Clube de Leitura

Background da Professora:

Ms. Casandra McConaughey
A professora de
literatura, uma daquelas solteironas de quarenta e poucos anos que mora
acompanhada de seus quinhentos gatos. Todos os gatos tem nomes de
personagens literários ou escritores, passa horas falando sobre eles,
como se alguém estivesse interessado. Sempre se veste em cores escuras,
é freqüentemente vista usando batas e saias compridas, abusa de colares
bizarros pendurados no pescoço, esta sempre descabelada e tem um forte
cheiro de fumaça. È cheia de crenças estranhas, esta sempre meditando,
fala sobre ‘hare krishna’, cita mantras hindus, invoca as forças da
natureza e muitos acreditavam que ela pratica ‘wicca’. Se refere a ela
mesma na terceira pessoa e muitas vezes fala frases pela metade. È
difícil tira-la do serio, sua voz sempre tem um tom suave, ela parece
estar sempre ‘high’. Seu grande ídolo é Edgar Allan Poe, o conto do
gato preto é lido quase todos os dias em suas aulas.

Depois do almoço, Brad foi para o clube de Leitura...

Estavam lendo um livro bem interessante...mas ele estava desatento...estava pensando em Monique...

do nada seu celular tocou...ele levou um susto..e uma bronca d todos a sua volta..

- desculpa gente....ele tira o celular do bolso e ve q era sms...era d Monique...

nossa..ela pensando em mim na mesma hora q pensei nela......q bizarro...

Ele le a msg dela:

e ai.. minha aula ja terminou...
vamos sair para algum lugar?

Kisses!
M. Manforth.

Ele nao pensa duas vezes...se retira da sala e vai pro corredor..

Ele responde o sms d Monique:

Hey Linda, tou saindo da minha agora,
Me encontre na entrada da escola..
Ja tenho um lugar em mente..
kisses

e vai pra frente da escola encontrar com ela..

Donnie comeu alguma coisa e correu para o “Clube de Leitura”. Ao chegar lá se deparou com Ms. McConaughey sentada no chão com as pernas cruzadas como um índio. Estava meditando, dizendo frases estranhas repetitivamente com os olhos fechados.
- Ms. McConaughey? – interrompeu o garoto entrando na sala
A professora abriu os olhos, olhou fixamente para Donnie e se levantou. Foi até ele e começou a rodea-lo.
- Estou vendo sua aura – disse ela apoiando sua mão fria no rosto de Donnie – ela é negra! - ela continuava o analisando - Você esta cheio de vibrações negativas! Precisa coloca-las para fora! LET GO! – ela gritava erguendo os braços - Vamos querido, repita com a Casandra – ela segurou a cabeça de Donnie com as duas mãos e fechou os olhos - OOOM YAMANTAKA HUM PHAT
Donnie ficou parado sem reação olhando para a hippie alucinada com desprezo, os outros alunos assistiam a cena segurando a risada. Aquela mulher era louca, com certeza aquele cheiro forte vindo de seu cabelo era de maconha
- VAMOS! REPITA! – disse ela chaqualhando a cabeça de Donnie
- OM ...YAMANTAKA... HUM... PHAT – ele repetiu em um tom de deboche
- YOU GOTTA SAY IT WITH YOUR SOUL! OOOM YAMANTAKA HUM PHAT
- OOOM YAMANTAKA HUM PHAT – ele repetiu mais uma vez
- Great, great! Amanhã Casandra lhe trará um chá epecial para ajuda-lo, pode se sentar.
Ele se sentou, imaginava que chá seria esse, provavelmente seria feito de cogumelos

Naquele dia Casandra recitou um conto, O corvo (the raven) de Edgar Allan Poe. Ela o recitava encenando com emoção. Gritava, corria pela sala, subia em cima dos moveis, pulava... SUCH A FREAK! Mas sabia prender a atenção dos alunos. Todos olhavam admirados, sem abrir a boca ou se distrair com futilidades.
- never more – ela encerrou o conto lentamente, diminuindo o tom de sua voz e abaixando a cabeça
A classe permaneceu em silencio por alguns minuto, então Ms. McConaughey encerrou passando uma atividade para a próxima aula. Ela iria realizar um sarau, aonde cada aluno recitaria um poema de sua escolha.

Alice entrou atrasada, carregava o bebe em uma das mãos, e na boca da boneca uma batata frita enfiada, a impedindo de chorar.
Sentou-se nas primeira carteiras, a professora nem havia percebido sua presença, ainda bem, ela parecia completamente lunática e compenetrada em sua leitura. Prestou atenção na aula toda, fazendo algumas anotações e reparando que o loiro imbecil também estava ali, o ignorando totalmente, juntamente com a piadinha dos outros sobre ela. Com o fim da aula, ela anotou o homework, guardou suas coisas, pegou o bebe e saiu, sendo uma das primeiras a deixar a sala.

