marquee Night Club

Por que diabos aquele homem tinha que aparecer? A única coisa para que serviu, foi atrapalhar, porque obviamente naquele estado ele não poderia servir para mais nada.

- É bom ouvir que está tudo bem. – disse ela já se animando novamente, não deixaria que um bêbado acabasse com sua noite, que ainda teria muita dança e alguns drinks pela frente.

- Beber? Ótima idéia. – respondeu ela sorrindo para o garoto, que já passava a mão em tordo da cintura dela e a guiando até o balcão. Foram conversando algo meio sem importância, em pouquíssimas palavras. Logo fizeram os pedidos, Mike se contentou com uma água, enquanto Natalie se deliciava com o seu tão sonhado Martini, bebida na qual não se via sem.

- Olha, devo confessar que estou curtindo pra caramba com você.

Ouvir aquelas palavras saírem por entre os lábios doces de Mike a fizeram sorrir, era bom que estavam se curtindo, os dois pareciam precisar daquilo. Foi aí que surgiu mais um beijo, a mão posicionada no joelho, foi logo subindo, e deslizando com sutileza para a parte interna. Os beijos naquele momento, estavam calmos, até o momento em que ela sentiu a certa localização da mão do garoto.
Ela se assustou, e logo se afastou do beijo e retirou a mão dele, e com uma risada meio sem graça, desaprovando aquele avanço, voltou-se para o balcão, e ficou remexendo a azeitona que estava no seu drink.

Não era difícil de perceber que Mike havia ficado meio sem ação, já que havia sido cortado totalmente, e com razão, já que antes eles tinham toda a liberdade juntos e agora não apresentavam nenhuma, pelo menos não com aquela intensidade toda. Ela estava desconfortável, depois de toda aquela quebra de clima.

Michael parecia se embalar com aquele beijo. Bom, garotas e garotos eram mesmo diferentes, enquanto ele se empolgava um bocado com a possível briga, a garota parecia perder um pouco do clima desejoso que havia se instalado entre eles. Péssimo para Michael, que foi com muita sede ao pote e acabou parado pela garota. Ele deixava que ela lhe afastasse a mão sem problema, assim como os lábios se desprendiam do dele. O garoto bebia direto da garrafa de vidro esverdeada, sentindo a água e as bolinhas fazendo cócegas na garganta e o acalmando um pouco. Fechava os olhos e ao abrí-los, a garota ainda brincava com a azeitona dentro do copo. Pagava o barman pelas bebidas e fitava a garota, com aquele ar divertido e cordial de sempre. Não podia simplesmente deixar que o clima entre eles ficasse daquele modo. E era por isso que após terminar a água e ela também o fizesse com o martini, que ele puxava a garota pela mão, com aquele sorriso simpático preso nos lábios.

- Vem, vamos dançar um pouco mais. A música que está tocando lá embaixo é ótima. - O garoto já ia comentando enquanto ainda a trazia pela mão. Não iriam deixar aquilo estragar uma noite que tinha tudo para ser divertida, certo? Ele procurava por um lugar bom para dançarem na pista e seguia até lá com a garota. Não era nada apressado, esperava que a música mais uma vez os envolvesse para que o clima entre eles fosse restaurado. Ou pelo menos parte do clima. Ele esperava a música aquecer primeiro os corpos para só então voltar a tocá-la. Com muito cuidado dessa vez, para não assustá-la. Era como se estivessem recomeçando e o garoto sabia fazer aquilo direitinho até. Após algum tempo os lábios finalmente voltavam a encontrar o sabor da pele da garota. Iniciava novamente por próximo da orelha e descia devagar, explorando com suavidade a maciez e textura da pele dela, até atingir novamente os lábios dela e envolver naquele beijo suave e cálido.

A mão de Terrence tocava a coxa de Rachel naquele momento..ela poderia delicadamente retira-la dali, mas ele não parecia ter más intenções, e ela simplesmente colocou sua mão sobre a dele.

- ... Hã? Ah, sim, sim... França... Aquilo é passado, Rachel, deixe França pra lá. Também, não existe muita coisa interessante que aconteceu enquanto estive lá. - Terrence tentou mudar de assunto, tomou alguns goles da bebida, e diz:
- Ainda se lembra naquela tarde onde fugimos do colégio e resolvemos caminhar até não aguentar mais só para poder curtirmos o pôr-do-sol longe de tudo...?

Ao o rapaz mencionar a aquele tal acontecimento, Rachel parou por alguns minutos, ela estava tendo um flash com as cenas daquela tarde agradável...Terrence tentou convencer Rach de varias maneiras a matar aula, foi uma tarefa difícil já que ela nunca fora de aprontar nada, mas no final ela cedeu, e eles saíram andando através do Central Park e atravessaram a ilha de Manhattan toda até irem parar no Battery Park no Lower Manhattan, e lá ficaram vendo o por do sol no Hudson River...mais romântico impossível.

- é claro que lembro..foi muito divertido. inesquecível..- sorri para ele e toma um gola da sua bebida.
Ao ela terminar de falar, Terrence se aproxima dela mirando seus lábios, e quando estava prestes a beija-la, Rachel desvia o olhar para uma confusão que acontecia perto do bar, e assim vê Natalie no meio da tal confusão.
- Natalie?! Terrence, minha amiga está ali! – ela aponta para a garota do outro lado do salão – Vamos lá!
Terrence não gostou daquilo, ele queria ficar as sós com Rachel e continuar da onde pararam, mas Rachel queria saber o que estaria acontecendo com Natalie. Quando Rach se levanta puxando Terrence consigo, Natalie e seu acompanhante descem, talvez eles estavam de saída, e ela não queria deixar a amiga ir embora sem conversarem.

Natalie estava sumindo da vista de Rachel e acelera os passos para alcança-la. Quando chegamos no primeiro andar, Natalie e o garoto que estava com ela, foram para a pista de dança e começaram a dançar e se agarrar.

- Sua amiga parece estar se divertindo com aquele rapaz...eu conheço ele. – disse Terrence ao olhar melhor para o carinha com Natalie.

-Entao vamos ate eles. – falou Rachel se aproximando da amiga.

-Natalie! Você disse que não vinha! – chega Rachel já interrogando a amiga – e que historia é essa de se mudar?!

Mike não poderia ter tido uma idéia melhor, se ele realmente queria o clima de um tempo atrás novamente, certamente foi pelo caminho certo. Segurou uma das mãos da garota, e foi a puxando para a pista de dança. Natalie adorava dançar, e tudo parecia festa quando se estava dançando. Os dois se mexiam conforme a música, e não demorou muito e estavam se beijando novamente. Dessa vez, não havia nenhuma imagem de um bêbado qualquer martelando na cabeça da garota, ela apenas sentia aquele prazer, que estava sendo lhe proporcionado. Envolviam-se novamente, com aqueles beijos cálidos, suspirando e gemendo de prazer.
Aquele momento parecia único, e sem dúvidas era um dos melhores, podiam ficar com essa sintonia sempre que estivessem juntos. Era o momento em que se esqueciam de onde estavam, queria apenas aproveitar, e se possível sem interrupções, o que parecia impossível, já que foram novamente interrompidos. Nada de caras bêbados, não dessa vez, era uma maluca que chega falando em um tom alto, superando a música do ambiente, o que deixava sua voz bastante clara.

-Natalie! Você disse que não vinha! – chega Rachel já interrogando a amiga – e que historia é essa de se mudar?!

