Sala do 4º ano

A sala do quarto ano era esquisitona, não existiam carteiras enfileiradas, e sim uma mesa escrota que parecia mesa de reunião em escritorio, tipo essas quando todos os acionistas se reunem para fechar novos negocios. Pendurou a mochila na cadeira, tirando de dentro um caderno e uma caneta, avistou Donnie com a cabeça baixa dormindo na mesa, não era uma má idéia fazer aquilo, mas aquele era o primeiro dia de aula na escola nova, teria que fazer um esforço. Puxou os oculos de nerd que ele usava apenas em ocasiões escrotas como aquela. As aulas começaram, a primeira, a segunda, a terceira, parecia que o tempo ali dentro era eterno até que finalmente a porra do sinal do intervalo tocou, e junto com ele algo dentro das calças começou a vibrar.

Hey Johnny boy
apareça na biblioteca,
xs,
K.

Ele levantou as sobrancelhas e olhou para a porta, que estava aglomerada de imbecis querendo sair ao mesmo tempo, agarrou a alça da mochila com uma das mãos e atropelou as pessoas caminhando agora em direção a biblioteca.

Após um final de semana nos trazendo a vitória dos Tigers de 3x0 sobre os Crows, escândalos de patricinhas e revelações de alunos “modelos” – Literalmente falando – Agora é a vez dos professores surtarem.
O professor de ética e filosofia, resolveu passar um trabalhinho para ocupar a mente dos nossos alunos da Dalton School.
O professor escolherá duplas, um menino e uma menina, para trabalharem juntos nisso. Caso não sobrem numero certo de meninos e meninas, poderá ser escolhida dupla de mesmo sexo. Será dado a eles uma bonequinha, que fala, chora, diz que está com fome e faz xixi, e cada casal terá que tomar conta dessa boneca por uma semana como se fosse seu filho, ou filha. No final da semana, o professor quer um relatório que constem o nome do bebê e o que cada um fez contribuindo na assistência dele. A idéia é criar senso de responsabilidade nos alunos e a integração dos alunos mais antigos com os mais novos, mostrando que à vista da escola, todos os alunos são iguais, em direitos e deveres – o que na prática sabemos que não é assim.
Antes de mais nada, quero dizer que as duplas foram formadas pensando nos membros que mais postam, senão ninguém vai conseguir jogar visto que fica na dependência de outro jogador.
Segue a lista das duplas abaixo:

Katherine Linderman 3º ano – Jonas Armstrong Zuko 4º ano.

Dexter Morgan 2º ano – Alice Wellers 2º ano.

Nathan Scoth 3º ano – Rachel Van Buren 2º ano.

Donnie O’Flaherty 4º ano – Justin Wentworth 2º ano.

Sarah Jane Marvel 3º ano – David Bolton 2º ano.

Samantha Madison 3º ano – Bradleigh Woodruff 3º ano.

Monique Manforth 2º ano – Alexander Woodruff 3º ano.

Anne Townsed 2º ano – Diogo Iranovichk 2º ano.

Sophie Danrée 1º ano – Leanne Thompson.

Britney Momsem – Philip Smith.

Dean Perkins – Jannifer Prince .

Annye Delacroix – Peaches Quad.

Victoria Fowl – Brendan Fehr.

OBS: Se eu esqueci alguém, me avisem por MP, ok?

Enjoy!

Zuko entrou na sala de aula, o professor falava qualquer coisa em voz alta quando o garoto surgiu na porta o interrompendo. Mr. Dicker apenas olhou para Jonas por de trás dos oculos de armação grossa com um pequeno despreso, voltando a falar com a sala, ignorando completamente a presença do aluno .
Ótimo, aquilo significava que ele poderia entrar e participar da aula.

Pegou os óculos que ele chamava de "nerd-cool" dentro da mochila, os colocou no rosto e começou a tentar prestar atenção no sermão do professor. Economia doméstica, bebês...certo, era sobre aquilo que Katherine tinha falado a 15 minutos atrás. Os bebês bizarros de borracha estavam em cima da mesa do professor. Não acreditava que teria de carregar aquela boneca semi humana pra cima e pra baixo por uma semana.
Será que se arrancasse as pilhas, ou se deixasse aquela coisa chorar pra sempre o bebê da matel morria pra sempre? Era uma boa alternativa.

Terminada a explicação, Dicker começou com aquela chatissima aula de quimica sobre balanceamentos e equações..quimica,eletroquimica,molecular,notação cientifica...blablabla.

Zuko não conseguia parar de pensar na tal atividade com o bebe. Life was a bitch, huh? Brincar de padrasto - primo de segundo grau por uma semana soava um tanto quando ironico.

