A viajem tinha sido massante. Suas costas doíam, seus pés estavam dormentes e seu estômago roncava. Acabava de chegar de um paraíso como Bermudas para um clima pré-inverno de NY. Mas ele sentia saudade desse ar, desse clima, das luzes à noite, dos fast-foods e de toda gordura que as lanchonetes ofereciam.
A única coisa que tinha trazido consigo era uma mochila com algumas roupas, algum dinheiro americano e um maço de carmel. Precisava de um lugar pra ficar e porquê não pedir ajuda a uns amigos da cidade?
Foi até um telefone público, puxou algumas moedas do bolso e discou o primeiro número que veio em sua mente.
– Residência dos Morgans. — Disse a voz rouca do outro lado da linha.
– Por favor, gostaria de falar com Dexter Morgan. Diz a ele que é o Tony.
– Sinto muito senhor, mas ele não mora mais aqui.
– Não? E o senhor John Morgan está? Posso falar com ele?
– Só um minuto.
Empregada metida a besta!
Ele aguarda apreensivo mesmo sabendo que John se lembraria na certa dele. Sua mãe fora muito amiga dele antes de morrer. Uma boa ação pelos velhos tempos não mataria ninguém.
– Alô, Tony? Anthony Foster?
– Sim, senhor John! Procuro por Dexter, mas parece que ele não mora mais aí, né?
– Não, ele está agora no NY Palace, no 2011. Por que não passa lá? Ele vai gostar de revê-lo.
– Pode deixar senhor Morgan. Já estou indo pra lá. Mas não diga nada pra estragar a surpresa hein!
– Nem que eu quisesse. Ele deve estar dormindo depois de ontem no Victrola.
– Ok, tenho que ir agora senhor Morgan — Sem delongas! — tchau.
Ele desliga o telefone. Precisava pegar um ônibus até a cidade e tinha que baixar em algum canto logo, não aguentava mais o cansaço. Ele se guia pelas inúmeras placas digitais do aeroporto até chegar numa saída onde tinha alguns ônibus. Entrando num dos ônibus que ia pra cidade, logo procura um assento vazio onde se ajeita utilizando sua mochila como travesseiro e se entregando ao sono.