Butter Restaurant

415 Lafayette St, New York, NY 10003

Localizado na movimentada rua de Lafayette no SoHo, Butter é um restaurante inspirado no estilo francês, com teto cheio de arcos que dão a impressão de ser o interior de uma caverna, e também uma temática de floresta com uma fotografia panorâmica de uma floresta real ao fundo do salão principal. Suas paredes e o chão são todos revestidos de madeira que contrasta com a musica lounge que toca no salão. Há varias áreas, como salas privadas de jantar, a galeria principal, bar e toalhetes.
O estilo da culinária do restaurante é a New American, com um menu refinado.
Veja e seja visto, beba e se divirta-se no Butter.

Spoiler:

E depois de passar um dia um tanto nervosa, tensa com tudo, a garota recebia uma ligação da tia que dizia que elas sairiam pela noite e que a garota usasse uma bela roupa pois iriam para um restaurante que ela adorava para poderem descontrair um pouco. A garota somente concordou com o convite, sairiam às 18:30 pois ela tinha reservado uma mesa para às 19. Suspirou depois de desligar o telefone e passou o resto do dia fazendo coisas superficiais até que finalmente deu a hora de se arrumar. Tomou um banho longo, se arrumou e então ficou esperando a chegada da tia que aparecia exatamente às 18:30 e avisava que ela descesse. A garota foi deixando o apartamento e então quando passou pelo saguão do prédio atraiu alguns olhares por usar um vestido preto de alças finas de de tecido leve, que chegava até a metade das coxas, e uma faixa cinza que ficava amarrada logo abaixo dos seios. Usava sandálias pretas de salto com as tiras trançando na canela além de usar uma maquiagem leve. Ia deixando o prédio e via o homem que já abria a porta de trás de um carro luxuoso, entrando no mesmo e se sentando ao lado da tia, recebendo um beijo na face que a fazia sorrir.

- Está linda Kell! - A mulher dizia com um sorriso perolado, vestindo um terninho feminino preto impecável e um coque alto prendendo os cabelos negros. - Espero que goste do local, se chama Butter Restaurant, a comida é maravilhosa e o ambiente muito agradável.
- Obrigada tia, também está linda. - Ela dizia logo depois da mulher e ia concordando com a cabeça enquanto ela falava do ambiente. - Será maravilhoso então tia.

Enquanto elas conversavam o motorista ia arrancando com o carro em direção ao restaurante enquanto as duas conversavam no banco de trás, a garota ia aos poucos esquecendo dos problemas e somente relaxando, aproveitando a noite que teria com a tia e que de certo seria ótima. As duas conversavam até que finalmente o carro ia diminuindo a velocidade até parar em frente ao restaurante. O motorista deixava o veículo e abria a porta traseira, ajudando as duas mulheres a sairem e logo elas iam adentrando ao local, ele estacionaria o carro e esperaria até que elas jantassem para buscá-las. Elas iam adentrando ao local e logo o mètri as parava, aquela elegância característica.

- Boa noite madames, a reserva está em nome de quem?
- Littrell. Margareth Littrell. - A tia da garota ia respondendo e logo ele encontrava o nome dela no livro de reservas.
- Por favor madames, este rapaz as acompanhará a mesa de vocês.

Um jovem se aproximava delas e então ia guiando elas pelo restaurante, seguindo em direção a área do mesmo que era reservada. Durante o trajeto a garota passava os olhos pelo local, era um ambiente belíssimo, inspirador e extremamente tranquilo. Elas seguiam e quando chegavam a mesa que lhes era destinada o rapaz puxava a cadeira a cada uma, deixando que elas se acomodassem para depois trazer o menu a cada uma delas que iam passando os olhos pelo mesmo, escolhendo a entrada, o prato principal, bebidas, tudo que cabia naquele momento.