Ao ouvir aquelas palavras, ela continua beijando por alguns instantes, até que se vira com uma cara de felicidade.
- Outra pessoa não seria tão inconveniente. – fala ela se dirigindo a amiga, logo soltando o pescoço do rapaz e indo abraçar a amiga. – I miss you, bitch!
- me too! and I sorry about all the drama at Sam's place.. – Rachel se desculpa, parecia arrependida e feliz por estarem se falando novamente.
Natalie recua após o cumprimento da amiga, e abraça Mike. – Mike, essa é Rachel. – diz ela apontando para a amiga. – Não chegue muito perto porque não pretendo perder sua companhia. – diz fazendo uma cara de deboche ao olhar para a amiga e o amigo nada desconhecido dela. – Ela é uma bitch. – termina a brincadeira com uma gargalhada.
-Oh Coop, voce é tão engraçadinha! - debocha tambem. - Natalie, voce lembra do Terrence? - diz Rach apresentando Terrence.
- Lancaster! – exclamou ela mostrando saber da existência do garoto. – Por onde andou garoto? Não sabes quantas noites Rachel perdeu lamentando a sua falta. – Se é isso que chamam de amizade, o que seria inimizade? Isso não era algo a se falar, mas Natalie amava constranger as pessoas, gostava ainda mais quando ‘essas pessoas’ se tratava de Rachel. – Pobre Rachel!
Rachel ri sem graça e vai para o lado da amiga - AHAHAHAH! Sempre engraçadinha né?! - termina dando uma cotovelada no braço de Natalie - É brincadeira dela, claro!
- Wow! É claro, se você diz. – Olhou para Lancaster que parecia sem entender aquelas alfinetadas, assim como Mike também não entendia. – Sua maquiagem realça mais quando fica vermelhinha, sabia? – Voltou a se dirigir para Rachel, ela não se cansava de continuar com esses joguinhos. Era divertido. – A propósito, se conhecem? – perguntou se dirigindo aos garotos que estavam totalmente por fora do papinho das garotas.

Ponto positivo para o bonitão. Aquele gesto que Rachel fez ao colocar a mão sobre a dele, demonstrava que ainda tinha confiança e sabia que ele não avançaria o sinal sem que ela também estivesse a fim. Muito bom garoto, é assim que se faz! Tudo indicava que após aquele momento "velhos tempos" iria rolar um outro beijo. Até começou rolar, mas pareceu que Rachel achou mais interessante cuidar da vida alheia do que lhe dar atenção. E esse fato, não, ele não gostou nenhum pouco. Então Rachel dizia que era sua amiga no meio daquela confusão. E não deveria ter se passado cinco minutos, e lá iam os dois atrás da tal amiga dela, sumindo entre uma mutidão e reaparecendo no primeiro andar, topando com o casal. Terrence logo reconheceu o trombadinha do rapaz, o tal de Michael e comentou que o conhecia para Rachel. Quanto Natalie, o tempo passou e em nada ela mudou, a não ser pelo péssimo gosto que tinha em selecionar suas vítimas. Afinal, ela estava se enroscando e esfregando com um traficante, e Terrence apenas riu. Ele escutou toda aquela tagarelice das meninas, com a expressão de que nada entendia, mas para um bom entendedor meia palavra basta, Rachel ficará abalada com o sumiço e isso era perfeito. Deixou que as meninas conversassem pra lá e preferiu se divertir ao ficar encarando Mike com um olhar "Sei quem você é, será que elas também sabem?". Terrence não prestava, no way! Ele fazia menção de que iria se pronunciar naquela conversa, mas a chamada que recebia naquele instante o impediu e desviou completamente sua atenção. Com o celular em mãos, gesticulou num aviso que iria atender e que o aguardassem, sendo educado ao fazê-lo. E então se afastou do grupinho para poder atender. A ligação era da tia de Kelly, Margareth, dizendo que a sobrinha já deveria estar a caminho. Terrence não viu problema naquilo, afinal já havia combinado com a tia que faria companhia a sua afilhada. Finalizando a ligação, Terrence voltou para perto do grupo, com um sorriso largo e simpático.

- Espero não ter demorado... E teremos mais uma companhia. - disse ele sorrindo, enquanto trazia Rachel para perto e passava um braço pela a cintura delicada dela.

As meninas não fizeram cara feia ao saber que mais alguém estava preste a chegar. E quando elas o questionaram, perguntando quem seria? Ele achou melhor manter o clima de suspense e deixar que elas se surpreendessem por si só. Pentelho? O suficiente para fazer a diversão. Pronto. A noite finalmente parecia que iria esquentar. Mike e Natalie, Rachel e Terrence... E onde é que Kelly iria se encaixar? Pelo o sorriso maroto que cresceu nos lábios do galã, ele sabia muito bem.

A tia convidar a ELA para sair com alguém, tá, era karma, só podia. Por que simplesmente não a deixava fazer as coisas do jeito que queria? Aquilo estava começando a ficar chato mas a garota nada dizia, não adiantava, era a forma que a tia encontrava para tentar socializar a sobrinha. Ela disse onde Terrence estaria e a garota então colocou o vestido branco e curtinho, deixando as pernas torneadas a mostra além do sapato de salto preto e uma bolsa de mão da mesma cor dos sapatos e vestia também um sobretudo preto por cima, o frio estava terrível. Ela deixava o apartamento e pegava o primeiro táxi em direção ao tal Marquee. Bom, tomaria um ou dois martinis e poderia ficar uns 30 minutos e se desprender de Terrence para voltar pra casa. Chegava no lugar e pagava o taxista, deixando o veículo e seguindo para dentro do tal local. Dava uma olhada rápida pelo ambiente, era um lugar interessante. Enfim. Ela ia começando a caminhar calmamente, se esquivando de algumas pessoas que ali estavam, olhando ao redor, os olhos procurando pelo rosto conhecido do jovem. Ia então vendo uns grupos de pessoas que conversavam e não demorava a ver o grupo de quatro pessoas. Um deles era Terry e sua acompanhante que ela não conhecia e o outro casal era a loira da chuva, Natalie, e Mike? Calma, então o rapaz estava ali e acompanhado da loira? Bom saber, ele devia ter armado aquela de topada para se passar de santinho e se aproximar, e lá ia toda a visão sobre ele ser um cara diferente, era só mais um que ficava esperando para se dar bem, ok babe, com ela não irá conseguir nada e isto é fato. Voltou a caminhar em direção as pessoas e se aproximava com um sorriso estampado a face, ninguém veria que ela estava um tanto surpresa com aquilo, afinal, ela era uma ótima atriz, mas não como as de teatro, era uma atriz da vida e situações como aquelas eram normais em seu script.

- Boa noite. Espero não estar atrapalhando.

Ela lançava um sorriso a todos os presentes e piscava a Natalie e a Rachel, um jeito simpático de começar a noite.

Roupa da Kelly

- Sua maquiagem realça mais quando fica vermelhinha, sabia? – Natalie ainda provocava Rachel de todas as maneiras que conseguia...era tipo mania dela fazer isso com Rach. Enquanto ouvia as gracinhas da amiga e tentava se esquivar das besteiras que ela falava, Rach observa que Terrence estava um pouco perdido na conversa e meio distraído, e sua distração só aumentou, devido a uma ligação que recebera, e deixara Rachel curiosa..Ele pede licença para atender a chama e se afasta do grupo, que continuava a conversar, porem Rachel já não prestava muita atenção no que Natalie falava..ela pensava se a pessoa do outro lado da linha era alguma garota que ele ficara durante o tempo ausente, ou se era algo pior, mas logo ela descobriu alguma coisa, quando Terrence desliga e volta para o grupo com um sorriso simpático...

- Espero não ter demorado... E teremos mais uma companhia. - disse ele sorrindo. Ele então enrosca seu braço na cintura de Rach e a puxa com delicadeza para perto de si.
- e quem é essa companhia? – pergunta Rach com a sua curiosidade de sempre
- Vocês verão... – disse ele enigmático

Rachel achou estranho o jeito todo misterioso dele, que acabou deixando-a mais curiosa ainda. Mas ele logo tratou de arrumar uma desculpa para mudar de assunto ou para passar o tempo e aproveitar um momento só dos dois, a chamando para dançar do jeito mais cortês possível.
Os dois começaram a se mover no ritmo de Scream do Timbaland. Com os corpos bem grudados, quadris mexendo de acordo com o som que tomava o club, Terr deslizava as mãos pelas costas de Rach, que mantinha as mãos presas envolta do pescoço dele. A dança se intensificava, e Terrence aproximava seu rosto no dela e com os lábios sedentos, ele lhe rouba outro beijo cheio de desejo. Eles trocaram mais alguns beijos até a musica acabar que coincidiu no momento que uma garota se aproxima deles..

