eu faço com essa coisa agora?

Reparou que a sala tinha armarios para que os alunos de música guardassem seus materiais. Tirou algumas folhas pautadas de dentro de mochila, a enfiando em seguida dentro do armario junto com a boneca.

- Senhorita Linderman, até que enfim resolveu comparecer as atividades!
Katherine sorriu amarelado, completamente embaraçada. Guardou a bolsa no armário e sentou em frente ao piano, acenando discretamente para Jonas.
- Enquanto os outros alunos não chegam, voce poderia tocar aquela linda melodia que aprendeu semestre passado para o novo aluno...ele parece bastante interessado em música, não é Mr. Zuko?
Respirou fundo, encarando as teclas. Havia tempos que não tocava, não conseguia lembrar as notas...tentou lembrar o ritmo, melodia, qualquer coisa, e nun relance seus dedos começaram a vagar por ali, os olhos já fechados. O lugar estava silencioso, dando espaço apenas para a calma e adorável melodia que saia do piano, a garota parecia ter esquecido de tudo, dos problemas, de quem estava ali, das decisões que precisavam ser tomadas. Terminou de tocar, o professor dava palminhas excitadas e gays, ela apenas abaixou a cabeça e ficou ali, encarando as teclas. Estava envergonhada demais para olhar pra Zuko, provavelmente ele teria achado ridiculo.


Música tocada: http://br.youtube.com/watch?v=GWrxs2RDNRU

Depois de um "encontro com Alice" no McDonalds, chegou na aula de
música que já havia começado. Katherine tocava alguma música ainda
desconhecida pra ele. Enquanto o professor batia palmas e viajava no
som, Dexter se encostou na quina da porta de entrada e ficou admirando
a moça tocando as notas de uma música em escala menor que trazia um ar
de melancolia pra ele.
Taí uma coisa que não se vê todo dia...– Pensou.
Ao término da apresentação de Katherine, Dexter já foi se dirigindo ao piano. Ela permanecia ali sentada de cabeça baixa.
Se dirigiu ao piano tendo que ouvir o professor reclamando.
– Atrasado, senhor Morgan! Espero que tenha preparado alguma música como pedi na semana passada pra que tocasse hoje!

– Sim, sim, sim, como não. Sempre cumpro com o que prometo, professor. – Dizia de uma forma como se fizesse descaso da situação. – Hey, Katherine. Lavante-se, é a minha vez. – Ele dá uns tapinhas na madeira maciça do piano. – A propósito, bela apresentação. Foi bastante... excitante! – Esboça aquele sorriso safado na cara.
Resolveu tocar uma música que não saía de sua mente por alguns dias.
– A música se chama Apologize, professor.
[referência da musica: http://br.youtube.com/watch?v=MdOAr_4FJvc&feature=user]
Ao término da música o professor agradeceu a Dexter e à Katherine pelas
demonstrações, e começou a falar sobre harmonia avançada. Dexter havia
sentado próximo a Zuko, e, como se comentasse com ele, dizia em voz baixa após "chupar os beiços":
– Nossa, Katherine tocando piano... não é a coisa mais sexy?

[off: Olha só o ZUKO tocando a música que a Kath tocou!! http://br.youtube.com/watch?v=i0zFBEuC5Ts&feature=related]

Dexter, o babaca havia tomado seu lugar no piano. A garota olhou o relógio CK, já era quase tres horas. Shit!
- Com licença professor, eu tenho um pequeno problema a resolver, então eu realmente preciso ir.
- Quero duas músicas ensaiadas para a próxima aula, Linderman! A sua apresentação no jantar dos diretores é mes que vem...
- Ok.
Ela deu um tchauzinho pra Zuko e deixou a sala com pressa, tinha uma decisão a tomar as 15 horas, no Central Park.

Todo mundo parecia manjar bem de teoria, apesar de não terem mandado nenhuma sonata, quinta ou oitava sinfonia de Beethoven.
Bach, Mozart e Tchaikovsky passaram longe, no lugar entraram Timbaland, Yann Tiersen e em agora uma garota loira mirrada começava a tocar Hey Jude no piano, a tal interminável música de Paul Mccartney com seus milhões de nananana's no final.
Isso era bom, Zuko não manjava de teoria mas conseguia se sair bem na prática, e pelo visto não precisaria se preocupar em virar o Strawinskij em 7 dias. Nada de erudito tinha aparecido, só musiquinhas "assista no youtube e aprenda a tocar em 24 lições".