Há aqueles que fazem do passado um livro que costumam ler para não se esquecer do que já aconteceu. Há outros, que procuram encarar o passado como uma página já lida e apenas isso. E há outros, que simplesmente sentem a vontade de rasgar as páginas antigas, quiemar e jogar as cinzas fora com o propósito de apagá-lo. Uma pena não ser dessa forma. Uma pena, o passado não ser um livro em que você pode fazer o que bem entender com ele. Apesar do passado não ser nada mais e nada menos do que apenas lembranças que habitam o seu subconsciente... O passado é algo vivo, que jamais poderia ser modificado... Já imaginou se alguém tivesse o poder de invadir sua mente e descobrir todos os seus podres?

Reflection

A água gelada caía sobre o corpo do jovem. Terrence lembrava uma criança assustada. Sentado, nu, embaixo da ducha, apenas deixando que a água despencasse sobre o seu corpo. Estava envolvido pelos seus próprios braços. Quieto. Os olhos focados em algum ponto imaginário. Os dedos já estavam enrugados. Há quantoshoras que o rapaz estava naquela mesma posição, debaixo daquela água gelada? Absorto em pensamentos, talvez. Ou então, esperava que aquela água limpasse o seu corpo, alma e espírito, escorrendo e levando consigo o seu passado manchado.

Andava nu pelo o seu apartamento. Não tinha empregados, não no momento. Tinha uma privacidade imensa, para fazer o que bem quiser. Sem precisar ouvir um "Sim" ou "Não", a permissão dos mais ou qualquer outra coisa que pudesse limitar suas atitudes. Era livre para agir da forma que quisesse, e assim ele sempre o fez. Foi até o quarto e buscou pelo o celular, discou alguns números. Era uma ligação para os seus pais. Voltara para Manhattan e nem sequer os malditos o ver. Uma bela família unida, hun?

- Alô, Marianne, se não estiver ocupada estarei no Butter Restaurant. - Terrence já não possuía mais o costume de tratar Marianne por "mãe", aquilo era inconcebível na mente juvenil do moreno.
- Já está em Manhattan? Hm. Se der, irei aparecer. Chamarei o seu pai também, está bom assim? Vou desligar agora, estou ocuapada. - ã mãe foi direta e seca, nada além.

Terrence não se importou. Também não deveria ficar surpreso ou chateado. Seus pais nunca tinham tempo para ele, e fariam de tudo para estar ocupado o suficiente para não lhe dar atenção. Era assim, Terrence era o filho que não deveria ter vindo ao mundo, ao menos era dessa forma que ele pensava. Ele procurou se vestir adequadamente. Envergava um roupa social e que lhe dava uma ótima aparência e a babar por fazer, alimentava a idéia de um jovem de muitas experiências vividas além de dar um charme a mais. Chamou um táxi e pediu para que fosse para o Butter Restaurant. Ele iria da mesma forma, mesmo não tendo a certeza que seus pais estariam lá ou chegariam a aparecer. Uma sensação de receio lhe fez ponderar se havia feito o certo. Mas ao entrar no restaurante, deixando que o ambiente o envolvesse. Era um recinto calmo e aconchegante, música ambiente agradável e pessoas bonitas. No momento, pensou que precisava daquilo. Passou na recepção; Lancaster's havia crédito ali e uma mesa, por mais que estivesse lotado o lugar, haveria. O rapaz indicou uma em um bom lugar, e Terrence foi traçando com os olhos a pequena rota que deveria fazer para chegar na mesa que lhe foi reservada. Foi enquanto passeava com os seus olhos que viu Margareth Littrell, uma velha conhecida da família, não evitou e observou uma jovem e belíssima garota. Sua filha? O moreno ergueu uma sobrancelha, estranhando. Jamais imaginou que Margareth tivesse uma filha. Se fosse isso, por onde que a menina andou escondida esse tempo todo? O canto da boca foi salientando até formar um meio sorrisso. Terrence não perderia a chance de descobrir isso, por nada. O moreno cobriu rapidamente a distância entre eles, aproximando-se sorrateiramente feito um gato.