- Boa noite. Espero não estar atrapalhando. – disse a garota que sorria simpaticamente para todos.

- Ah, de modo algum. – respondeu Rach sorrindo também. Ela logo se toca que a garota era a tal companhia que Terrence disse que viria se juntar a eles e já foi apresentando os outros do grupo – Sou Rachel, esses são Natalie, e Mike.

- Que ótimo, odiaria atrapalhar algo importante. - Ela sorria, a garota parecia ser uma boa pessoa, mas como as aparências enganam era melhor manter os olhos abertos. - Ah, prazer, me chamo Kelly mas pode me chamar de Kell. - Os olhos dela agora iam para Natalie e ela sorria mais largamente. - Minha companheira de chuva. Como está ahm? Que coincidência nos encontrarmos aqui. - O olhar agora ia discretamente até Mike, um pouco profundo, como se o quisesse dizer que havia o pegado no flagra e que não cairia no papinho dele mais tão facilmente. - Coincidência até demais. - Voltava a olhar a todos ali por alguns instantes e agora falava a Terry. - Desculpa minha tia te aborrecer, ela me trata igual criança. - Ela dava uma risadinha sem graça.

E sim, tinha acertado perfeitamente na escolha do que fazerem para retomar o clima de antes. Mas nada mais óbvio também, se tinha se iniciado tão bem ali na pista de dança, era exatamente onde deveriam recomeçar. E o tiro saía direitinho mesmo, não demorava muito e já estavam se pegando de novo. Boate era bom para aquilo mesmo, o lugar parecia exalar feromônios, é devia ser isso. Mas como tudo que é bom dura pouco, eram novamente interrompidos. Bom, ao menos agora era uma amiga de Natalie, ao que tudo indicava. Correspondia ao beijo da garota e deixava que ela desprendesse os lábios quando achasse conveniente, se virando para a amiga e chupando o próprio lábio para enxugar um pouco da saliva. Deixava que a garota fosse ao cumprimento da jovem e não demorava muito em notar o acompanhante de Rachel. Mundinho pequeno. Não fazia muitos dias que tinha visto Terrence também. Quando era apresentado, ele estendia a mão para a garota, deixando o sorriso cordial lhe vir aos lábios.

- Prazer, Rachel. - Era o que o garoto dizia, em um tom alto o bastante para se fazer ouvir. O garoto apenas ria um pouco do tratamento entre as garotas, meneando o rosto negativamente. Era quando o nome do rapaz era confirmado e o garoto o fitava, deixando a mão ir até tranquila até a do rapaz.

- É, a gente já se topou pela vida. Olá, Terrence. E lá ia sua companhia tagarelar e deixar a amiga toda sem jeito, o garoto acabava rindo um pouco e meneando o rosto negativamente diante daquilo. Engraçadinha mesmo. Terrence saía da presença deles para atender o telefone e Michael apenas acompanhava a conversa das garotas, ou tentava, sabe-se lá. Era então que o rapaz voltava e indicava que teriam mais uma companhia. Bom, Mike realmente preferia menos pessoas por ali, mas já sabia que veriam uns amigos da garota desde que surgira o convite de ir até o Marquee.
Quando o novo casal decidia dançar novamente, o garoto ladeava a cabeça e sorria para Natalie, como se convidasse a garota a fazer o mesmo. Não, o mesmo não, fariam melhor. As batidas da música não demoravam em se sincronizar com as batidas dos corações dos jovens e aquilo que proporcionava um gingado perfeito entre eles. Michael parecia esquecer momentaneamente das novas companhias que arranjara e ia dançando e explorando o corpo da loira, lhe assaltando os lábios e curtindo bem tudo o que tinha para curtir ali. A música findava e então a nova companhia do casal chegava. E qual não era sua surpresa ao ver que era Kelly quem aparecia ali. É, mundinho pequeno demais aquele. Era claro o constrangimento do rapaz. Fitava a garota por algum tempo e por fim, estendia a mão para cumprimentá-la.

- Ei, Kell. - E que olhar era aquele meu Deus? Estava fazendo alguma coisa de errado afinal? Assim mesmo, o garoto não conseguia evitar o constrangimento. - Nos encontramos certa vez no Central Park, sem querer acabei atropelando ela com o skate. - O rapaz ia explicando, sem tirar os olhos dos da garota, deixando que um sorriso ameno lhe viesse aos lábios.

Era quando sentia um tapinha no ombro e já imaginava que era o "amigo bêbado" do andar superior, já estava até virando para ele meio irritado. E quando via quem era, abria um sorriso largo. Nada mais, nada menos que Paul Rodriguez. Michael já cumprimentava o rapaz com aquele típico soco-tapa, sorrindo.

- Fala, Rodriguez!

- Beleza, Sheckler? Milagre ver você em uma boate. E tão bem acompanhado.

Michael sorria sem jeito e já ia apresentando o grupo de pessoas.

- Natalie, Rachel, Terrence e Kelly. Esse é Paul Rodriguez, um skater pro.

O skater já ia cumprimentando a todos por ali, com um sorriso cordial também.

- E saibam que estão perto da próxima sensação do momento no skate. Sheckler será uma lenda. - O amigo do garoto já ia dizendo, fitando o grupo enquanto isso. - Olha, se quiserem, podem vir comigo para a área VIP. Amigos do Mike são meus amigos também. São muito bem vindos.

Spoiler:

- Paul Rodriguez.

Parecia que a sorte de estar em lugares na hora exata que coisas bem interessantes aconteciam. Começando por encontrar Kath dormindo em sua cama com Tony, terminando na Rachel beijando um cara desconhecido na balada, e a sua ex pagando de bitch por aí. É, as coisas mudam. Menos ele mesmo.
Após esse período de provas no qual ele nem se esforçou muito nos estudos — mesmo assim tendo um resultado satisfatório — sentia-se abstinente de baladas.
Se não tivesse descoberto as cachorradas que seu api anda fazendo, e desconfiando que estivesse sendo excessivo em suas ações com Justin, poderia mandar o flagra pra gossip girl, mas isso já nem estava tendo tanta graça, até porque de uma forma ou de outra alguém acabaria mandando.
Procura sentar-se num dos sofás estrategicamente de frente a Rachel, conseqüentemente de frente a nova bitch do pedaço.
Não quis nada comigo enquanto namorávamos e agora fica por aí dando pra qualquer um na fila.
Entre um pensamento ciumento e outras coisas mais, observa uma garota se aproximando delas com todos os padrões de beleza superados. Era safado mas não se atiraria assim pra ela na frente das meninas, podia envergonhá-la. Se perdesse a oportunidade, e se ela morasse em New York com certeza a encontraria novamente.
Pede um cowboy e fita os olhos em toda a situação, principalmente na morena de vestido branco.

A noite estava cheia de surpresas...a primeira fora a volta de Terrence que despertou sentimentos adormecidos dentro de Rachel... segunda fora o fato de Natalie estar se mudando e nem tocar mais no assunto. E as surpresas não pararam por aí, Terrence já conhecia Mike, o acompanhante de Natalie naquela noite, e a companhia que Terrence disse que viria, conhecia tanto Natalie quanto Mike...e pelo jeito que eles se olhavam, tinha alguma historia entre eles.

Os cinco ficaram aonde estavam conversando, e mais uma pessoa se aproxima do grupo, era um skatista profissional que conhecia Mike e dizia que ele era uma futura lenda. O tal skater convidou o grupo para a área VIP, mas antes que alguém do grupo aceitasse o convite e subisse até a sala privada, o celular de Rachel toca, imediatamente ela pede licença para atender, mas ao pegar o seu sidekick, ela nota que era uma sms, de... Justin?! a expressão de seu rosto mudou de contente para confusa só ao ler o nome do remetente da mensagem, e sem pensar duas vezes ela abre a sms e lê:

Precisamos conversar,
Preciso te contar algo,
ao menos a verdade...
Sinto sua falta.

