Sala do 3º ano

Eles entraram no segundo tempo na sala não tão cheia do terceiro ano. Sam avistou duas novatas. Ok, difícil seria para as duas chegarem em metade do que Sam e as outras garotas já eram na Dalton. Lembrando de outras garotas, Sam pensou ter ouvido falar que Natalie estava de volta. Nessa horas Sam odiava sua memória, mas provavelmente veria Natalie nos corredores ou em algum lugar. Ela se sentou ao lado de Alex e pela primeira vez em dias, prestou atenção em toda a aula e viva Yale por arquitetar estes milagres. Ela notou Alex a observando durante grande tempo da aula, mas ele já devia ter desistido sobre tentar entender a quase figura nerd sentada ao seu lado. Até porque ela nunca seria uma figura tão sem graça e estilo.
Sam pensou que já que Natalie estava de volta, estava na hora da soiree sair do papel e se tornar o super evento que ela e Rachel idealizaram.
O sinal do almoço tocou. Os alunos foram saindo apressadamente. Sam virou para Alex e perguntou:
- Almoço fora?

A aula do professor Edmond Porter, de matematica, estava um tedio só, e Alex nao consegui se consentrar. Ele nunca gostara de matematica.
Alex, Sam e Brad estavam sentados nessa mesma ordem.
ele vira para o lado e ve Sam prestando muita atenção na explicação do professor no quadro.

nunca vi Sam prestar tanta atenção numa aula antes. Por que isso agora do nada?? Whatever,..até como uma nerd ela é linda...

Ele deixa Sam prestando atenção e tenta entender alguma coisa do que estava copiado no seu caderno.

Apos as tentativas fracassadas de entender a materia do dia, o sinal bater para o horario do almoço, e os 3 se levantarem para sairem, Brad se despede para encontrar com Monique, e sobra Sam e Alex.
Ela vira pra ele e pergunta:
- Almoço fora?

Alex pensa um pouco, olha para Jake, o boneco irritante, e responde:
-só se for para pegar um lanche no MacDonald’s e comer no Central Park..quero evitar ao maximo ser visto com essa coisa..
Alex saculeja o boneco, fazendo-o chorar.Sam logo pega Jake e acalma ele e diz:
-Alexander, eu nao quero ter filhos com voce...voce vai ficar tratando eles assim!

Ela sai andando rapido e Alex vai atras e gritando:
-Hey girl, mas ainda é cedo para pensar nisso!! Nao me deixe apavoradooo mais do que ja estoouuu!!

Finalmente aquela atividade maldita havia acabado. Havia feito o relatório na madrugada, não havia conseguido dormir devido a um certo SMS. Apesar de ter renovado o visual dois dias antes, Katherine tinha uma péssima aparência, parecia acabada, as olheiras mostravam-se através da camada de maquiagem, a postura era depressiativa. Sentou-se em um lugar afastado e abriu o caderno.
Merda. O aborto já havia sido decidido, não queria uma criança em sua vida agora, um boneco de plástico já foi suficientemente ruim para provar isso. Respirou fundo, apoiando o queixo em uma mão, enquanto a outra rabiscava coisas sem sentido no caderno. A sala estava vazia, era realmente cedo, as cortinas estavam abertas, mas não havia muita luz, o que deixava a garota na penumbra.
Lembrou-se na última reportagem vista sobre aborto, era algo realmente agressivo, tanto para a mãe quanto para o feto, era uma coisa bruta, talvez sem necssidade. Ela podia ter o bebê e doar...mas seria tão injusto, já que ela tinha dinheiro e condições de criar uma criança, talvez não tivesse apenas coragem. Rasgou a folha com violência e fez uma bolinha, jogando no lixo que estava próximo, errando o alvo.
Sentiu-se sozinha, mais do que de costume. Antes ignorar a solidão era fácil, nada que uma festa não resolvesse, nada que uma noite bem aproveitada não afastasse. Mas agora as coisas eram diferentes, não podia sair por ai e colocar seu melhor vestido, beber o quanto quisesse e dormir com o primeiro que lhe desse vontade. Rasgou mais uma folha e quando foi jogá-la a luz acendeu-se, fazendo ela semicerrar os olhos.
Um garoto familiar a encarava, parecia meio sonolento. Qual era o nome dele mesmo? Dizzie?
- Hey, can you turn off the lights, please?