- Boa noite, Margareth. - a voz do rapaz soou cavalheira e harmoniosa. Depositou no rosto da mulher um beijo calmo e inocente, como faria um bom garoto. - Há tempos que não a vejo, e continua linda como sempre! - abriu um sorriso pequeno, apenas de lábios. Em seguida, voltou-se para Kelly, fazendo um pequeno meneio com o rosto em um cumprimento discreto e silencioso.

As duas permaneciam um bom tempo olhando o menu, haviam todos os tipos de coisas deliciosas ali. A garota passava os olhos rapidamente e logo ia baixando o menu, o repousando sobre a mesa e vendo a mulher que a acompanhava fazendo o mesmo. O garçom, que não estava muito distante, entendia o sinal e ia diretamente em direção a mesa delas, falavando com uma voz grave e extremamente agradável. Primeiro a mulher e depois a garota diziam o que desejavam enquanto ele fazia as anotações e se retirava para finalmente pedir que os pratos fossem preparados. As duas se olhavam com aqueles sorrisos largos que ambas possuíam.

- E então querida, está gostando de Manhattan? - Margareth se preocupava com a garota, o fato dela ficar quase todos os dias em casa não parecia bom.
- Sim tia! - Ela dizia com um sorriso agora mais discreto. - Estou adorando. A cidade é linda, cheia de coisas para se fazer.
- Kell... - O tom da mulher agora parecia mais preocupado. - Você tem passado o dia todo em casa, isso não lhe faz bem! Tem que sair, conhecer outras pessoas!

A garota ia argumentar mas logo as duas ouviam a voz do rapaz e as atenções se voltavam a ele. Margareth ficava com o ar de animação ao ver o jovem ali, fazia algum tempo que ela não via o rapaz e agora parecia estar tão bem quanto antes.

- Boa noite Terrence. - Ela deixava que o rapaz se aproximasse e ao receber o beijo o correspondeu deixando um beijo delicado a face do garoto. - Faz algum tempo mesmo mas os seus galanteios não mudaram. - A mulher conhecia bem o quanto ele era educado e galanteador. - Não gostaria de se juntar a nós? - Ela dizia logo depois de o ver cumprimentando a sobrinha.
- Meus galanteios? Não, não. Sou sincero em minhas palavras, digo apenas a verdade. Você não concordaria comigo?... - criou uma pausa, abrindo um sorriso enquanto direcionava o seu olhar para Kelly, esperava que a menina concordasse. - Bom, enquanto os meus pais não chegarem, ficarei sentado sozinho na mesa... - aceitou com um jeito dissimulado, meio envergonhado. Puxou a cadeira próxima Kelly, sentando-se. - E então, como vão as senhoritas?
- Claro... claro que concordo. Ele tem razão tia, é belíssima. - A garota concordava com o que o rapaz havia dito, sem ainda o mirar diretamente, somente olhando de um jeito meio desconfiado, com o canto dos olhos. O convite era feito e ela via o rapaz se sentando ao seu lado, não dizia nada no instante, deixando que a tia agora tomasse as rédeas do assunto.
- Estamos ótimas Terrence querido. E desculpa minha distração. Essa é minha sobrinha Kelly, ela se mudou para minha casa para estudar em Dalton. - Terrence ter chegado era simplesmente ótimo para os planos da mulher de tirar a sobrinha de casa e fazer amizades.
- Escutou, Margareth? E aposto, que não é somente eu e essa moça que achamos você belíssima. É de encantar os olhos de qualquer homem, bem sabe disso, hun? - piscou com um dos olhos para Kelly, quando a mesma respondia concordando e em seguida o sorriso bem mais ensaiado que sabia. Terrence endireitou-se na cadeira. Suspendeu as sobrancelhas ao ouvir a tia de Kelly comentar que era sua sobrinha. Assentiu num movimento lento, demonstrando que compreendia. - Kelly, então? Prazer, senhorita Kelly, Terrence Lancaster. Hm, Dalton? É um ótimo colégio. - Terrence estendeu a mão direta em direção a ela, aguardando que ela a apanhasse para um cumprimento.
- Prazer em conhecê-lo. - A garota emendava e logo estendia a mão em direção a do rapaz, segurando com tanta delicadeza que parecia mais querer soltar a mão dele em breve, a verdade era que não estava muito relaxada com a presença do jovem ali. - É, ouvi dizer que é um ótimo colégio sim.
Terrence sentiu o toque suave quando Kelly correspondia ao aperto de mão. Sutilmente, aproximou a sua boca da costas da mão da garota, deixando sobre aquela pele macia e morna, um beijo gentil, soltando logo após. - Ouviu dizer? Eu confirmo, é excelente, estudo lá e posso garantir isso. - por fim, o sorriso surgiu por entre os lábios, discreto.