Depis que leu a mensagem,a garota sentiu o coração batendo apertado no peito.Ala jurou a si mesma que tinha esquecido Justin, mas as tais palavras na sms a fez voltar a deseja-lo de novo. No fim das contas, fora ele que não a queria mais, e o desejo que sentia por ele tinha só sido deixado de lado, mas agora ele voltara...
Mas esse tal desejo não está só...junto com a saudade de Justin, tem a saudade de Terrence...mas só um ela realmente amou...

- Que foi Rach? – pergunta Terrence por curiosidade ou preocupação

-ah, nada não. – diz ela para disfarçar – eu vou ao toilet.

Sem deixar que nenhuma das meninas a acompanhasse, Rachel se apressa e atravessa o salão para ir ao toilet feminino, mas antes que pudesse se aproximar do banheiro ouve uma voz um pouco conhecida...

– Não sabia que o relacionamento seu com o Justin era tão liberal assim, Rachel. — Rachel se vira na hora e vê que era Dexter, que ainda se levantava do sofá caminhando lentamente em sua direção dizendo em um tom sarcástico — Ou acabei vendo coisas demais?

-Não é da sua conta Dexter! – Rachel se vira para entrar no banheiro mas antes de entrar se vira e diz a ele – E desde quando você se importa com o Justin hein? Eu sei muito bem que vocês não são mais amigos..

– Tem razão, e é por isso que quero sua atenção. Acho que ele está com problemas, e acho que eu poderia ajudar através de você. Mas não acho que ainda não estejam se dando bem... — Disse apontando o dedo polegar para trás, na intenção de recordá-la do lance com o garanhudo há uns minutos atrás.
- Terrence é outra historia! E mesmo não sendo ainda da sua conta, eu não falo com Justin desde que terminamos...— Rachel olha para o celular — ele veio me procurar só hoje... – ela confusa esfrega a mão na testa demonstrando estresse e continua – Eu não estou mais chateada com ele, só queria entender o por que dele ter terminado.
– Bom — Ele a fita com os olhos apertados esboçando aquele sorriso safado e interesseiro de sempre — temos interesses em comum, isso é um primeiro passo pra se realizar um bom negócio. Poderíamos conversar?
Ela parece hesitar por um momento. Ela não confiava nele, isso era fato, seu corpo dizia isso. Mas tentaria contornar isso. Só o fato de ter finalmente balançado a cabeça afirmativamente, fora um grande avanço.

Com cada um seguindo rumo diferente, restou apenas Kelly e Terrence. Bem o que ele estava querendo. O afastamento do casalzinho veio embora hora, para não falar da ida de Rachel ao banheiro. Realmente aquela era uma noite cheia de surpresa, principalmente para o bonitão que estava com uma antiga presa à sua frente. Melhor? Impossível. Era sua oportunidade, e ele não podia fazer feio. Investiria um pouco, para sondar e ver o que consiguiria além da diversão em provocá-la. E o papinho que tinha jogado pra cima da Rachel? Bom, foi-se junto com ela. Até ela voltar, Terrence estava livre.

- Enfim, sós... - falou logo quando o casal Natalie e Michael e Rachel sumiram de vista. Em seguida soltou uma risada baixa, mostrando que estava brincando. - Achei que não fosse vir, Kelly.

- Enfim sós? - Ela olhava de lado agora para Terrence e meneou em negativo, não acreditava no que ele simplesmente havia acabado de dizer. Esperava que ele não estivesse pensando em cantá-la, ainda mais acompanhado, ele seria muito baixo mas quando via que era brincadeira relaxava e falava mais calma. - Minha tia acha que devo socializar e como você me chamou ela disse que seria muita falta de educação minha recusar.

A princípio, não fora uma cantada ou o prelúdio de que seria, mas ele não perderia a oportunidade de deixar a dúvida plantada dentro da cabeça da morena quanto as suas intenções. Terrence sorriu ouvindo Kelly dizer aquilo e balançou a cabeça negativamente. - Sim, seria falta de educação se recusasse. - intensificou praticamente repetindo o que Kelly havia acabado de dizer, mas de um forma maliciosa como se estivesse a ameaçando. - Ah! E como está linda, Kelly! Deslumbrante! - comentou enquanto seus olhos pesseavam pelo o corpo dela, admirando. - ... Muito linda.

Ela acabava não pensando muito que aquilo havia sido uma cantada, talvez fosse melhor assim, continuar sendo a "boa menina" que agora ela demonstrava ser. Ele concordava quando ela falava da falta de educação e a garota somente concordou com a cabeça, tentando ignorar a malícia na voz dele. O elogio vinha e ela torcia os lábios de lado, um tanto desconfortável. - Obrigada. São seus olhos... - Notou os olhares dele e então logo foi emendando. - Será que sua acompanhante vai demorar muito? Posso ir no banheiro ver se ela está vindo ou se está bem. - Ela dizia e tentava seguir ao banheiro, ou melhor, queria mesmo era dar um perdido no rapaz.

Terrence continou a contemplar a beleza da morena. Não media olhares, ela era gostosa e não tinha como evitar! Ele era homem, movido ao instinto masculino. Ele observou aquela reação que ela teve quando soltou o elogio, aquilo o interessou, o divertiu. Ver a garota aparentar desconforto por conta do elogio e logo em seguida se esquivar com aquela desculpinha furada fez um sorriso maroto se prender no canto dos lábios. - Rachel? Maybe. - ele impediu que Kelly seguisse para o banheiro, passando o braço pela cintura, enlaçando-a. - Não se preocupe. Ela é bem grandinha e sabe se cuidar... Vamos aproveitar enquanto ela não chega, hã? Não quero que fale para sua tia que saiu comigo e não se divertiu. - ele então piscava e guiava a garota para a pista de dança.

Ela bem queria poder simplesmente sair dali sem ter problemas mas isso seria fácil demais e Terrence não parecia desistir facilmente. Quando pensou em seguir ao banheiro teve a cintura enlaçada pelo braço do rapaz, voltando um passo e o olhando séria. - O que pensa que está fazendo? - Dançar? Ele queria dançar? Ela não tinha muitas escolhas já que ele nem ao menos a deixava negar e ia a puxando. - Eu não quero dançar, poderia me soltar? - Tentava tirar o braço do rapaz de sua cintura, meio nervosa agora.

Terrence não desistira tão fácil, isso era verdade. Ainda mais levando em conta a escapada que ela conseguiu realizar no jantar, ele não daria dessa vez a chance para que isso voltasse acontecer. Ele a mantinha próxima de si com o braço envolta da cintura. E quando aquele olhar sério foi lançado para ele, seguido daquela pergunta e tentativa de fulga, ele não permitiu. Terrence sorriu meneando em negativo. - O que penso? Kelly, você está numa boate. Pessoas dançam em boate... E não vou te morder, nem arrancar pedaço. Se você quer realmente se socializar, esse seria um ótimo começo. Venha!

Não demorava muito e eles estavam na pista e parecia que havia um lugar especialmente reservado para que os dois pudessem ficar e dançar sem nenhuma interrupção e o rapaz já parava em frente a ela, a olhando nos olhos como um felino, um predador, somente esperando o momento certo para o bote. Quando chegavam começava a tocar a música "Love in this Club" do Usher, parecia que tudo conspirava a favor do rapaz que não escondeu um sorriso malicioso, exatamente como o que ele havia mostrado anteriormente.

- Espero que goste dessa canção Kell.

- Sim, ela é ótima.

