Central Park

Vicky estava muito concentrada na mensagem que estava enviando que não estava prestando atenção para onde estava indo.
De repente esbarrou em alguém e quando se deu conta estava toda molhada de suco, antes que pude-se fazer qualquer escânda-lo, Duke encarou o pequeno acidente como um ataque e sei treinamento suéco de proteção ao dono junto ao instinto o fizeram pular na pobre garota.
Victoria acharia muito bem feito se sua mão não esteve-se presa na coleira, o que a fez ser arrastada para cima da garota.
A ruiva tentou controlar o cão mas no meio de toda aquela confusão elas se desequilibraram e caíram juntas no lago.
Realmente não poderia ficar pior.
Encharcada, envergonhada e com muuuito frio, Vicky ajudou a menina a se levantar e se desculpou:
-Bom...eu iria dizer que está tudo bem, mas não seria verdade...-respondeu a loira
As duas riram enquanto um garoto vinha em sua direção.
Ele as ajudou a sair do lago e apesar do grande constrangimento Victoria não pode deichar de notar o quanto ele era lindo.

Natalie e Rachel se aprontaram, e logo saíram apressadas para o Central Park, onde encontrariam Sam.
Elas não haviam marcado um lugar ao certo, mas elas sempre se encontravam lá, portanto uma já deveria saber aonde a outra iria. E lá foram as duas para perto do Grande Lago, onde esperariam por Samantha.
O lugar estava bastante gelado, ventos fortes assopravam aquela área. Não haviam muitos guys jogando bola, como era de costume, tinha algumas pessoas caminhando, nada ali estava muito agitado.
Elas logo se sentaram em um dos bancos bem em frente ao lago, e ficaram na espera de Sam.

Sam desceu do táxi na entrada mais próxima ao Grande Lago, onde as meninas geralmente se encontravam. Um vento gelado soprava em NYC, fazendo com que Sam quase se arrependesse de ter saido de casa. Ela caminhou no Central observando o lugar, anormalmente menos movimentado para um sábado. O Grande Lago era ligeiramente distante e a caminhada serviu para ela colocar os pensamentos no lugar. Difícil dizer no que tudo que ela e Natalie tinham a conversar daria. Finalmente, ela avistou duas figuras conhecidas. Natalie e Rachel estavam sentadas num banco, observando o movimento do parque. Sam se aproximou.

- R, N! this is Madison speaking! - falou e sentou ao lado delas.

Enquanto esperavam, Coop e Buren jogavam papo fora, nada muito interessante, mas precisavam passar o tempo, e ainda desviar a tensão que estava ali, por causa do tempo frio que estava começando a ficar congelante.
Depois de algum tempo, Samantha apareceu.
- R, N! this is Madison speaking! – disse ela já se sentando ao lado das garotas no banco do parque.
- Sam! – exclamou Rachel com certa felicidade em ver a amiga.
- Hey Madison! – disse Natalie sem parecer muito animada, já que estava em divida com a amiga, ou pelo menos achava que estava. – Pensei que não fosse demorar. – continuou, desafiando a amiga, por simples diversão. Uma coisa comum entre elas, joguinhos.
- Pensou errado então. E poxa, eu nem demorei! - disse Sam, fazendo biquinho
- Ahh, o jeito Madison de ser. – disse Natalie e Rachel juntas enquanto zoavam com a cara da amiga. Soltando gargalhadas a seguir.
Depois de um tempo, Natalie interrompeu.
- Well, hora de deixar as brincadeiras de lado. – disse Natalie interrompendo as brincadeiras que ela mesma havia começado, e olhando sério para Samantha.
-ih, sem brincadeiras? estou fora! vejo vocês depois. love ya'll! kisses. – disse Rachel apressada, saindo rápido dali, sem mesmo esperar que as amigas intervissem e pedissem para ela ficar.
- Você já tem idéia do que eu necessito falar com você, não é mesmo Madison?