A garota ficou um tanto sem jeito quando ele segurou sua mão e beijou daquela forma, esquivando ela da mão do rapaz rapidamente e então ia vendo o garçom se aproximando com o jantar delas. Margareth o convidava para se juntar a elas durante o jantar, queria que o rapaz ficasse mais tempo ali e estava visível, já a garota queria que ele não aceitasse e que novamente elas pudessem ficar a sós. Caso ele aceitasse o convite, jantariam sem trocar muitas palavras, apreciar a comida era o melhor a se fazer não?

Aceitou mais um convite feito pela mulher. Afinal, não sabia se seus pais realmente iriam comparecer; e ficar sozinho numa mesa não agradava nenhum pouco o rapaz. Aproveitou a vinda do rapaz que trazia o jantar delas, e fez um pedido de um prato light, não sentia tanta fome assim no momento. Terrence observou cuidadosamente cada reação que Kelly fazia ao corresponder uma ação sua. A garota era uma verdadeira beleza rara. Tinha lábios sedutores, que parecem estar convidando para se deliciar. Possuía traços que encantam. Terrence fitava discretamente, notando cada detalhe que lhe chamava atenção em uma mulher. Imaginou por alguns segundos qual seria o naipe dela? Romântica? Tímida de desejos reprimidos? Ou um felino, um predador disfarçado na pele de ovelha? Qualquer que fosse, Terrence pouco se importava, no fim estaria nua na cama, gemendo e pedindo para que ele não parasse. Qual seria a diferença, então? Ele alimentava aquelas idéias, tentando adivinhar qual seria o jeitinho daquela morena. Pensou em algo romântico, um filme, onde ela seria a mocinha e ele o mocinho, os dois juntos numa praia deserta, aos beijos e carícias inocentes. Blergh! Nem a Virgem Santa gostaria que fosse assim com ela. Kelly deveria fazer o gênero da menininha querida da titia, mas por trás, deveria estar sempre disposta a uma boa e prolongada transa. Para que Terrence descobrisse, ele deveria arriscar. Um jogo rápido viria a calhar, quem sabe ele não dava logo de cara a cartada certa? All right, que inicie o jogo então. O garoto tinha um sorriso charmoso nos lábios, charmoso e ao mesmo tempo misterioso, como se tivesse algo para revelar e precisasse antes criar um suspense, e sim, ele tinha algo para dizer e faria aquilo naquele exato instante. Seus olhos estavam voltados para Kelly, e vez o outra olhava de soslaio para ver se a Magareth estava ocupada enchendo a barriga dela com a comida.

- Hm. Estarei dando uma festa daqui alguns dias. Já que chegou faz pouco tempo em Manhattan, por que você não vai? Estará os meus amigos do Dalton, uma boa para você ir conhecendo o pessoal que terá que ver todo o santo dia. - com uma tímidez completamente falsa, Terrence puxava papo com a garota. - Ah, e a temática que escolhi, foi algo bem parecido com os filmes de máfia. - deu uma risadinha baixa e rápida, a fim de criar a ilusão de que estava tendo trabalho para quebrar o gelo e criar uma conversa.