Era somente o que ele dizia e já ia colocando as mãos nos quadris dela, mas ela notava que ele não parecia tentar ousar demais, somente apoiava as mãos ali e ia começando a conduzir a moça. Ele guiava com firmeza e ao mesmo tempo sem forçar a morena, fazendo com que ela movesse os quadris no mesmo ritmo que ele. A garota não parecia negar naquele instante, se deixava guiar, a dança era uma coisa que ela amava, talvez fosse realmente bom curtir um pouco com ele. O rapaz notava a entrega dela e então ia com uma das mãos subindo pelas costas da jovem, lhe dando sustentação para os movimentos que faziam, enquanto ela deixava uma das mãos repousar sobre o ombro dele, se deixando levar mais pelo ritmo. Um sorriso vitorioso se formava nos lábios de Terrence que agora a puxava mais junto, talvez a música não fosse a ideal para aquilo mas era a forma que encontrara para poder se aproximar mais, ter algum contato com a garota. Eles iam se deixando levar, os olhos presos, pelo menos durante a dança eles pareciam se entender, ele conduzindo e ela aceitando e se deixando levar.

- I wanna make love in this club... in this club... - com os lábios próximo a orelha da morena ele sussurrou. Uma indireta? Terrence não reclamaria se ela também estivesse a fim.

À medida que a boca se aproximava da orelha dela como se quisesse fazer da letra da música um convite, Kelly ia pendendo o rosto para o lado numa tentativa de esquiva, quase baixando o corpo acabando por provocar uma risada baixa e canalha do rapaz. Se ela não compreendia a linguagem verbal, que fosse pela corporal então. A mão dele deslizou com suavidade para cintura da garota, e com uma pegada firme ele a fez rodopiar ficando de costas para ele. Colou os corpos em seguida, trazendo numa puxada que a fez encostar o bumbum em sua virilha.

- Ops..! - o sorriso contradizia a exclamação, deixando claro que havia sido intencional. Com as mãos espalmadas sobre o ventre dela. As mãos escorriam livremente em direção as coxas bem torneadas, apalpando cada centímetro.

Kelly apresentava uma expressão de espanto quando o garoto realizou o ato. Ao primeiro momento não reagiu, mesmo quando teve o seu quadril colado ao dele. Mas no instante seguinte, quando as mãos do rapaz ousavam mais do que deveriam, olhou pra baixo e visualizou o pé dele. O sorriso cínico ele não pôde ver, mas a dor ele sentiu muito bem quando o salto bateu com força em seu pé.

- Ops...! - Encolheu os ombros, e logo lançou um sorrisinho dissimulado para ele. - Acho que pisei no seu pé... Desculpa.

Ele cerrou os punhos instintivamente e mordeu o lábio para conter um palavrão. "Motherfucker!". Ele também sorriu, um sorriso de quem falaria "Você não perde por esperar, vadia!".

– Bom — Dexter a encarava com seu jeito de cafajeste, olhos apertados, e com um sorriso de canto e continuou — temos interesses em comum, isso é um primeiro passo pra se realizar um bom negócio. Poderíamos conversar?

Rachel não queria se deixar levar por um cara como Dexter com toda a fama que tem, mas talvez eles juntos pudessem cooperar e lidar com Justin, resolvendo todos seus problemas com ele. Depois de hesitar após pensar se deveria ou não confiar nele, ela balança a cabeça afirmativamente em resposta, mas antes que se deixasse conduzir pelo rapaz para um lugar aonde eles poderia conversar, Rach viu uma cena um tanto constrangedora...

O jovem educado, romântico, que começara a gostar novamente, se encontrava agora na pista de dança, deslizando suas mãos pela coxa de uma garota, que tinha seu corpo de costas colado a ele...Rachel percebera naquele momento que não conhecia Terrence de verdade, ele só estava a enganando, talvez ele estivesse fazendo o mesmo com a tal garota que ela conhecera naquela mesma noite, a Kelly... chocada com a cena que via, Rachel desviou olhar dos dois para evitar ver mais coisa do que devia, e voltou para Dexter que a esperava para acompanha-lo até o segundo andar da boate..

- para onde vamos? – perguntou ela ao se aproximar dele

- vamos para a área VIP, lá poderemos conversar sossegados. – respondeu ele com sua malicia no olhar. Dexter dá passagem a Rachel e sobe as escadas atrás dela.

Dexter já havia percebido algum sentimento envolvido entre Rachel e aquele conquistadorzinho de boate. Via em todas as suas expressões corporais a decepção ao vê-lo dançando com aquela morena que há minutos atrás desejara uma calorosa noite de puro sexo. Mas isso não o incomodou, já estava acostumado a sair com mulheres de muito baixo escalão. Se a morena não fosse assim, isso ele descobriria depois, até então ela é uma vadia que o excita demais.
Sacode a cabeça e volta a atenção à Rachel que se assenta no primeio sofá do ambiente. Não queria escolher um local sugestivo pra que Dexter não tentasse alguma coisa. Mas área VIP já tinha todo o seu charme, luzes avermelhadas de pouca intensidade, sofás muito mais espaçosos, sem ninguém pra atrapalhar, além de outros casais.
– E então, o que você tem pra me dizer? — Inicia Rachel com uma expressão "desembucha logo" no rosto.
– Não seja tão apressada. — desabotoa o blazer sentando-se logo em seguida — Quero saber de você até onde Justin contou sobre nossos desentendimentos. Quero entender o lado dele, que nunca dei ouvidos. — Se ajeita no sofá retirando o óculos escuro de armação branca de sobre os olhos.

Rachel não se sente confortável pra falar de assuntos que eram de respeito entre Justin e ela. Mas se Dexter tinha razão quanto à ajuda, tentaria dar um voto de confiança a ele.
– Contou que o pai dele foi traído pela mulher que amava, e que esta casou com teu pai, e como se não bastasse, levou todo o dinheiro dele junto fazendo a empresa do pai dele falir e que respondesse vários processos e blá blá... E o que isso tem a ver com o que você tem a me dizer? — disse ela curiosa querendo saber aonde Dexter queria chegar.

O rapaz levanta a sobrancelha já não tinha aquele sorriso sabichão no rosto e a respondeu:
– Começo a desconfiar que ele estava certo... — ele ficou meditando fitando a mesa à sua frente enquanto guardava os óculos — Meu pai me influenciou a achar que isso era tudo mentira. Mas tenho descoberto coisas sobre ele que me faz desacreditar na sua integridade. — termina ele com um olhar sério no rosto.

Ela sente seu coração desconfiado e resistente amolecer naquele instante. Parece que Dexter realmente estava num grande dilema. Nem lembrava de quando o viu com uma expressão confusa como essa que apresenta agora.
– Mas o que você descobriu? — Se aproxima dele curiosa.
– O que descobri em documentos escondidos na residencia, eu já o dei para Philip. Mas acredito que sejam falsos. Eram documentos que incriminavam Susan, e não meu pai. Esse tempo todo eu imaginava que ele era controlado por ela, mas ao que parece é que ele é bem mais esperto do que parece.

As coisas poderiam começar a se ligar em sua mente se não fosse essa revelação de que a culpa poderia não ser de Susan, e tudo ter sido algum plano maior do pai do Dexter. A julgar do histórico de planos maquiavélicos do rapaz, poderia pressupor de onde teria puxado esse comportamento. Mas sacode a cabeça tendando se concentrar no que ele tinha a dizer, e não em julgá-lo.
– Mas o que você acha que podemos fazer?

Agora estavam em casais, se curtindo depois das piadinhas feitas por Natalie. Eles voltaram a dançar e se curtir novamente, continuaram o que Rachel não deveria ter atrapalhado. Era tão bom não se sentir mais só, era o que a garota achava enquanto se sentia desejada, e adorava aquilo, ainda mais quando Mike se mostrava mais paciente do que nunca além de bastante gentil. O clima entre eles estava novamente chegando ao ápice máximo. Beijavam-se intensamente de uma maneira carinhosa que conseguia parecer agressiva, mas o clima novamente foi cortado quando uma nova companhia apareceu.
Conheço-a de algum lugar – pensou Natalie enquanto ela sorria para o pessoal.

- Minha companheira de chuva. Como está ahm? Que coincidência nos encontrarmos aqui.

Estava explicado, era a garota que parecia desamparada na chuva. Natalie devolveu o sorriso e cumprimentou a garota.
- Acho que estou ótima, nada como boas férias. – sorriu em seguida. – Espero que também esteja bem.

