Mac Donald's

Os pedidos chegaram, a garçonete pediu licensa e colocou os pedidos na mesa. Sarah logo começou a comer o dela, enfiando umas batatas na boca e mordendo o hamburger em seguida.

- Isso é o que eu chamo de fome. - disse Nathan zoando com a cara da garota.
Ela sorriu meio sem graça e engoliu, ou pelo menos tentou, o pedaço de hamburguer antes de falar.
- Desculpa, mas é que eu não tinha comido nada o dia todo e bem, isso aqui está muito bom.
- Eu deveria registrar esse momento.
- Nem pense nisso.

Nathan se aproximou e deu um beijinho de leve nela.
Depois, ele foi até o seu pedido e começou a comer. Eram duas porções de batatas, ele não era um fã de hamburger.

- Ainda bem que não sou só eu que pareço uma morta de fome.
Nathan apenas a olhou, e quando ela voltou a atenção para o hamburger, ele atirou uma batata nela.
Poderia sim ser uma atitude nada adulta, mas foi bem legal. Os dois estavam se dando bem.
Depois que eles terminaram, era hora de irem. Ele foi até o caixa pagar os pedidos.
Saíram do lugar, e recebeu uma proposta de Sarah.

- Quer saber de uma coisa?
- O que?
- Vamos até a minha casa?
- Sua casa?
- É, podemos assistir algum filme legal.

Não tinha como negar, Nathan aceitou logo de cara, e foram para a casa de Sarah.

Ela estava meio que muito bem vestida para ir ao Mac Donald's, mas a fome e a raiva após sair bufante do Bungalow 8 não permitiam que ela fosse a nenhum lugar mais caro ou mais longe que o Mac Donald'd, um lanche trash, rápido e barato era o necessário para ela aquela hora.
Ela entrou e foi direto para a fila, ao ser atendida pediu um cheeseburguer com coca-cola pequena e uma porção grande de fritas.
Em pouco tempo seu pedido estava em uma bandeja em cima do balcão, ela o pagou e o puxou para si indo em direção a uma mesa ao fundo, vazia por sinal.Se sentou e começou a comer seu sanduíche e beber o refrigerante comendo uma batata frita por vez e eventualmente, encharcada em ketchup.
Em alguns minutos saiu da lanchonete, completamente satisfeita, teria que ir para casa, em algumas horas teria que enfrentar a mãe.

Deixou o seu apartamento quando seu estômago roncou pela, primeira, segunda, terceira, décima vez. Precisava enfiar algum alimento guela abaixo para as lombrigas ficarem quietas e o deixar em paz. Enquanto queimava um cigarro em frente ao prédio esperando algum maldito táxi atender o sinal da sua mão estendida, pensava aonde iria pra encher a barriga. O cachorro-quente de esquina que tinha o costume de ir não deveria estar aberto naquele horário. Pensaria em algum lugar quando algum táxi resolvesse parar pra ele. E mal terminou o cigarro e o jogou no chão quando finalmente um carro vinha em sua direção, táxi! Disse para o motorista seguir em frente e parar na primeira lanchonete que surgisse, estava com fome e pouco se importava com a pocilga que o cara fosse escolher. O táxi estacionava em frente a Mac Donald's, nada mal até, isso é para quem está morrendo de fome. Pagou a corrida e seguiu pra lanchonete. Sentou-se numa mesa afastada dos demais, e um tanto hiperativo gesticulou com o braço pra chamar atenção de um daqueles carinhas que ficavam zanzando feito dondoquinhas dentro daquele uniforme simplesmente horrível.