Dexter se sentou ao lado de Zuko. Parecia vidrado em Katherine enquanto ela deixava a sala, tinha os olhos do Animal do Muppets.

– Nossa, Katherine tocando piano... não é a coisa mais sexy?

Zuko olhou para Dexter meio sem acreditar no comentário "dama de vermelho no piano". De qualquer forma aquilo era bom, Katherine provavelmente teria vários candidatos a pais postiços para o pequeno bebe-anarquia.

- Não tanto quanto estava no meu sofá na ultima semana...

A loira com cara de gollum fã de Beatles tinha terminado, era a vez de Zuko mostrar se sabia fazer alguma coisa descente. Levantou do banco e caminhou até o salão de instrumentos. O acordeon parecia bom, perto dos violinos sem trastos e o piano na verdade parecia ótimo.


- Ok, mister...- o professor afastou o diário do rosto, tentando idenficiar aquele nome gigantesco - Jonas Nicolas Leon...

- Armstrong Rhys Zuko. - ele interrompeu o professor, completando rapidamente a oração do pai nosso. - I know, it's riculous.

- OK. Mostre-me o que você pode fazer. - o professor jogou o diário em cima da mesa, cruzando os braços enquanto o encarava com despreso.

Jonas empunhou a sanfona de caipira, e tentou fazer o melhor que pode, dentro do que sabia.

http://br.youtube.com/watch?v=FI76sKLMkMU

– Não tanto quanto estava no meu sofá na ultima semana...
Zuko se levanta em seguida para dar o seu show com a sanfona – Previsível. Isso fazia Dexter se lembrar da vez que viajou para o sul do Brasil.
Zuko e Katherine? Maybe... Ficou interessado em saber como era, mas seria uma coisa que não perguntaria a alguém que não conhecesse, e também isso era uma coisa que ele gostaria de provar e não imaginar.
Após as apresentações dos trabalhos, a aula estava já ficando chata, um monte de conceitos de teoria que Dexter ja havia aprendido quando criança. Imaginava que harmonia avançadada fosse mais que aquilo. Zuko estava sentado ao lado. Não podia deixar de comentar:
– Good. Bem legal a apresentação com a sanfona. Não sabia que você gostava tanto de música, pensei que seu lance era mais desfilar nas passarelas....

Zuko parou de pintar as malditas minimas e seminimas, claves e desenhos pirados dentro da pauta.
What in the fuck? Parecia que o muleque com cara de Jedi tinha comparecido ao tal desfile de defuntos de mentira. E além de tudo queria dar uma de costinha, fazendo piadinhas a respeito.

- They made me do it. - encarou Dexter no primeiro momento e voltou os olhos para as partituras, continuando a preenche-las. - Pode ter certeza que eu não fui por vontade própria.

Levantou as sobrancelhas com sarcasmo ainda com os olhos nos papéis, aguardando o contra-ataque com sabres de luz.

– Sabe de uma coisa? Acredito em você. Deve ter sido realmente uma tortura ficar no meio daquele monte de modelos de opção sexual duvidosa. – Faz uma cara de sádico.
Ele volta o olhar pro caderno, pintando as figuras de tempo nos devidos compassos, não que prestasse a atenção no que fazia, era quase automático. o Professor continuava a falar sobre harmonia com aquele jeito totalmente gay que algumas vezes irritava.
– Aff... podiam colocar professor mais irritante? – Comenta de voz baixa.

