marquee Night Club

– Nós não. Converse com ele, diga que já sabe de tudo, que você o compreende. Mas se vocês voltarem, você vai ser exposta, seus pais vão ser expostos, e isso vai acontecer assim que souber que foi descoberta. — Ele olha a expressão de total desconfiança de Rachel, emendando em seguida — Nem me olhe assim! Não tenho nada a ver com isso. tenho muitas coisas contra esta mesma pessoa. Inclusive já estou preparando um ataque sutil a ela.
A garota estava com uma expressão pálida, talvez ao ponto de devolver todo o álcool ingerido na noite pra conta da boate novamente. E talvez no coração frio de Dexter tivesse um pequeno foco de pena por ela e toda essa situação. Mas se tem alguém pra dar uma lição em Elisha nesse momento era ele. Contudo teria que se preparar pra retaliação depois, mas se fizesse tudo direitinho não precisaria se preocupar com ela durante um longo tempo.
Se levanta ajeitando o blazer azul-escuro — Pense nisso Rachel quanto a pessoa, como eu disse já tenho algo guardado pra ela.
Um garçom passa com uma bandeja com alguns drinques. Ele lança mão na dose de vodca, fazendo com que o garçom murmurasse, mas logo se calando quando Dexter colocou uma nota de vinte no bolso do seu paletó.
De onde estava pôde enxergar a morena na área vip sozinha. Sozinha? Só poderia ser uma grande sorte uma mulher daquelas sozinha nessa boate, ou estaria esperando a companhia. Diante da incerteza, por que não tirar essa dúvida?

No final das contas, não se tratava de um plano...Dexter queria apenas contar a verdade a Rachel e deixar que ela acerte as coisas com Justin sozinha, e isso que ela pretenderá fazer logo. Só que, caso os dois voltem a ficar juntos, o tal vídeo que a misteriosa pessoa gravou irá cair na internet e poderá arruinar tanto a vida de Justin quanto a de Rachel.
A garota pensava se Dexter estaria armando pra cima dela, pensava se tudo isso não passava de uma grande sacanagem que ele queria aprontar para Justin, mas ela deixou-se levar e preferiu dar o beneficio da duvida, já que ele disse que irá se vingar da tal vadia manipuladora . O que agradou muito Rachel de ouvir aquilo...não que ela fosse vingativa, mas bem que essa bitch merecia.
A essa altura, Rachel começara a se sentir tonta e um tanto enjoada...fora muita informação em pouco tempo e tudo isso combinado com o álcool ingerido naquela noite, estava fazendo ela passar mal, e para não devolver tudo que bebeu, ela permaneceu calada, e com isso Dexter resolveu se retirar.
— Pense nisso Rachel, quanto a pessoa, como eu disse já tenho algo guardado pra ela. – disse ele depois de se levanta.

Ele nem se lembrou que tinha se oferecido para leva-la para a casa..vai ver ele queria ainda ficar pelo club e tentar faturar algo para o resto da noite. Sem despedir, e sem procurar por Natalie nem mais ninguém, Rachel se levantou e se retirou da área VIP. Tomando cuidado para não cair, ela desce a escada e abandona o club, pegando um táxi que tinha acabado de deixar alguém ali.

-Vai para onde Miss? – perguntou o motorista

Com o celular na mão, relia a mensagem de Justin. Cogitou a hipótese de ir passar na casa dele e resolver logo tudo, mas não seria uma boa ideia, não do jeito que ela estava. Precisava descansar e deixaria isso para amanhã.

- 87th Street and Madison, please. – respondeu ela encostando a cabeça no encosto do carro que partiu rumo a sua casa.

Rachel guarda o celular e aguarda chegar em casa. Dentro de poucos minutos estaria mergulhando em sua cama, e na manhã seguinte, depois de uma longa noite de sono, provavelmente acordaria de ressaca, mas nada iria impedi-la ver Justin.