Tinha levantado relativamente cedo naquele dia. Pegara justamente o turno da manhã para trabalhar nas férias. Assim teria o resto do dia livre para curtir. E no mais, trabalhar em um fast food pela manhã era tranquilo até. Mesmo um fast food como o Mc Donald's. Ia fazer o asseio matinal, se despedia do pai, que naquele horário era o único acordado em casa e saía de casa comendo uma maçã pela rua. Trazia nas costas uma mochila, o skate preso em um compartimento próprio. Vestia um moletom grosso e um boné virado para trás. Pegava o metrô rumo a Manhattan. Podia ser uma ilha cheia de burgueses e tudo o mais, mas ele bem gostava daquele lugar. O movimento da cidade era algo que mexia com ele também. Às vezes sentia como se o fluxo intenso de carros fosse como a própria circulação. Enfim, depois de algum tempo estava finalmente no Mc Donald's. Já ia cumprimentando os funcionários, conhecia e se dava bem com todo mundo ali. Conseguia mesmo ser simpático o garoto. Ia vestir o uniforme de trabalho e a partir de dez horas o movimento na casa já era mais intenso. Tratava todos os clientes com aquela cortesia impecável, e ele nunca fazia distinção entre as camadas sociais que ali frequentavam, tratava bem tanto um playboy, quanto um moleque que não parecia ter lá muita grana. Já atendia mais uma mesa, o sorriso preso aos lábios.

- Pois não, senhor, o que vai ser?

Michael acabava franzindo o cenho suavemente. O sujeito não lhe era estranho. Quando se recordava de onde e em quais circustâncias o conhecera, ficava quieto, apenas aguardando o pedido dele.

- Me arranja o menu, vamos ver o que o Donald's pode me oferecer de um bom e reforçado café-da-manhã. - disse pausadamente, estendendo uma mão para receber o cardápio. Não pareceu fazer questão de ser educado com funcionário.

E Michael parecia não ligar muito para o comportamento do playboy, na verdade, se fosse mesmo quem julgava ser, aquilo era completamente normal. Entregava prontamente o cardápio para o rapaz. - Está na mão, senhor. - Talvez fosse o jeito informal misturado ao formal que ele usava que o fizesse tão bem quisto pelos clientes ali. A aura de simpatia estava impregnada nele. Não apressava em nada o rapaz, apenas ficava ao lado dele, esperando o pedido ser escolhido.

Seus olhos em nenhum momento foi de encontro com o rapaz que atendia, até mesmo quando ele o entregou o cardápio. Tsc, e a boa educação ficou do apartamento pra dentro, porque ele não agradeceu. Fez um bico meio torto enquanto seus olhos passearam pelas opções. Sibilou alguma coisa, e ergueu a sobrancelha para algo que lia. Mais claro de que estava indeciso, impossível. - Olha, eu estou com fome e só quero comer... O que me recomendaria? - começou a falar e terminou com a pergunta sem nem olhar para o rapaz, os olhos permaneciam presos nas variedades de opções.

O skater continuava apenas a observar o garoto. Se ele tinha agradecido ou não, nem fazia muita diferença. Mas agora já tinha certeza absoluta de quem era. A arrogância não deixava mais dúvidas. Mike escutava a pergunta e encolhia os ombros levemente. - Há essa hora eu sugeriria um shake e fritas, apenas.

Esperava por alguma sugestão do garoto, boa ou ruim, acabaria optando pelo o que ele falasse. Continuou olhando o cardápio por não ter outra coisa a fazer. Suspendeu ambas as sobrancelhas ao ouvir a sugestão, e foi então que seus olhos foram se encaminhando para encarar a face do abençoado. - Minhas lombrigas agradecem, cara. Aí está! Vou querer shake com fritas. Anota aí, beleza? - falou até divertido, apostando até estar preenchido por um bom espírito. Fez o pedido, mas não desgrudou os olhos da face do garoto. Teve a impressão que conhecia ele. Mas o cara trabalhava no Donald's, e desde quando ele conhecia pessoal dessa laia? "Ah, pobre tudo se parece, é igual japonês, chinês, coreano, tudo de olho puxado. A diferença é que tudo sem um tostão furado no bolso", e abriu um sorriso largo e simpático. - Só não demora que estou faminto!

- Shake e fritas. - Assentia com a cabeça quando o rapaz finalmente "se decidia" pelo o que comeria, já anotando o pedido. - Não vai demorar para ficar pronto, cara. - Respondia e então seguia para o balcão de pedidos, já fazendo o pedido do garoto, sorrindo para a Meg, uma garota que também trabalhava ali e iria cuidar dos pedidos dele. Não demorava muito e já estava tudo posto em uma bandeja. Michael pegava e levava o pedido para o rapaz. Deixando em cima da mesa com aquele sorriso característico. - Tá aí, cara. Tenha um bom apetite. - Dizia apenas isso antes de se afastar e seguir de novo até o balcão, aproveitando que não tinha ninguém que precisava ser atendido no momento.