Dentro da sala de música começava a sentir uma leve dor abdominal. Era como se algo apertasse e revirasse a boca do estomago, fazendo com que ele sentisse um cansaço mental junto com tudo aquilo. Teria sido muito rude da parte dele ter dito o que disse?
Fuck off! Aquilo não era problema dele, nunca fora.
Na verdade tinha sido pura babaquice se envolver com toda a história desde o inicio.
A sala estava vazia e não fazia parte da grade dos horários do dia, mas dos horários de vândalo ele não poderia escapar. Até o final daquela semana teria que cumprir com toda aquela historia de musica e limpeza.
Ter a sala só para ele não era ruim, teria um tempo em paz pra fazer o barulho que quisesse sem se preocupar com bixas maníacas que se concentravam de mais em detalhes escrotos.
Avistou um baixo clássico em um dos cantos, holly fuck! Da ultima vez aquela maravilha não estava lá chamando pelo nome dele.
Zuko largou a mochila no chão, colocou os óculos em cima de uma das mesas e abraçou o contra baixo, começando a se sentir um desses músicos de Blues que rodam o instrumento enquanto assoviam.
Aquilo definitivamente iria lhe fazer bem

Após deixar as roupas sujas em um saco de feltro no meio da sala de estar para a lavenderia, Jonas teve tempo de beber um copo de suco e sair correndo de casa, entrando num dos buracos do metrô.
Ao chegar a escola, para o segundo período de aulas do dia, seguiu para o refeitório aonde almoçou um daqueles gigantes pratos de comida, com seus milhares de pudins e caixas de suco.

***

Após a entrada do professor e de todo o seguimento da aula, que, pela primeira vez parecia levar o "erudito" a sério, Zuko tentou prestar atenção ao máximo em todas aquelas malditas bolinhas com pernas escritas no quadro. Iowa estava logo alí, e aquela era a unica forma de garantir uma vaga. No final da aula, o garoto esperou todos os alunos sairem da sala para tirar algumas duvidas com o professor, que disse estar disponivel para qualquer dúvida que ele tivesse.

Minutos depois, já no final da tarde, o garoto deixou a escola.

Era dia de prática para a avaliação final, a essa altura todos já haviam escolhido seus instrumentos e quais peças tocar, menos ele. Decidido em não ter que presenciar mais um ataque histérico por seu "descaso arrogante" ele trouxe uma de suas guitarras a tira colo e deixou sua vergonha na cara em alguma esquina no caminho de casa até a Dalton. Ia ser de improviso, uma boa dose do bom e velho rock’n roll, e ninguém resistiria.

- Ao trabalho, temos peças para retocar hoje, portanto eu passarei inspecionando cada um de vocês na execução de suas escolhas. - depois de uma longa pausa e um olhar um tanto quanto sarcástico - E vamos começar por você Sr. Cartie. Podemos?

- Mas é claro! Mal posso esperar para nos deliciarmos com o prazer que a música nos proporciona! - ele disse fazendo uma imitação debochada do que seria a forma como o professor diria a frase, cheio de acenos e trejeitos afetados; pelo visto os barbitúricos já mandavam sinais. E de uma hora pra outra emendou na execução de Sweet Child O' Mine dos Guns N' Roses enquanto fazia uma imitação barata da voz de Axel Rose e finalizava com um mosh. Era o melhor que ele podia ter feito, pessoalmente essa não era uma banda que ele escutasse, mas certamente seria a que alguém naquela sala teria reconhecido mais facilmente e talvez se empolgado um pouco mais do que realmente aconteceu.

- Perturbador Sr. Cartie, no mínimo perturbador. Passamos um ano inteiro estudando boa música, grandes nomes, verdadeiros Deuses da arte de musicar sentimentos e tudo o que temos de você é descaso, descaso e essa barulheira habitual do rock’n roll. Achei por um momento que poderia ter salvado você desse vale de sofrimento que é a música pop, mas vejo que falhei.

- Dude, eu sei que Guns N' Roses pode ser um verdadeiro sofrimento as vezes, mas considere um pouco mais, Chinese Democracy nunca foi lançado, o senhor tem noção como isso pode ter afetado o processo criativo dos caras; e pelo seu rosto acho que consegui afetar o senhor; música é isso, certo?

- Medo, terror, agonia, sim Vincent, você conseguiu me afetar, até mesmo repulsa eu senti com a sua apresentação - ele respirou fundo e completou - Nós nos vemos em sua apresentação final, e espero que dessa vez você traga o seu trabalho e não uma peça arranjada de última hora, feita nas coxas, como vocês dizem.

- Isso foi um elogio? Porque, nem sempre o que se faz nas coxas é ruim, na verdade muitas coisas feitas por lá. . .

- Já chega Sr. Cartie, nós já terminamos por aqui e não queremos detalhes de sua vida íntima. Próximo!