Ela dava mais um pequeno gole no martini e via agora Terrence saindo abatido, visivelmente derrotado e aquilo pareceu até a comover. Tá, ela não ia com a cara do rapaz mas ver como ele saiu significava que a tal garota que ele estava anteriormente tinha sido bem fria e dura em suas palavras, o tirando completamente da jogada. Acompanhou com os olhos até que o rapaz deixasse a área VIP e então voltou a sua atenção ao rapaz e a jovem que antes era acompanhante de Dexter. Meneou em negativo e terminou o martini deixando agora o copo sobre a mesa em que se sentava sozinha. Chamou o garçom que veio com um sorriso simpático em sua direção e ela o devolveu com a mesma simpatia.

- Mais um, por favor.

O rapaz assentia com a cabeça e ela agora ficaria olhando ao movimento do local, se deixando levar por seus pensamentos, sentiu uma vontade imensa de novamente fazer loucuras, de dançar como uma vadia e arrumar um cara muito gostoso com o qual terminaria a noite com direito a muito sexo, porém não podia se afundar naquilo, não novamente. Deu um suspiro pesaroso enquanto olhava o que acontecia no ambiente. Tomaria mais um martini e iria direto para casa ou poderia acabar ficando mais alta do que deveria e gostaria e fazendo alguma loucura. O garçom chegava e ela então pegava a bebida e pagava o que devia, tomando seu drink sem a menor pressa. Vez ou outra ela olhava discretamente ao casal conversando, quem sabe ela ainda não os veria se beijando? Seria interessante mas nada acontecia, somente conversavam.

- Que sem graça, trocar o outro para ficar conversando. - Murmurava a si mesma parecendo entediada por não ver nada realmente chocante. - É cada uma.

Ela bebeu até que finalmente acabava e se levantava, parecia finalmente pronta para ir pra casa e tomaria um banho bem demorado de banheira e depois dormiria como um anjinho, exatamente como ela vinha sendo nos últimos dias.

Mesmo que estivesse conversando com Rachel, percebia mesmo que perifericamente a morena olhando pra eles (preferia pensar que olhava pra ele). Ele ajeita a lapela do blazer, aborda um garçom pra levar mais uma dose de martíni enquanto focava a morena que parecia dar o seu último gole fazendo com que ele se apressasse ao seu encontro. Ela não havia percebido sua aproximação, então ele a segura levemente pela mão — Não posso acreditar que cheguei tarde demais pra te oferecer um drinque — Ela voltando-se a ele, continuou — e minha companhia. — Falou isso sorrindo num tom brincalhão.
– Ah, bom, eu estava de saída porque meus acompanhantes acabaram sumindo e não queria sair muito tarde da boate, sabe como é, táxis. — Ia soltando a mão dele vagarosamente e ainda o olhava com uma expressão analítica.
– Entendo. É por isso que não costumo depender deles. — Tentava dar a entender de que estava de carro, ou com alguém que estivesse — Mas se você for embora minha noite vai ficar tão chata, ao menos fique mais um pouco, um drinque, uma dança talvez.
– Pois é, mas como cheguei há pouco na cidade é até melhor andar de táxi, eles me levam aonde eu quero. - Dando uma risadinha meio sem jeito e encolhendo os ombros. — Bom... um drink? — Movimentou a cabeça de um lado para o outro meio pensativa, mordiscando o lábio inferior. — Sua acompanhante talvez não goste.
Não ia explicar pra ela que Rachel era apenas uma conhecida, ia parecer mentira. Mas ao contrário disso preferiu dar o tom de aventura a ela.
– Você está vendo ela em algum lugar aqui? — Diz enquanto olhava ao redor como se a procurasse, mas logo soltando uma risada — Ela não se preocuparia com isso.