Ia terminando de comer quando então Terrence começava a falar com ela, a garota agora o olhando mais diretamente. - Ahm... uma festa? É... pode ser. - Ela olhou a tia no mesmo instante e ela parecia se empolgar com o convite do rapaz mais do que a garota. Enquanto ele ia falando a garota ia absorvendo as informações, deixando as mãos agora sobre as coxas, demonstrando uma certa timidez. - É... pode ser. Seria legal. - Ela forçava um sorriso de canto, o rapaz tentava ser legal, ela podia tentar o mesmo.

Captou a empolgação que a tia de Kelly demonstrava enquanto a menina o respondia, tímida e incerta. - É, uma festa, algo tranquilo para o meu retorno em Manhattan. Reunir os amigos, uma boa música e bastante diversão. Está aí uma boa oportunidade para ela fazer amizades, não acha Magareth? - lançou um olhar rápido para a mulher e um sorriso vitoriso ele exibiu disfarçado. Certamente, com toda aquela empolgação que Magareth demonstrava, ela permitiria a ida da sobrinha na festa. Acompanhou com os olhos as mãos de Kelly que sumiam, e iam se esconder nas coxas. - Então, Kelly... Posso contar desde já com a sua presença?

Quando Terrence continuava, a garota parecia tentar se manter calada para manter a dúvida mas ele dava a jogada certeira que era a tia da garota. - Eu concordo plenamente Terrence, acho mesmo que a Kelly tem que sair de casa e seria ótimo para ela fazer novas amizades. E além do que, estando com você eu fico bem tranquila. - a mulher sorria.

- Bom... creio que sim... sei lá. - A garota dizia ainda de forma incerta mas era óbvio que iria pois sua tia não a deixaria em paz mais depois daquele convite, o que a fez dar um suspiro meio pesaroso, discretamente.

Lancaster assumia outra vez um jeito mais observador, não perdendo nenhum detalhe do que Kelly fazia a cada atitude sua. Ele sabia que Magareth o apoiaria completamente, e já via ali uma jogada feita. Terrence sorriu para a mulher, um sorriso cúmplice e em seguida olhou para a morena, oferecendo o mesmo sorriso a ela. - Irá gostar, tenho certeza. E, Magareth, não se preocupe, cuidarei bem de sua sobrinha. Estará em segurança sob os meus cuidados. - deu uma piscada charmosa e ao mesmo tempo travessa, como um jovem faria ao estar entusiasmado. - Magareth, desculpe se vou parecer um tanto quanto ousado, mas gostaria de saber se permitiria que sua sobrinha me acompanhasse em um passeio... É claro, se ela não ver nenhum problema nisso.

O rapaz era um bom jogador, ela sabia disso, tinha lidado com rapazes como ele durante muito tempo e o problema era que agora ela tinha a sua responsável contra ela para fugir. Se o rapaz era bom ela não sabia, mas dava pra ver que ele era esperto o bastante para conseguir o que queria. Ouvia o que ele dizia e tinha que se conter para não parecer grosseira e logo o rapaz fazia aquele convite e ela parecia ficar sem jeito. - Tia, melhor não, ainda não estou completamente bem da minha enxaqueca...

A mulher olhava a jovem e depois o rapaz, a sobrinha não estava bem desde o dia anterior. - Verdade Terrence, ela não está bem, mas que tal amanhã? Seria bom, poderiam sair sem problema algum. - O detalhe? Margareth que ia combinando o encontro. - Não seria bom se fosse amanhã Kell?

- É... amanhã... seria melhor. - O tom de voz não era nada animado naquele momento e ela esperava que o rapaz notasse isso naquele instante. - Tia, podemos ir? Estou me sentindo mal.

- Claro querida. Terrence, amanhã então você pode passear com ela, algum problema? - Dizia com aquele sorriso cativante que possuía.