Rachel e Natalie ficaram na frente do Grande Lago do Central Park esperando por Sam. Elas bateram papo e passaram tempo até ela chegar.
- R, N! this is Madison speaking! – disse Sam assim que chegou e logo se sentou com elas.
- Sam! – exclamou Rachel com certa felicidade em ver a amiga.
Natalie logo tratou de provocar Sam de brincadeira dizendo que ela tinha se atrasado, e no final todas riram. O clima entre as amigas estava bom, até Natalie cortar as brincadeiras e querer tratar de algo sério. Rachel nem quis saber o que era, chega de preocupações, ja tinha deixado a amiga afogar as mágoas com ela, agora ela precisava relaxar e se abstrair sozinha no seu canto.
-ih, sem brincadeiras? estou fora! – diz ela ironicamente ou se levantar - vejo vocês depois. love ya'll! kisses. – disse ela saindo apressada, sem deixar as duas responder, indo direto para casa caminhando pelas ruas da cidade.

- mas e então nath, qual o assunto sério que a gente tem que tratar? - disse sam, fingindo não saber o motivo da conversa
- Hmm... Já que vi que você quer isso da maneira mais difícil. - Natalie respirou fundo, esperava que Madison ajudasse, o que não estava acontecendo. - O assunto é 'me and Alex'.
- ahh, eu já esperava esse ser o assunto. Mas e então, você gosta dele ou só quis curtir um pouco? - disse samantha, mantendo a calma
- Difícil dizer, mas eu não gosto dele, o que não é novidade. Eu não queria me envolver com ele, mas aconteceu.
- é, se aconteceu ele também quis. Não posso mandar em ninguém certo?
- Sorry Madison. não sei se você ainda sente algo com ele... eu realmente não queria.
- Ok Nath! Até pq nem eu sei se gosto dele ainda, eu tô super confusa sabe? Tem ele, Chuck, Justin - nesse momento Sam abaixou a voz, não podia ter tocado no nome de Justin
- Woow! O que rolou nessa festa que eu não sei, Samantha Madison?
- O que? Nada não rolou nada ok! Ele é meu amigo e sei lá, eu to preocupada com ele, é isso.
- Preocupada com ele? Ok.
- Natalie Fergunson Cooper, você está duvidando da Madison aqui?
- Você não está congelando? Vamos logo, temos que encontrar nossa Buren.
- Ótimo! Vamos sim! - disse Samantha, com um imenso alívio por terem mudado de assunto
- Talvez ela goste de saber da sua preocupação. - disse sacaneando com a amiga.
- Nem brinca! nem mencione isso com a Rach ok?
- Ok, ok! Sorry?
- Ok! Vamos sair logo daqui.

E as duas saíram caminhando atrás de Rachel que já estava um pouco distante, mas foi alcançada com algum esforço. Samantha se despediu das duas e foi para casa. Ficou o dia inteiro lendo e ouvindo música, evitando pensar em qualquer coisa.

Tinha passado grande parte do dia andando pelo UES. Mais para o final da tarde foi para o Central Park ver o dia acabar enquanto ouvia The Cure.
Quando o céu ficou escuro, seu celular vibrou no seu bolso. Olhou no visor e a palavra "Home" piscava. Atendeu a contragosto:

- Hey...
- Sophie, it's Martha.
- Oh, hi... Is everything all right?
- No. I think you should come home. Your parents...
- What happened Martha?

Mas a empregada não completou a frase. O telefone fora desligado. Sophie levantou-se do banco que estava sentada e andou rapidamente para fora do parque.
Pegou um táxi e foi direto para casa.