As apresentações foram acontecendo, e logo Rachel se afastou do restante do grupo, deveria ir ao toilet. A ‘moça da chuva’ pareceu conhecer Mike, o que deixou um clima ruim, já que ela olhava de maneira despistada para ele. O papo entre os presentes acontecia, e Natalie não sentia mais a necessidade de estar entre eles, apenas sorria e observava. Foi quando um amigo de Mike apareceu, pelo menos não era a única cheia de conhecidos ali, logo receberam um convite de seguir para a área vip.

- Olha, se quiserem, podem vir comigo para a área VIP. Amigos do Mike são meus amigos também. São muito bem vindos.
- Acho que vocês dois tem muito o que conversar, vão indo, apareço em seguida. – disse Natalie seguindo de um sorriso.

Ela logo se distanciou, deixaria que os amigos conversassem, foi até o bar e se sentou por lá, bebendo alguma dose só e pensando nos últimos acontecimentos, quando deu por si, já havia tomado algumas taças de Martini, precisava encontrar Mike, talvez partir dali. Foi o que fez, foi em direção à área vip, assim que entrou encontrou Rachel sentada com Dexter.
O que ele faz aqui? – se perguntou ela enquanto se virava para nenhum dos dois percebessem que ela estava por ali.
Passou os olhos meio corridos pelo pessoal ali, e encontrou Mike com o amigo, se aproximou de ambos e logo o chamou para irem dali.
- Podemos ir agora? – perguntou ela se erguendo para não ter de dizer em um tom mais alto. – Acho que bebi demais. – apesar de ter usado o argumento como desculpa, ela sabia que não podia se dar ao luxo de entornar muito álcool sem pagar mico, era melhor acabar com aquilo de qualquer forma, para não se arrepender depois.
Os dois saíram da boate mais próximos do que entraram, isso era óbvio, estavam abraçados enquanto caminhavam para a portaria.

Uma coisa era certa: Terrence era um lobo sob pele de carneiro. Mas quem precisava saber disso? Rachel, talvez? Não, suas intenções com ela eram sinceras e limpas, apesar dos pesares. Mas qual homem resistiria ao charme daquela morena? Mesmo com o coração "aprisionado" por Rachel, ele não conseguiu esconder sua atração por ela. E ele pensava que a garota era mansa. Surpreendeu-se quando a vadia mostrou suas garras. Aquele pisão no pé merecia um troco, e ela o teria.

- Como dança mal, Kelly. - segurando na mão dela a fez deslizar sobre os calcanhares em outro rodopio rápido como no tango e a afastou, quase a fazendo perder o equilibrio. Sorriu, foi sua intenção. - Sorte sua que o corpo compensa sua falta de ginga.

- Pois é, como sou descuidada. - Dizia com um falso remorso na voz, deixando que a girasse denovo e ela se mantinha em pé, firme, era uma "dançarina" e não desequilibrava facilmente. - Bom, levarei isso como um elogio. - Sorrindo sem vontade alguma. - Preciso beber algo. - Dizia e se virava em direção ao bar.

- Descuidos provocam acidentes, sabia? Igual ao que aconteceu... Diferente do seu, outros são sérios. - fitava-a com um olhar enigmático. Aquilo havia sido um aviso entrelinhas? Passou a mão pelos cabelos, meneando em positivo. - Prove sua educação, traga algo para eu beber também, hã? Vou querer o mesmo que pedir. - ficou parado observando a morena começar a andar, chegando a pender o rosto um pouco para o lado olhando e acompanhando o rebolado dela.

- Sei bem disso, mas pode deixar, eu sei me livrar bem de acidentes Terrence, sou quase uma especialista nisso. Mas alguns, acontecem. - Ela sentia a ameaça e logo se defendia, ouvindo ele pedindo a bebida logo depois e meneando em negativo, seguindo rapidamente ao bar, ignorando o que ele havia dito. Passava alguns minutos lá e voltava com duas bebidas coloridas, entregando uma ao rapaz. - Toma... - Dava um pequeno gole e depois dizia agora mais relaxada. - Onde está o pessoal?

"Especialista? Veremos o quanto". Sorria sozinho enquanto pensava no que ela havia dito. Divertido seria testá-la, ver o seu desempenho e potencial. E logo viu que de santa, aquela garota não tinha exatamente nada. Fazia toda aquela pose mas era uma vadia abusada. Alguém deveria ter enviado para ela antes o manual de como não se foder. Melhor, de não se foder nas mãos de Terrence Lancaster. Tinha uma expressão satisfatória de "boa, garota" quando a viu trazer a bebida e imaginou dando um biscoito, igual se adestra uma cadela, presenteando-a quando obedece corretamente a ordem. Bebiricou um pouco, molhando apenas a garganta.

- Merci. - ergueu uma sobrancelha ao ouvir aquela pergunta que ela fazia. - Devem estar na área VIP... O amigo do trombadinha os chamou. - deu de ombros e tomou mais um gole, esse mais longo. Encarou-a como se estivesse analisando. - Hm. Preciso encontrar a Rachel, até agora não voltou do banheiro. - espreitou Kelly com um olhar interrogativo. - Façamos o seguinte. Veja se está tudo bem com ela, enquanto isso vou verificar se o pessoal está na VIP. Nós encontramos lá em cima, certo?

A garota havia simplesmente ignorado o fato do rapaz ter se sentido o todo poderoso quando ela lhe levou a bebida, era bom que Terrence achasse que tinha o controle, pessoas que acham que dominam se descuidam e são facilmente derrubadas de seus pedestais. Ela ficava mais preocupada com sua bebida do que com o olhar de Terry para si, somente ia meneando com a cabeça em positivo e concordando sobre o pessoal estar na área VIP. Ele propunha sobre procurar e ela erguia os ombros.

- Ok. - Ir a VIP depois? Aham, claro que ela iria. - Não demoro Terrence. - Terminava de falar e ia seguindo em direção ao banheiro feminino para saber se Rachel estaria ali, a pobrezinha devia estar fugindo de Terrence assim como ela.

Estava combinado, ela iria ver o que acontecia com Rachel no banheiro enquanto ele iria encontrar com o resto do pessoal na VIP. A morena sumiu entre as pessoas e ele seguiu atravessando o salão para a escada que o levaria ao segundo piso. Sentiu-se intrigado quando se pegou pensando em Rachel. Era impossível uma mulher demorar mais do que vinte minutos em um banheiro, talvez se tivesse ido com uma amiga teria explicação mas no caso não havia nenhuma. Enquanto subia a escadaria pensava: "Bom, ela poderia ter ido direto para a área VIP se encontrar com o trombadinha e Natalie", achou a idéia mais plausível. Chegando na área VIP, sentiu um leve incômodo por conta da iluminação mas logo habituou-se. Terminou de beber o conteúdo alcoólico e o deixou o copo sobre uma mesa qualquer ao passar o lado da mesma. Agora procurava alguma aglomeração de adolescentes, mas não encontrou. Começou a caminhar pelo local procurando por Rachel até que, finalmente e infelzmente, a encontrava sentada ao lado de sabe-se-deus-quem. Encarou Rachel a distância de olhos semicerrados, sentiu-se traído e com o orgulho ameaçado. Aproximou-se tranquilamente, sem pressa em seus passos. O semblante não denunciava nenhum desapontamento ou coisa do gênero, ao contrário estava calmo e tinha até um sorriso nos lábios. Era um bom ator.

- Aí está você, querida. - inclinou-se o suficinente para que seus lábios alcançassem a boca da garota, dando um selinho. Em seguida direcionou o olhar a Dexter, num cumprimento silencioso e voltou a atenção para Rachel. - Venha, está na hora. O táxi já nós espera lá fora. - estendeu a mão para que ela encontrasse apoio ao se levantar. - Seus pais ligaram, disse que estava comigo e permitiram que passasse a noite comigo. - esboçou um sorriso confiante. Não havia táxi nenhum os esperando do lado de fora, não recebera ligação alguma dos pais dela e a idéia da permissão de passar a noite com ele foi um perfeito complemento. Terrence foi bastante convincente, e mesmo sendo mentira Rachel poderia acreditar pelo simples fato dos seus pais terem plena confiança nele.