Terrence era um tremenda filha da puta, nunca estava disposto a perder uma garota que poderia lhe render bons momentos de prazer. Certo, não havia conseguido um passeio para aquele momento, mas com a resposta da tia, tinha sua chance ainda. Ótimo. Sendo outra dia, teria até a oportunidade de escolher o lugar para onde eles iriam. Kelly era nova em Manhattan, então, o que escolhesse estaria perfeito. Dramaticamente a expressão mudou para algo preocupante quando Magareth comentou de que Kelly não estava se sentindo bem. Tsc, a desculpa mais barata porém, a que sempre funciona. Seria idiotice ele insistir num passeio naquele instante, sorte dele era que a tia estava bem animada em empurrar Kelly por Manhattan afora, e o melhor, na companhia de Terrence Lancaster. Ele meneou positivamente o rosto, ouvindo e compreendendo tudo o que elas diziam. - Claro, Magareth. Creio que amanhã será um dia até melhor, já que está meio tarde e ela reclama de mau-estar. - direcionou com extrema educação suas palavras a mulher. - Bom, está combinado então. Espero que goste de caminhar, Kelly, conheço um lugar muito bonito por aqui. - disse enquanto foi se levantando da cadeira, para fazer o seu fiel papel de cavalheiro, que era espontâneo. - Acompanho vocês até a saída.

Eles "combinavam" o passeio no dia seguinte e então finalmente a garota e a tia iriam embora. A mulher chamava o garçom e então deixava o dinheiro do jantar, obviamente não deixando que o rapaz pagasse pois ele praticamente lhe fazia um favor em tirar a sobrinha de casa. As duas se levantavam e só o que passava na mente de Kelly era que o rapaz esquecesse esse bendito passeio, que nem tinha hora para ocorrer, e a deixasse ficar tranquilamente no apartamento como ela desejava. O garoto se levantava para seguir com elas e lá iam os três pelo restaurante, deixando a área privativa em direção a saída do local. O mètri desejava boa noite a eles e mal elas pisavam fora do restaurante e o motorista aparecia, de prontidão, abrindo a porta traseira do carro para elas. A mulher entrava primeiro, sorrindo ao jovem.

- Boa noite Terrence, sua companhia hoje foi maravilhosa, como de costume.

Ela ia se acomodando e então a garota somente fazia um aceno com a cabeça ao rapaz e sibilava um "Boa noite" não querendo despedidas com beijos e nada disso, adentrando o carro e então se acomodando. O motorista agora fechava a porta e ia seguindo em passos rápidos em direção a porta do motorista, entrava no veículo e se acomodava para que então saissem dali. Dentro do carro a garota ficava somente olhando pela janela de forma distraída quando a tia lhe falava.

- Fico feliz que sairá amanhã com um rapaz como Terrence, ele é um amor de pessoa, tenho certeza de que serão bons amigos. - Não escondia sua animação de forma alguma enquanto seguiam.
- É... será ótimo mesmo.

A garota respondia meio distante e seguia calada até o apartamento, pensativa.

A mente já começava um processo de criar um pequeno plano. Primeiro, dar certeza a Magareth que suas intenções com a sua sobrinha era apenas amigáveis. E pelo visto, já estava feito. Ele compreendia agora as horas que perdeu ouvindo aquela velhota falar um punhado de asneiras sobre suas empresas. Todas aquelas horas desperdiçadas, lhe rendeu a confiança. Ao menos, serviu para algo. Segundo, era conquistar a sobrinha. Apesar da garota se mostrar retraída... Ah, depois de uma boa dose de tequila, toda aquele disfarce de mocinha desmancharia, simples assim. Terceiro, que seria conseqüência, Terrence fazendo de Kelly a cadelinha que no fundo deveria ser de verdade. Treparia com aquela garota até que seu corpo não suportasse mais, caindo de exaustão pelas longas, longas, longas horas de sexo selvagem. Kelly não se livraria tão cedo de Terrence, bom, a não ser que ela cedesse de uma vez o que ele tanto estava a fim de... Comer.
Acompanhou as duas até a saída. Ele agradeceu todo cortez, desejando uma boa noite a Magareth e a Kelly. Ficou postado, parado, com as mãos enfiadas nos bolsos da calça, enquanto via o carro se enfiar entre o trânsito.