Ela ficava meio apreensiva inicialmente, não conhecia o rapaz mas ele aparentava ser "simpático", apesar de que o fato dele dar aquela resposta com relação a garota com quem estava uma resposta digna de um canalha de linha maior, lembrando o outro rapaz que a instantes a acompanhava. Ela abria um sorriso simpático e novamente encolhia os ombros. - Tem razão, se ela não está ao seu lado é porquê não deu o devido valor. - Se aquilo havia sido uma cantada? Talvez, a expressão dela mesclava simpatia e inocência, talvez simplesmente tivesse dito para mostrar que aceitava o convite. - Podemos ir, mas não posso demorar mesmo, minha tia não gostaria que eu chegasse tarde ou bebesse muito.
- Eu não seria capaz de decepcionar a sua tia - Dava a taça de martíni que o garçom acabara de trazer nas mãos da garota. - Dexter Morgan. - Balbuciou seu nome no mesmo instante que tomava a mão dela beijando em seguida num ato sedutor que costumava fazer.
- Espero que não, ela é meio severa com as regras, sabe como é, superprotetora. - Mentira, a tia estava doida que ela saísse e virasse noites e fizesse amigos, contando que não morresse ela nem ligaria para o que a garota fazia ou deixava de fazer. - Kelly Littrell. - Dizia com a voz macia que tinha e sorria deixando que ele lhe beijasse a mão para depois dar um pequeno gole na bebida, passando a língua entre os lábios. - Tem algo mais delicioso do que um bom martini?
Ele assopra uma breve risada, mantendo a expressão cafajeste naquele sorriso - Eu poderia citar uma lista, mas acho que pra isso precisaríamos nos conhecer melhor, não é? - Era uma afirmação ou pergunta?
Ela dava uma risadinha marota e fazia um biquinho charmoso, como se estivesse pensando. - Talvez tenha razão, poderíamos aproveitar que estamos aqui então e nos conhecer um pouco... melhor. - Aquela pausa que ela havia feito poderia ser considerada como se fosse uma insinuação, ou não. Mais um gole no martini e os olhos da morena não desviavam dos do rapaz.

Conversas em sua maioria eram desnecessárias. Mas isso dependia do tipo de garota que ele estivesse. Neste caso, ele estava impressionado com a beleza e o charme dela. Desviava o olhar pelo corpo escultural da morena, deslizando sua atenção aos seios e às torneadas pernas, voltando aos seus lábios os quais ela mordiscava num charme inocente e tentador.
– Seu nome não me é estranho. Você sempre viveu em Manhattan?
– Não. A verdade é que me mudei para cá há pouco tempo. Minha tia que mora aqui. Margareth Littrell, conhece? — Dava mais um gole em sua bebida enquanto caminhava em direção a uma das mesas do local. Dexter a segue repousando seu copo de coquetel com vodca na mesa, sentando-se em seguida no sofá estofado de couro, se aproximando um pouco mais dela.
– Provavelmente sim. Meu pai me obriga acompanhá-lo em todas as festas de alta sociedade.
Nos seguintes quinze minutos eles ficam conversando, descobrindo seus interesses em comum. Ela conta que nasceu em Reno, mas veio morar com a tia em Manhattan por causa da transferência pra Dalton, colégio o qual Dexter estuda. Quanto a ele, conta que seu pai é um grande publicitário dono das agências High Image, que sempre viveu em Manhattan.
Tira o celular do bolso e olha as horas, poucos minutos haviam se passado, era tempo demais. A moça o provocava constantemente com sinais sedutores, mordiscando os lábios, ajeitando os cabelos, cruzando as pernas. Os hormônios já estavam à flor da pele, e a tentativa de um contato físico era inevitável.
Dexter se aproxima do rosto de Kelly, umedecendo os lábios parando a alguns centímetros dos lábios dela — Sabe aquela lista de coisas mais deliciosas que um martíni?