Rachel provou o seu valor ali, se é que agora ela tinha algum para ele. Mas algo que ela provou e deixou bem claro, foi sua burrice. Deveria ter passado pela a cabecinha de poucos neurônios que se escondendo na era área VIP ele não a encontaria com o outro. Foi então que tudo fez sentido para ele; aquele nervosismo ao olhar o celular e a saída repentina ao banheiro. O celular encaixava com o sujeito ali e desculpinha que deu foi para despistá-lo e ir ao encontro do mané... Realmente, noite cheia de surpresas. Quais mais viriam para completar a noite? Terrence começava a arquitetar uma surpresa triunfal para finalizar naquela noite, algo para jamais esquecer.

Que palhaço.— Era o que pensava enquanto se divertia com a cena do Don Juan querendo ter duas numa mesma noite. Seria interessante isso, a morena ficaria livre, mas existiam preocupações maiores por hora, e o fato de esboçar um sorriso cafajeste naquele momento era da certeza de que não haveria motivos maiores pra Rachel sair do lugar naquele momento também. Por mais que Justin tivesse culpa no que fez, a curiosidade junto com o sentimento que com certeza ainda existia, e Dexter sabia disso, todos na verdade, seria a arma crucial pra vencer essa luta.
Dexter se aproxima do ouvido dela sussurrando — Se for mais importante pra você uma noitada de sexo e putaria com esse safado, eu vou entender. Mas não vou te procurar mais. — Ainda com aquele sorriso de puto na cara, se afasta, recostando-se no sofá e dizendo em um tom mais audível — Não se preocupe com o táxi, Rachel. Eu estou de carro, te levo sem problemas.
Levanta uma das sobrancelhas, cruza os braços, agora fitando o rapaz enciumado e esperando a retaliação.

- Aí está você, querida. – disse Terrence ao aparecer de surpresa ali na sala VIP e rapidamente rouba mais um beijo de Rachel, que nem teve tempo de reagir e evita-lo. Ele com seu jeito todo convincente, a chamou para ir embora, ainda disse que seus pais tinham ligado para ele.

Que mentira! Desde quando meus pais sabiam que ele estava de volta?! Eles até confiavam nele, mas até parece que ligariam procurando por mim já que estão viajando a negócios como sempre! – pensava Rachel surpresa com as mentiras que Terrence estava jogando pra cima dela.
Ele se encontrava parado a frente dela, estendendo a mão esperando que ela a pegasse e o seguisse como uma cadelinha da qual ele era o dono. Se não o tivesse pego Terrence se esfregando com a tal Kelly enquanto ela supostamente estava no banheiro, até poderia segui-lo e abandonar Dexter ali, já que não confiava cem porcento nele..mas ela não idiota. Rachel desconfiava que Terrence não era mais o mesmo rapaz por quem a um tempo atrás ela chegara a se apaixonar e agora tinha algumas provas disso...

— Se for mais importante pra você uma noitada de sexo e putaria com esse safado, eu vou entender. Mas não vou te procurar mais. — disse Dexter após se aproximar do ouvido de Rach e sussurrar aquela frase brutal. Ele se afasta com seu sorriso de cafajeste estampado na cara e volta a sua posição inicial — Não se preocupe com o táxi, Rachel. Eu estou de carro, te levo sem problemas. – terminar ele aguardando a ação da garota enquanto encarava Terrence.

Rachel agora tinha mais motivos para ficar ali com Dexter..ele conseguiu convence-la afinal de que sua intenção era ajudar o ex amigo, e ex namorado dela. Seu interesse em saber a verdade, e ajudar o Justin era algo meio que prioridade no momento. Sem mais pensar, ela se vira para Terrence com um sorriso de deboche plantado na face angelical dela, e diz:

- Que tal você ir na frente ‘querido’? Tenho negócios a acertar com meu amigo aqui. – Rachel apóia sua mão no braço do Dexter, mostrando certa intimidade, como se fossem amigos de fato - A gente se encontra outro dia, que tal? - ela se levanta, se aproxima de Terrence - Quanto a eu ir para a casa, não se preocupe, Dexter vai me levar para casa no carro dele. – se aproxima mais para se despedir dele e sussura no pé do seu ouvido - Ah, se despeça da Kelly por mim, ta? – vira o rosto dele com uma das mãos e dá um delicado beijo no rosto dele, seguido por um leve e delicado tapinha...ele teve sorte dela ter sido delicada e elegante... - Have a marvellous rest of evening.

Rachel se senta sem olhar para Terrence, voltando sua atenção para Dexter...era hora de saber do plano dele.

A jovem seguia em passos tranquilos e firmes em direção ao banheiro, será que Rachel era do tipo que não podia comer ou beber que vomitava ou poderia ter menstruado ou simplesmente, o que parecia mais provável, estar fugindo de Terrence. Bom, caso a terceira opção fosse o que realmente tinha acontecido ela até a ajudaria a escapar dele. Terminou de tomar sua bebida e aproveitava que tinha um rapaz que servia passando e deixava o copo vazio sobre sua bandeja para finalmente poder adentrar ao banheiro. Os olhos corriam pelo local, parecendo procurar a garota ali mas definitivamente ela não parecia estar dentro do banheiro. Aproveitou para tirar o batom de dentro da bolsa, que ela carregava durante todo o tempo na mão mesmo quando foi dançar e buscou as bebidas, e retocou o mesmo em frente ao espelho.

- Onde ela está?

Disse baixo a si mesma e por mais que gostasse de imaginar que ela tinha deixado Terrence a ver navios era bom avisar ao rapaz para então ir embora. Ia seguindo agora entre as pessoas em direção a tal área VIP, se esquivando de alguns rapazes que pediam sua companhia e tomando cuidado para não esbarrar tanto nas pessoas. Subia as escadas em direção a área VIP, o que a força de um sobrenome conhecido não fazia, e ia procurando com os olhos até que via não muito distante uma mesa aonde estava Rachel sentada com um outro rapaz além de Terrence. Tá aí uma cena interessante, a garota parecia ter trocado Terrence por outro acompanhante e ela imaginava o quanto aquilo devia estar ferindo o orgulho do rapaz. Ela não se meteria, se sentaria um pouco distante, sozinha, observaria bem o show. Via um garçom e pedia um martini enquanto os olhos ficavam compenetrados no grupo não muito distante. Ela queria mudar de vida, não cometer mais os erros de antes, mas isso não a impedia de se divertir vendo os outros e qual não era sua surpresa de que a garota fazia menção de não seguir com Terrence. A morena não pôde conter um sorriso de canto, debochado, parece que o rapaz não estava tendo uma noite fácil. O martini chegava alguns instantes depois e ela o pegava e sibilava um agradecimento ao garçom dando o primeiro gole sem desviar a atenção da cena. Engraçado, naquele instante o sabor do martini parecia estar até melhor.

O jovem skatista parecia mesmo estar se divertindo com toda a noite. A nova vizinha era mesmo uma tentação e conseguia mexer com a libido do garoto durante as músicas em que dançavam juntos. Não demorava muito mais e a última e inusitada acompanhante do grupo aparecia. Mas pelo visto todo mundo tinha coisas um tanto mais interessantes para fazer. Rachel ia atender o celular ou sabe-se lá o que, ir no banheiro e então o bonitão que pegava drogas com ele arrastava a bela morena para a pista de dança. Mike deu uma olhada despistada enquanto os dois se afastavam e era nesse exato momento que Paul chegava e já ia falando feito uma matraca, como era de costume. O famoso skatista chamava para irem para a área VIP e ele erguia a sobrancelha para a sua acompanhante, como se questionasse silenciosamente se ela queria ir. A garota negava ir imediatamente, mas mandava os dois seguirem na frente. Michael assentia com a cabeça e ia com o amigo, em meio a uma conversa animada. Dava uma última olhada para onde Natalie estava indo e os seus olhos acabavam caindo na garota ficando no bar. Bom, ele não era o maior chegado em bebidas alcóolicas, mas se ela curtia isso, fazer o quê, né.