Percorre os corredores com aquela cara de quem caiu da cama. Era o dia da entrega do relatório do trabalho sobre “como torturar alunos por uma semana”. Ele pensou em por esse nome, mas resolveu fazer um relatório organizado, pois aquela chata da Alice ia dar um piti se ele zoasse com o trabalho. Afinal Dexter era mais do que isso, sempre teve uma inteligência invejável e agora aquela doida veria que ele não era aquele riquinho sem cérebro – não que ele tivesse que provar alguma coisa, mas se sentiria bem melhor se mostrasse a ela que não são só os nerds que tem essa aptidão intelectual.
As pálpebras dele ainda estavam pesadas. Procurava tirar aqueles “farelos de cheetos dos olhos”, mas ainda assim o sono o estava derrubando. Tanto sono até que entrou na sala do 3º ano por engano. Afinal eram todas iguais mesmo.
As mesas são posicionadas lado a lado tomando a forma de um retângulo. Senta-se ao lado de um defunto, quase literalmente, mas bastou alguns segundos para perceber que era Katherine que levanta a cabeça, olha pra Dexter – cruzes! – não era a melhor de suas expressões.
– Hey, can you turn off the lights, please?
[Oi, será que dá pra você apagar a luz, por favor?]
– Katherine, você está bem? – Olhando assim de perto, com essa cara de sono, ela parecia a Vandinha da família Adams – Ou a noite foi braba?

- A noite não foi boa, obrigada e não, eu não estou bem. Eu por acaso tenho cara de quem está bem? Será que dá pra você apagar a merda da luz?!
Ele expressa quase que um sorriso surpreso com a resposta. Realmente ela tinha uma facilidade imensa de mudar repentinamente de humor.
– Katherine, sei que você deve estar sonhando conosco num quarto de hotel, mas infelizmente estamos numa sala de aula, não tem como apagar a luz, a aula já vai começar.
- Vai? I don't think so... - ela se levantou, apagou a luz e fechou a porta com tudo, voltando e jogando-se na cadeira - caso você não tenha percebido faltam 30 minutos pro sinal tocar. E a propósito, você é da minha sala?

Trinta minutos?
– Sala errada? Bem que estranhei vê-la aqui. As salas são todas iguais.
Ele anda até a janela, que normalmente estava fechada por causa do aquecedor, e fecha as persianas, já que ela queria escuridão. Anda até onde Katherine estava sentada, apóia-se com as duas mãos sobre o encosto da cadeira dela.
– Sabe Katherine, sempre chego atrasado ou em cima do horário. Mas estranhamente hoje eu chego trinta minutos mais cedo, entro na sala do terceiro ano por engano...
Ele sutilmente põe as mãos sobre os ombros dela fazendo uma básica massagem nas zonas de tensão.
–... De repente estamos nós dois aqui sozinhos, numa sala escura e fechada com trinta minutos de sobra.
Ele se inclina pra falar mais próximo ao ouvido dela.
– Sempre achei que deveríamos nos conhecer melhor, mas isso demoraria demais. Tenho algo em mente que não demoraria cinco minutos...

- Tá vendo? - ela empurra as mãos dele com violência para longe de seu ombro - por isso que eu sempre tento ignorar tipos como você. Sempre tão confiantes de si, achando que tem o mundo na barriga...achando que só porque tem boa aparência, usam roupinhas de marca e tem dinheiro todas e qualquer garota deve abrir as perninhas...e eu estou de saco cheio de garotos como você. Então se for pra você ficar aqui tentando dar uma de malandro pra cima de mim, sinto decepcioná-lo, mas você não é meu tipo. Não sou eu que estou na sala errada!

Ele se senta na cadeira ao lado dela bruscamente. Ele já havia perdido as contas de quantas vezes tinha perdido a oportunidade de ser ignorante com ela. Pensando melhor até que ela tinha certa razão, mas o orgulho não o permitiria assumir isso.
– Ah... I'm so sorry miss K! Sinto por eu não ser um dos garotos babacas que ficam se masturbando no banheiro pensando em como seria bom sexo com você, ou que enviam bilhetinhos e ficam babando enquanto você passeia pelos corredores. Me diz quando você deu uma chance pra um cara feio, pobre e inseguro? Acho que você nem conhece a si mesma...Você vive por aí se mostrando uma garota tão imponente, contudo deve ser tão insegura quanto qualquer um.
Ela estava boquiaberta. Quem ele pensava que era pra falar com ela daquele jeito?
- Uau, você realmente não sabe nada sobre mim. Então provavelmente essa imagem que reluz na sua cabeça sobre a minha pessoa que fez você vir achando que conseguiria alguma coisa...olha, as calouras que te amam devem estar chegando agora mesmo, porque você não vai tentar um pouco de diversão com elas? Como eu já disse, não sou eu que estou na sala errada.
Ela abaixou a cabeça, a apoiando nas mãos, respirando fundo.