A aproximação dos lábios, o hálito de Dexter sentido próximo aos lábios e os olhos da menina escorregavam dos dele em direção a boca, mordiscando o próprio lábio inferior sorrindo de uma forma travessa. Ela soltava um suspiro suave enquanto ia aproximando mais o rosto mas logo os lábios se esquivavam da direção dos dele e ela ia com eles próximos a orelha de Dexter, era a hora de ela provocar o rapaz. O hálito morno ao ouvido do rapaz e ela então ia dizendo com a voz baixa, exatamente como normalmente as pessoas faziam em joguinhos de sedução, murmurando. - Eu posso imaginar... mas... - Os olhos da menina iam em direção ao relógio que adornava discretamente o pulso. - Deu meu horário. Lamento. Mas pelo menos tomamos o drink, obrigada. - Ela terminava de falar e ia se levantando sorrindo. - Foi um prazer te conhecer Dexter, espero que nos encontremos em breve sim? - Se despedia e ia deixando a mesa, pensando em como era bom poder relembrar os velhos tempos e logo depois bancar a santinha, até que isso estava saindo melhor do que ela esperava.

Uma noite perdida seria de tudo um saco. Ao encontrar Kelly ao menos pensou que poderia se divertir, e o fato de ter se esquivado do seu beijo o deixou em dúvida se era charme ou se realmente não agradou. De qualquer forma iria sugerir isso mesmo:
– Poderia ao menos levá-la pra casa? — Franze a testa esboçando uma expressão inocente. — Just that.
Kelly deu uma olhada no rapaz depois de ter se levantado e então torcia os lábios de lado — Não será necessário Dexter, não gostaria de tomar seu tempo, pode estar cansado querendo ir para casa também — Torcia novamente os lábios de lado.
– Isso quer dizer que não, ou que está preocupada comigo? — Levanta uma das sobrancelhas como geralmente fazia quando desconfiava de qualquer coisa.
– Estou preocupada por abusar das suas gentilezas, um drinque, uma boa conversa. Nem me sinto no direito de aceitar uma carona. — O sorriso largo e gentil surgindo aos lábios.
– Hmmm... te direi no caminho então. Vamos.
Dexter termina a dose de vodca e a pega pela mão, descendo as escadas até o salão e depois pra saída do local. Avisa ao manobrista pra que trouxesse seu carro. Em instantes o porsche GT prata é estacionado na em frente à entrada do local — Presente do último aniversário. Seu pai sabia que o garoto gostava dessa linha.
Abriu a porta do conversível pra que a garota entrasse enquanto observava os olhares invejosos do local.
– E então, pra que lado?

Se acomodava bem no banco e fechava o sobretudo até a altura da cintura, cruzando as pernas. - Não é muito longe, Upper East Side. Eu lhe indico o caminho. - Quando o carro arrancasse a garota seguiria conversando coisas supérfluas com ele, daria o endereço certo de onde era seu prédio e falando de como ainda sentia uma certa dificuldade em conhecer as pessoas dali, o rapaz demonstrava a mesma educação de sempre enquanto conversavam. Quando o carro finalmente estacionava a frente do luxuoso prédio ela se virava para Dexter. - Nossa, muitíssimo obrigada Dexter, pela noite e por tudo. - Sorria o encarando, se preparando para deixar o veículo.
O rapaz parecia a olhar novamente nos olhos e depois deixar seus olhos descendo novamente pelo corpo da jovem e admirando as curvas que ela possuía. Ela não se acanhava, permanecia imóvel alguns instantes enquanto ele vinha em sua direção sem dizer nada, inclinando o corpo próximo ao dela. Ela não se esquivou naquele momento, deixando que os lábios dele tocassem os dela, cerrando os olhos e então correspondendo a aquele selinho, sugando o lábio superior dele enquanto ele lhe sugava o inferior. Logo se afastou e sorriu de canto, evitando assim que ele avançasse. - Boa noite Dex. - Deixava o carro seguindo para o prédio, entrando no saguão do mesmo.