- Aí está algo que será divertido. Big-T, acho que gostará da notícia... Quero uma aposta: levo quantos dias para traçar essa cadela? - falou para si mesmo observando o carro ir se distanciando ainda mais. O sorriso cretino cresceu rápida entre os lábios. De um dos bolsos tirou a carteira de Marlboro, o acendendo com o isqueiro e dando o primeiro trago. Iria para casa agora. Foda-se se os pais deles não apareceram, foi até melhor. Chamou um táxi, dormiria com aquele sorriso cretino nos lábios, tendo certaza que dessa vez não teria um pesadelo para o atormentar.

A conversa dentro do carro fluía bem. Michael adorava música e conversar sobre aquilo era o que tinha de melhor. A garota podia notar que o ele era um tanto eclético, o único requisito que realmente importava era que o som fosse de qualidade. Iam fazendo a brincadeira sobre que bandas eram boas ou não, enquanto estavam no trânsito caótico da Nova York na semana de natal.
E a garota não lhe dava pista alguma de onde iriam, por mais que o garoto tentasse, quando finalmente paravam em frente ao Butter, o rapaz ficava um tanto surpreso. Já imaginava que não iam para um fast food, mas não tinha pensado que seria aquilo tudo.
Essa era uma das razões por contemplar distraído o lugar. Escutava o que a moça dizia e já ia sugerir a irem a outro lugar quando Katherine resolvia o problema da mesa. E apesar do desconforto que sentia, o garoto mantinha o sorriso.

- Ei, Katherine... - O rapaz começava, mas a loira chegava momentos depois para os guiar até a mesa e ele se silenciava. Puxava, em um gesto cavalheiro, a cadeira para ela se sentar e após se sentar na frente dela e a maitrê sair, ele olhava a garota por algum tempo, voltando a falar o que começara.

- Esse não é exaaatamente o lugar que costumo frequentar... e bom... - Levava a mão até a nuca, um tanto sem jeito, e quem não ficaria em uma situação como aquela? Após um suspiro para criar coragem para falar, prosseguia. - Tem certeza que não prefere um hot dog caprichado e uma volta pela cidade? Quero dizer... a cidade está uma loucura, sempre dá pra encontrar algo que valha a pena se ver por aí. - Terminava de falar encolhendo os ombros. Estava escrito na testa dele que estava desconfortável ali, afinal de contas, tinha chamado a garota para almoçar, logo, era ele quem deveria pagar e ele tinha plena consciêcia que não teria condição alguma de pagar por aquilo, esse era o motivo de tentar convencer Katherine a comerem qualquer outra coisa em outro lugar.

- Ok - ela o encarou, erguendo uma sombracelha - e o que você sugere?
Ele encolhia os ombros. - Qualquer coisa menos suntuosa. O que me diz de comida chinesa, hum?
Uma idéia surgiu na cabeça da garota, a fazendo levantar de repente e o puxar pela mão. Passaram pelas mesas, e Kath acenou paara a magrela que os havia atendido. Enquanto o motorista trazia o carro, ela se virou para Mike.
- Minha casa ou a sua?

Se erguia junto com a garota e se permitia ser guiado pela mão. Já sentia um alívio por não ter que almoçarem ali. Também acenava para a mulher que os havia atendido e ia para fora com Katherine, era quando escutava o que ela perguntava e erguia a sobrancelha, abrindo um sorriso no canto dos lábios, naquele misto de maroto e malicioso.
- Bom, acho melhor a sua. A não ser que queira conhecer os meus irmãos pentelhos. - Aguardava pelo manobrista aparecer com o carro, mas só entrava após a garota.

Ela ligou e saiu, parando logo em seguida no primeiro sinal. Ligou o som novamente e o encarou.
- Na minha casa não dá, meus avós tipo me odeiam, então nós vamos para a minha bat-caverna - deu uma risadinha boba da prórpia piadinha sem graça e acelerou, seguindo para seu quarto no Palace.