Brad estava no clube de Leitura com Audrey, a boneca bebê. Sam estava tendo aula de esgrima, então ele ficou cuidando dela.
Depois de um ataque histerico de Audrey nos corredores antes dele entrar na sala, ela agora estava calma..parecia estar dormindo.

A professora Casandra recitou um conto interessante, “O corvo” de Edgar Allan Poe.

Ela era maluca e hippie, mas sabia como atrair a atenção dos alunos nas aulas dela.

Durante a quase encenação da professora, o celular de Brad vibrou, e ele o ignorou totalmente. Ele nao conseguia deixar de prestar a atenção em Casandra.

A professora encerra a leituram, passa um trabalho e a aula acaba.

Antes de Brad sair, ele lê a sms de Monique:

Brad! Sua aula ja terminou? estou indo para casa.
me liga mais tarde!
Kisses!

M. Manforth


Ele responde atrasado:

Sweety, acabou agora.
Alex ja deve estar me esperando.
Eu te ligo te pegar.
Nao se esqueça da nossa party na suite!!!=)
Cya soon
Kisses =**

Ele guarda o celular no bolso da calça, e vai patio encontrar com Alex.

Alice estava cansada. As aulas foram exaustivas e ela não tiveram tempo de almoçar, devido a inscrição para as matérias avançadas. Descobrira também que era obrigada a fazer Ed. Fisica, já que não praticava nenhum esporte, claro, seria realmente agradável subir em cordas e jogar bola com aquele tipo espotivo dela. Abriu o caderno, lembrando que havia esquecido totalmente de seu texto favorito em casa, um trecho do livro Orgulho e Preconceito, mas bem, ela já sabia de cor e caso a professora pedisse que falasse seu único problema seria a timidez.
- Boa tarde queridos - ela entrou na sala, aquele cheiro estranho, os cabelos desgrenhados, o ar de lunática - espero que todos tenham feito seus deveres...hoje vamos ter uma agradável aula nos gramados, essa sala de aula reprende nossa imaginação e afugenta nossas almas...
Alice soltou um resmungo baixo. Great, tudo que ela precisava era ser observada pelo resto da escola em plena aula ao ar livre, com a grama pinicando suas pernas e congelando com o vento de outono. Os alunos começaram a se levantar e seguirem a professora, e revirando os olhos, elas pegou seu material e seguiu a matilha.

Ela desceu do taxi afobada e com pressa, tentando bolar uma desculpa para a professora nova, alguns fios de cabelo grudavam na testa, e o iPod estava tocando Lisa Loeb - She's Falling Apart. A musica era meio tragica, mas combinava com seu estado.
Foi procurar pelo mapa de salas e em seguida se dirigiu a sala reservada para o Clube de Leitura, a turma não estava ali.
Um grupo de pessoas estava no final do corredor que dava para o patio externo.
- Licensa, você sabe aonde o Club de Leitura está? - Perguntou Juliet, recebendo um sinal afirmativo com a cabeça como resposta
- Omg é a Juliet Swell, do sex tape !
- Que vadia, olha como essa saia é curta !
Ela podia sentir as pessoas olhando para ela, desde o começo sabia que seria assim, era melhor esfriar a cabeça e não ouvir, colocouos fones de ouvido de novo e apertou play, caminhando junto com as outras pessoas.

Ele não estava atrasado, não dessa vez, e por isso pode escolher um lugar discreto para poder ficar afastado da zona de perigo, cheiro de gato e cuspes entusiasmados durante uma explicação acalorada sobre a poética dos textos de Edgar Allan Poe não eram bem vindos depois do almoço. De qualquer forma, essa era uma das matérias mais fáceis de se levar, nada de fórmulas mirabolantes ou então teoremas gigantescos de algum grego maluco. Na lousa a seguinte inscrição: “Tell Tale Heart – 1843”, nada de mais, pensou, apenas mais uma leitura e ele se mandava dali.

- Sejam todos muito bem vindos a mais essa sessão oferecida pelo nosso tão estimado clube de leitura, hoje como vocês poderão ler na lousa falaremos sobre um conto de 1843 de Edgar Allan Poe, querido Edgar, mas antes de mais nada gostraria de extrair de vocês algumas idealizações íntimas sobre o amor, paixão, atração, traição talvez. . .

Aquelas palavras nunca pareceram tão broxantes pra ele, como agora, sendo faladas pela boca de uma solteirona ‘hare krishna’ de meia idade, talvez por isso não estivesse mais prestando atenção, já estava a muito encarando, meio sem importância, uma ilustração perturbadora de um dos contos de Allan Poe, essa seria mais uma longa tarde confinado na Dalton School.