O rosto daquele garoto estava marcado, assim como o seu nome. Na hora não havia se recordado. Mas depois daquela busca na memória por aquele nome que viu no cracha "Michael", ele se lembrava e perfeitamente. Riu sozinho quando o reconheceu. Será que ele ainda estava no ramo? Terrence parou para pensar, e deveria ter feito um pedido de ervas fritas! Gargalhou sozinho pensando naquelas coisas sem pé e muito menos cabeça. Mas uma coisa ele tinha certeza, Michael de volta, era garantia de drogas de boa qualidade. Terrence exibia um sorriso todo cúmplice pro rapaz, quando mesmo vinha com o seu pedido. O encarava, e seus olhos pareciam querer se comunicar com Michael. E dessa vez, agradeceu, muito educado e satisfeito. - É, como sempre, cumprindo o que promete. Não demorou nada. Obrigado, terei um bom apetite. - observou em silêncio Michael se afastar. Algo dentro dele dizia que ele também havia o reconhecido. E se isso era bom ou ruim? Terrence logo descobriria. Enquanto isso, alimentava suas lombrigas, empurrando para elas batatinhas fritas e shake. Hm! Que delícia!

Deixou a Dalton naquela sexta-feira cinzenta preocupada. Não tinha ido muito bem nos exames e o medo de ficar de recuperação era grande. Respirou fundo, talvez o melhor fosse esquecer tudo aquilo e comer alguma coisa, estava com o estômago vazio havia horas, sem contar que se proteger do frio era uma ótima opção.
O lugar cheirava a hamburguers, o que causou um certo enjoo nela, já que sua seita vegetariana estava ligada a sua baixa tolerância com carne vermelha e o fato da matança sanguinária de animais para que uma espécie pudesse se alimentar. Mas a lanchonete era a opção mais próxima, além do mais, existiam as fritas e a coca-cola, que a satisfaziam imensamente.
Ainda usava o uniforme da Dalton, o cabelo, agora liso, estava solto e protejido por um gorro estranho vermelho, que não combinava nada com o casaco verde-musgo e com as botas marrons. As bochechas estavam vermelhas e os olhos carregavam olheiras da noite mal-dormida.
Caminhou até o atendente que sorria simpáticamente, parecia o ú8nico de bom humor por ali.

Ele continuava ainda no turno no Mac. Ali era um lugar interessante de trabalhar, conhecia muita gente diferente por ali. O lugar não estava muito cheio e ele logo via uma garota entrar pela porta e seguir direto na direção dele. E estava sim, sorrindo, como sempre. Simpático e de ótimo astral. Reconhecia a logotipo da escola assim que a garota entrava. Mundinho pequeno. Tinha passado em uma seletiva para estudar naquela mesma escola não tinha muito tempo. Ele já cumprimentava a garota com um aceno cordial da cabeça.

- Olá, senhorita. O que vai ser, uhm? - Erguia mais uma vez a sobrancelha, uma mania, talvez. Aguardava o pedido da garota. Sem aparentar pressa alguma, o que era atípico das pessoas que trabalhavam naquele lugar.

Ele era bonitinho. Encarou os olhos azuis por rápidos segundos e abaixo a cabeça, corando. A única pessoa que lhe fizera corar fora Dave, que no momento parecia ausente de sua vida. O atendente era bonitinho e simpático, mas paquerar não era a praia de Alice.

- Er...uma batata grande e uma coca média, por favor? - gaguejou um pouco, sentia a mão tremer um pouco, tentava forçar um sorriso, mas o que saia era apenas um vestígio.

- Uma batata grande e uma coca média. Certo. - Notava que a garota não estava lá muito bem. Olheiras e agora a mão tremendo. Se perguntava o que raios ela tinha. Curioso, ah, ele era sim. Já ia ao balcão de pedido fazer o pedido da garota e então voltava até ela, indicando um lugar para que ela pudesse se sentar.
- Tudo bem com você, moça?
E era da conta dele? Não exatamente, mas não conseguia ser diferente daquilo.

- S-si-sim - respondeu - é só fome - sorriu amarelo, tentando disfarçar o nervosismo.