Entrou na sala empurrando a porta com o pé e com as mãos apoiadas na alça da mochila. A classe estava em silencio, o professor parou de falar e olhou para ele com desprezo:
- Esta atrasado novamente Sr. O’Flaherty.
- Bla, bla... whatever – disse ele puxando uma cadeira e se sentando
Não entendia porque tinha que ter aulas de ética e filosofia na escola, era uma puta perda de tempo. Cada dia aquele professor babaca arrumava algo mais idiota para fazer, já tinham assistido aquele filme idiota do garoto doente que era chamado de 'monstrinho' umas cinco vezes. Dessa vez o lunatico estava passando um trabalho, algo bizarro envolvendo bonecas que agem como um bebe de verdade, será que aquela coisa cagava também? Seu parceiro para brincar de casinha era um tal de Justin do 2º ano. OOH GREAT! Se realmente há um ser superior que controla a vida dos pobres mortais na terra esse cara realmente esta de sacanagem com ele. [off: hmm senti uma indireta]

A noite anterior tinha sido uma loucura. Alem da semana turbulenta cheia de bebês barulhentos que pedem comida em três linguas diferentes, a madrugada de quinta tinha sido uma merda. Foram horas em frente a uma tela branca, tentando descrever as sensações e momentos bizarros em ser pai de uma criança de mentira.
Passava longe de ser agradável ou de uma experiencia que tivesse realmente valido a pena para relembrar no futuro.
Quando se imaginava cuidando de bebês sempre via a cena de rescem nascidos perdidos pela casa, atras do sofá ou dentro da geladeira...sem contar que fazer aquele trabalho com Katherine tinha sido a ultima de todas as coisas pela qual ele poderia pedir. E talvez, ela mesma tivesse percebido isso, ou não.
A questão é que toda aquela história de baby on the way com Donnie ainda não era muito clara, e de uma vez por todas, ele tinha que parar de se envolver com toda essa história, para de pensar em como seriam as coisas, quando nada daquilo tinha nada a ver com ele.
Colou os óculos no rosto e abriu a mochila, tirando de dentro dela uma pasta-arquivo com o relatório dentro.
Caminhou até a mesa do professor aonde deixou a tarefa, junto com a de outros alunos que faziam o mesmo.
Voltou para a carteira e sentou-se, mais uma daquelas malditas aulas de química avançada iria começar.

Mais uma vez acordou com o barulho de obras em casa, dessa vez tinha começado as 6 da manhã. Foi para a escola a base de café, com cara de merda o olhos caidos. Sua camisa estava amaçada, a gravata afrouxada e o cabelo mais desarrumado que o normal. Entrou na sala chutando a porta como de costume. Se jogou em uma cadeira e deitou em cima da mesa apoiando a cabeça na mochila. Estava com sono, de mal humor e nem um pouco afim de assistir a aula. O professor Sutherland entrou na sala, lançou um olhar reprovador, mas não fez nada. Sabia que não iria adiantar nada iniciar um sermão, Donnie ja era um caso perdido. Passou a aula toda dormindo enquanto o professor dava suas aulas chatas sobre a independencia dos Estados Unidos. Achava ridiculo o fato dos americanos so ensinarem a propria historia e não se interessava nem um pouco naquela merda toda de Thomas Jefferson.

Havia pedalado até lá e descoberto que essa seria a primeira e última vez que faria isso. Deixou a bicicleta amarrada no portão traseiro da escola e foi conversar com o diretor, acertar horários, salário e método de ensino. Depois da conversar foi orientado até a sala pela simpática secretária. Suas mãos suavam, as pernas bambeavam, estava completamente nervoso.
- Good morning - ele tentou abrir um sorriso para a sala em silêncio. Os alunos eram estranhos, pareciam totalmente ensonados e as alunas o olhavam e riam - I'm Matthew Giddens...you can call me Matt...sou o novo professor de matemática.
O risinho fofoqueiro das meninas aumentou, fazendo ele pigarrear nervosamente. El quebrava o giz nas mãos em pedacinhos, sujando o chão e a própria calça. Na tentativa de limpá-la, a sujou mais, dando uma risada nervosa para si.
- Alguém pode me dizer onde ele parou?
- Página 54, números imaginários - o nerd da frente respondeu, mostrando o livro pra ele.
- Obrigado...Mr?
- Julio Habermas.
- Seu pai também gosta de sociologia?
- Não, é neto do Habermas mesmo.
- Interessante, então, vamos a aula.


Conseguira ministrar toda o conteúdo corretamente, sentindo-se mais animado e tranquilo . Com o sinal batendo, recolheu seu material e deixou a sala, rumando para as demais aulas.

Era como um Deja Vu inconveniente, tudo estava exatamente como sempre foi, nenhuma mudança significativa, nem mesmo as ressacas dele eram novidade em sua rotina escolar, ele não era do tipo carreira, carpe diem sempre foi um lema, e isso ele sabia bem.

Entrou pela milésima vez por aquela porta e tratou de sentar em um lugar longe de exposição, o professor já explicava sobre uma tal de guerra da secessão, mas era tarde demais para tentar desenvolver qualquer tipo de raciocínio, ele já tinha perdido o começo da explicação, justificava a si mesmo, não queria pensar, ainda nem eram 11:00 pm.

Repassando o que faria quando se visse livre daquele uniforme careta demais ele se via louco por um trago, implorando por qualquer coisa fora do normal para variar naquele tédio todo; ele se distraia com umas garotas bobas na rua que se insinuavam pra ele e no meio de tudo isso ele lembrou que não via K a algum tempo agora.

- Sr. Cartie, o senhor poderia nos dar a honra da sua presença?
- Sr. Cartie?

- O Senhor dizia que a guerra da secessão causou mais mortes de estadunidenses do que a Guerra Civil Americana!
- Exato Sr Cartie, exato, é muito bom tê-lo de volta nesta classe Vincent, muito bom. . .

- Tanto faz!