Na área VIP conversava sobre os temas mais variados com Paul, mas sempre acabava caindo nos campeonatos de skate importantes que estavam vindo por aí e o latino estava tentando convencer Sheckler de participar de alguns. No fim das contas, não faria muito mal. Ele podia levantar uma grana legal caso pegasse uma boa colocação na competição e no mais, iria se divertir um bocado, disso ele tinha certeza. Depois de algum tempo, ele finalmente via a loira vindo em sua direção e perguntando se podiam ir embora porque tinha bebido além da conta. Michael coçava a nuca e olhava para Paul.

- Claro, Nat. Vamos pra casa sim. - O garoto respondia de imediato. E o amigo sacava de dentro do bolso da calça a chave do carro e já ia arremessando para Michael.

- Toma aí, garoto. Amanhã preciso dar um pulo lá no Queens mesmo e eu pretendo voltar com um casal de loiras ali. Daí você me devolve. Mas vê lá, cuida da criança direitinho.

Michael pegava logo a chave do carro. Tava aí a vantagem de ter amigos desapegados daquilo que possuiam. Mas uma mão lavava a outra, Mike tinha certeza que amanhã teria que dar uma mão a Paul fosse para fazer lá o que fosse no Queens. Mas bom, pelo menos não teriam de voltar de táxi para casa. Não que o garoto realmente se importasse com isso, mas enfim, Natalie parecia do tipo que gostava daquele tipo de mimo. Quem sabe ele ainda não faturava grande na noite. Não seria nada mal afinal. Ia girando a chave no dedo enquanto caminhava, o braço em volta da cintura da garota.

Não demorava muito e estavam no estacionamento da boate. Ele apertava o botão do carro e o desativador do alarme era aquele uivo de Coyote característico dos carros de Paul. Mike ria um pouco ao ver qual era a belezinha nas quais colocaria as mãos. A Hummer H3T de tons escuros. O garoto ia direto para o carro e abria a porta do carona para a garota, a auxiliando na entrada segurando com suavidade a cintura dela e fechando a porta em seguida e dando a volta. Dava a partida no carro pontente, fazendo aquele ronco alto da Hummer soar. E não demorava muito para darem o fora dali, rumo ao Queens. Michael colocava para ouvirem qualquer coisa que Paul estivesse escutando e acabava caindo em uma música da Nelly Furtado e Timbaland. O rapaz olhava para a garota, esboçando um sorriso.

- E então, gostou da noite? Antes dos martines, claro? - Ria, divertido.

Spoiler:

- Hummer

Observou. Acompanhou com o olhar Dexter aproximar de Rachel e dizer algo num cochicho; a intenção de que não gostaria de compartilhar com todos estava explícita naquele feito. Poderia sim, ter avançado em cima do rapaz como um animal selvagem e irracional, disposto a brigar por uma fêmea e mostrar quem dominava o território. Entretanto, valeria a pena? Chegar a uma conclusão óbvia e sensata não foi difícil. Rachel era uma vadia, uma vadia desvalorizada e de quinta categoria... Não, não valeria a pena. Ele permaneceu quieto, aguardando.

- Não se preocupe com o táxi, Rachel. Eu estou de carro, te levo sem problemas.

Logo em seguida da pronunciação do rapaz, Terrence recolheu a mão estendida a enfiando no bolso da calça. Desviou o olhar de Dexter para Rachel. A cretina tinha um sorriso debochado como se quisesse que este falasse o quanto ela havia o feito de otário desde o início.

- Que tal você ir na frente ‘querido’? Tenho negócios a acertar com meu amigo aqui. A gente se encontra outro dia, que tal? Quanto a eu ir para a casa, não se preocupe, Dexter vai me levar para casa no carro dele.

Ele não a interrompeu enquanto falou. Ouviu e a viu se levantar.

- Ah, se despeça da Kelly por mim, tá?

Em seguida veio o sussurro. O rosto seguiu o movimento que a mão impôs, sentiu o beijo sobre a face e o tapa. Inexpressivo.

- Have a marvellous rest of evening.

Não houve respostas ou protestos vindo dele, nada. A última coisa que o casal viu foi as costas dele enquanto se afastava. Caminhava para a saída. Certas coisas já estavam evidentes, não se tinha a necessidade de serem expressadas. Sentiu como a noite estava gelada ao sair da boate. Acendeu um cigarro e pegou o táxi que atendeu ao seu sinal.

Já esperava um resultado mais agressivo por parte do garoto, mas a atitude dele de maneira nenhuma o surpreendeu, contudo esperava um cara de mais atitude. Mas era o de se esperar dos garotos de Manhattan, menos dele mesmo, é claro.
Sorria de satisfação de uma guerra ganha, e o melhor é que ele nem mesmo estava no meio dela. Talvez nem o visse mais na sua vida e quem iria ter que segurar essa batata quente seria Rachel.
A garota continuava na defensiva. Ainda não confiava nele. Mas não o impediu de ter a sua atenção ou de estar com ele ali naquele momento. Aos poucos ela ia relaxando, e a presença de Dexter não se tornava tão mal assim, até ajudando-a a fazer ciúmes no garanhão desconhecido. Mas não faria nada se não houvesse um interesse na situação.
– Justin não te traiu ou deixou de te amar. Ele foi coagido por uma pessoa a te largar. — Aquilo saiu sem nenhum tipo de preparação, simplesmente Dexter cuspiu as palavras no intuito de encurtar a conversa — Ela o dopou com algum tipo de droga e ao filmá-lo transou com ele. Depois disso o forçou a te largar ou traria o vídeo a público.
Já se preparava para a torrente de perguntas que viriam a seguir. Fora que não havia ainda contado o resto...

Rachel imaginava que a reação de Terrence fosse ser aquela...simplesmente se afastar sem dizer uma palavra...nao que ele fosse um covarde, mas ele simplesmente não iria fazer uma cena assim, sem necessidade. Ela o viu dando as costas aos dois e se retirando da área VIP. Provavelmente ele a odiava naquele momento, mas Rach nem estava preocupada com isso...se ele gostava dela do jeito que aparentou mais cedo naquela noite, ele esquecerá de tudo..mas será que ela vai esquecer da cena dele com Kelly na pista de dança? Mesmo que esqueça, ela não iria querer saber dele agora,e talvez nem tão cedo...Justin ainda era o rapaz que tirava seu sono, e bem, ela faria tudo, para tê-lo de volta...ou quase tudo....
Dexter quebrou o silencio que tinha permanecido depois da retirada de Terrence..Rachel não podia esperar que ele fosse tão direto ao assunto..
As palavras ditas por ele pesaram sobre a cabeça dela, e ecoaram por alguns minutos ali, em meio a varias perguntas que se formavam. Se ela tivesse uma taça ou copo na mão, certamente teria se espatifado ao chão devido ao impacto que o verdadeiro motivo pela qual Justin terminou com ela lhe causou...Rachel respirou fundo, se ajeitou no sofá e gaguejando de nervosismo ela começa a querer tirar suas duvidas.

- N-no fundo eu achava que tudo isso fora causado por uma terceira pessoa. Posso saber q-quem é essa .... – ela faz uma pausa para puder segurar todos os xingamentos que queriam sair de sua boca, e então continua – essa pessoa que o coagiu?
– Se eu te disser, ela vai mostrar o vídeo pra todos do colégio, vai parar na internet e na TV. Ele acabou cedendo à pressão pra te proteger disso. – lhe contou Dexter.

Rachel parou por um tempo para pensar...queria muito saber quem seria cruel o bastante para arruinar de tal forma o relacionamento de alguém, mas como Dexter disse, isso poderia ser ainda pior..
- E o que faremos então Dexter??