Que previsível: Os primeiros cinco minutos de conversa racional entre Katherine e Dexter se torna numa briga. Ele chegou a pensar se K e A eram parentes...distantes.
– humpf! Qualé Katherine... Ao menos seja sincera contigo uma vez: quem é você?
– Gooosh, quem você pensa que é? - ela estava realmente irritada - Meu analista? Escuta, eu já tenho problemas demais pra resolver, coisas demais para pensar. Porque você não se manda?
Por alguns segundos Dexter se manteve em silêncio apenas contemplando, serenamente, toda aquela irritação de Kath, proveniente talvez pelo simples fato dele estar ali. Apesar de parecer tão confiante, ele já sabia que não conseguiria nada com ela, she hates him since ever, anyway try never is too much. Tirando isso, ela estava ali sozinha "in the dark". Isso deprimiu até mesmo ele.
– Ok. Truce. Onde estão os seus amigos?
Ele não a deixaria em paz, então ela desistiu. Talvez se conversasse dois minutos ele percebesse que a garota realmente não estava afim de conversar. Era o que ela pensava.
– I don't know. Onde estão os seus?
Ele olha pra baixo fazendo um bico. Isso é que dá dar trela...
– Ok, dois a zero. You won. Veja agora você, não desce do trono mesmo, né? Whatever...
Levantou-se, abriu as persianas e acendeu a luz.
– Ao menos estude.
Ao abrir a porta alguns alunos já começaram a entrar. Ele sai em seguida.

Tradução “she hates him since ever, anyway try never is too much”
Ela o odeia desde sempre, mas de qualquer forma tentar nunca é demais.

Ótimo,quando ele finalmente resolve a deixar em paz, a aula começa. Odiava matemática, e isso a obrigou prestar atenção, já que era a matéria em que suas notas eram péssimas.
O tempo estava lerdo, como se alguém estivesse atrsando o relógio do sinal ou algo do tipo. Ela já desviara sua atenção da aula e voltava para seus rabisco no final do caderno, enquanto divagava sobre sua situação...e dando um pulo da cadeira quando o sinal finalmente deu o ar de sua graça, ela arrumou as coisas e foi diretamente para o refeitório, estava faminta.

A primeira aula era de Geografia. Sam fingia prestar atenção emquanto lembrava do momento em que leu a notícia do rompimento de Justin e Rachel. “Justin e Rachel o que? Não pode ser, mas eles estavam tão bem. Merda! O Justin deve estar se sentindo um lixo. Ei para tudo.” Sam se espantou com o fato de pensar primeiro em Justin e não em Rachel. Seria porque os dias em Londres a faziam lembrar dos dias deles em LA? Será que por pensar nele quase toda vez que algum mauricinho mandado pelo pai entrava na sala de reuniões? “Samantha, eu ordeno que a srta pare com isso! Agora você deve pensar em Rachel, só nela! Ela sim está mau!” Isso a fez se sentir uma criança. Era óbvio que ela queria dar uma animada na vida de Rachel! E nada melhor do que um dia como aquele, festa de comemoração do tipo do Dalton! E se desse tudo certo, a história do filme iria logo acabar. Será que tudo voltaria a ser como era no UES? Isso a lembrava de Alex. Ele estava bem sumido, mas quem se importava? Era o momento de reencontrar amigas, fazer inveja para aqueles que nunca iriam ficar com ela e curtir muito!

Sarah acordou atrasada, como sempre. Vestiu a saia xadrez e a blusa de manga comprida o mais rápido que pode e apenas enfiou a gravata pela cabeça. Passou feito um furacão pela casa e saiu andando o mais rápido que as botas gucci permitiam.
Chegou na escola um pouco ofegante e foi direto para a sala de aula. Graças a deus a primeira aula de hoje era geografia e a professora era besta o suficiente para deixar os alunos entrarem atrasados. Ela pediu desculpas para a professora e se sentou no primeiro lugar vago a sua frente.
Deu uma rápida olhada pela sala e não encontrou nenhum sinal de Natha ou Victoria. “Onde será que esses dois se meteram?” pensou enquanto mordia a ponta do lápis.