- Só fome? Bom, está no lugar certo para ajeitar isso aí. - O garoto piscava, simpático. Se afastava da garota para pegar o pedido e dentro de poucos instantes voltava com a bandeja com as fritas e coca cola que ela havia pedido. - Tá aí, moça, um bom apetite para você e precisando, é só chamar.

- Obrigada - ela puxou a bandeja, tentando segurá-la firme, mas o universo sempre cospirou contra a nerd, a fazendo derrubar tudo no chão, sujando a própria roupa e respingando coca na roupa do garoto.
- OH GOSH! I'M SOO SORRY - ela se desesperava, tentado recolher as batatas espalhadas, colocando tudo sobre a bandeja molhada ...

Estabanada ela, só um pouquinho. Mas estava acostumado com aquele tipo de coisa na lanchonete. Cliente derrubando lanches era o que não faltava. Ele ja falava naquele tom todo tranquilo. - Calma, moça, acontece. Vou pegar um pano para limpar isso e mais alguns guardanapos para você se limpar, ok? - Ia pegando a bandeja encharcada e levava para o balcão, já pedindo lá por panos para limpar a bagunça. Não demorava muito e estava trazendo mais fritas e coca cola para a garota matar o fome dela. E um pano para limpar a bagunça. Se agaichava par enxugar o chão, enquanto continuava com aquela aura de simpatia enquanto trabalhava. - Estuda na Dalton então? Consegui recentemente uma bolsa pra lá.

- Sim, eu não gosto muito. O ensino é bom, mas as pessoas são nojentas - começou a tagarelar, o nervosismo fazia aquilo com ela - são todos uns vermes que se preocupam apenas com a aparência, desmiolados, idiotas.... - calou-se de repente, percebendo que falava demais - mas acho que você talvez goste.... - Se levantou, enquanto ele ia lá pra dentro com os panos sujos, ela tentava limpar a coca do casaco com os guardanapos. Será que iria sempre dar tudo errado pra ela?

De cara percebia que a garota não gostava muito dos "amiguinhos" do colégio. Ele não tecia comentário algum sobre aquilo. O cliente sempre tinha razão, não? Ele já suspeitava o tipo de gente que iria encontrar por lá. Mas estava mesmo preocupado em arrasar nos estudos e conseguir bolsa para uma faculdade maneira, já que os pais não poderiam bancar uma para ele. Não importava muito o naipe dos colegas que teria lá no colégio, o importante era só se dar bem nos estudos. Seguia com os panos sujos para dentro e já os deixava em um lugar próprio pra isso. Voltava até a garota então, vendo ela tentando limpar o casaco melado de coca e levando uma mão até a nuca. - Bom, e está tudo certo agora? Precisa de mais alguma coisa, moça?

- Não, obrigada - pegou a bandeja e finalmente conseguiu sorrir sinceramente - e te vejo na Dalton.
Pegou a bandeja e foi para uma mesa ao canto, concentranda em suas batatas e coca. De vez em quando lançava um olhar tímido para o garoto que parecia conversar com a caixa do lado.

A bicicleta BMX fazia um barulinho irritante enquanto George pedalava pelas ruas de NY, era natal e ele não tinha nada pra fazer. Os seus tios tinham viajado para uma conferência em Baltimore, era uma coisa relacionada a norte americanos milionários quererem comprar seus jatinhos comerciais, devia ser moda raciocinava o garoto que achou legal só de ter andado em um avião de primeira classe comum.


O sinal vermelho ascendeu e O'connor aproveitou para passar entre os carros, ele passou por um cruzamento e foi parar na 3rd Avenue, depois de dar mais pedaladas ele sentiu aquela dor no stômago, ele não se lembrara do que tinha ou se tinha comido no café da manhã. Mas felizmente e estava no lugar certo e na hora certa.


George subiu a calçada prendeu a BMX num poste e entrou no Mac Donald's, estava agradável o ambiente, George pediu um Mac Tasty , uma coca cola e uma porção de batatas fritas. Ele se sentou numa mesa do lado da janela e começou a comer tranqüilamente.


Depois de terminada a refeição, George comprou um Milk Shake de baunilha, pegou sua bicicleta e foi embora para a Rolland's Mansion.