E depois de ter passado uma manhã muito agradável com sua tia, podendo contar a ela algumas coisas sobre seu dia-a-dia na antiga escola, como eram os colegas de turma e coisa do gênero, a mulher teve que partir, tinha ainda que ir para a empresa que administrava com pulso firme. A garota então aproveitaria que ela somente voltaria pela noite e iria conhecer um lugar que sempre ouviu bastante, o Central Park. Ela deixou as malas no quarto que lhe cabia e foi atrás de um táxi, seguindo diretamente para o Central Park. Chegando lá, a garota deu uma olhada no mesmo e sorriu, era belíssimo, imponente com suas árvores robustas e, apesar do clima frio, não perdia aquele brilho mágico, isso pelo menos aos olhos da garota. Ia adentrando ao mesmo, andando em passos tranquilos, nem ao menos tinha trocado ainda a roupa de viagem mas achava que era necessário poder tomar um ar puro, conhecer um pouco mais do local que, de certo, ela iria ainda inúmeras vezes quando precisasse relaxar. Enquanto caminhava, ela ia reparando nas pessoas que estavam ali, não eram muitas talvez pelo tempo frio e aparentemente nublado mas ainda assim pareciam se divertir no local e nem ligar para o clima ruim. Ia mantendo seu caminho, pensativa, sibilando alguma canção, parecendo relaxada naquele ambiente.

- I'm spoiled by your love, boy. No matter how I try to change my mind, what's the point, it's just a waste of time.

Às vezes, as pessoas sentem receio, receio para enfrentarem seu orgulho e seus medos. Era assim que Natalie se sentia, antes de encontrar com a mãe, elas nunca haviam chegado a brigar, e estavam em uma situação complicada. Ela sabia que estava agindo de maneira infantil, e que devia desculpas, e foi o que ela fez, se desculpou, enfrentou seu orgulho e se redimiu.
A mãe já havia se despedido de New York, e ela já estava retornando para sua rotina. O aeroporto estava cheio, como de costume. Pessoas apressadas e aparências de sono. Natalie ia caminhando em direção a saída, logo acenou para um táxi.
Após algumas tentativas frustradas, ela conseguiu o táxi, e logo disse o endereço de sua residência para o motorista que seguiu adiante, pelas ruas cheias da big apple. O motorista resolveu pegar uma outra rota, seria um caminho mais comprido, mas que no fim sairia mais rápido, ele sairia do transito engarrafado, pelo menos era o que o motorista havia dito.
Ela estava pensativa, apenas observando as ruas e os prédios que ficavam atrás de si. Quando se deu conta percebeu que já estava praticamente em casa, mas o trânsito estava bastante lento.
- O que está havendo? – perguntou Natalie desinteressada na resposta.
- Acho que é uma batida, ou algo parecido. – respondeu ele distraído, tentando entender o que quer que tenha acontecido.
- Bem, acho que isso vai demorar. Vou ficar aqui, obrigada. – disse ela entregando-lhe o dinheiro da corrida e abrindo a porta.
Passou por entre os automóveis que estavam ali esperando juntamente com o táxi onde estava, e atravessou a rua em direção ao Central Park. Já que iria esperar de qualquer forma, resolveu dar uma volta e ver se achava algum conhecido.
Entrou no Central Park e foi caminhando por entre as árvores. Estava frio, e ventava bastante. Natalie pareceu se arrepender de ter entrado ali, estaria melhor se estivesse ido direto para casa, pelo menos estaria aquecida e não prestes a pegar uma chuva. Era o que parecia, o dia estava fechado e escuro, e isso podia significar uma chuva passageira, como é bem comum na cidade. Havia poucas pessoas por ali, foi procurando pela saída mais próxima que lhe deixasse praticamente em casa, esperava conseguir tempo e se proteger da provável chuva. Ela não esperava que não fosse dar tempo de sair dali. Percebeu que algo a atingiu no rosto, era uma gota.
- Shit! – esbracejou para si mesma, quando viu que não teria outro jeito.
As gotas começaram a cair com uma velocidade maior, e maior, aos poucos essas gotas foram aumentando, estava chovendo. Natalie avançou os passos, com a esperança de encontrar um abrigo, mas já era bem tarde, a cada passo que dava, mais estava molhada, era uma chuva forte e gelada, não tinha maneira de escapar.

O passeio ia se tornando cada vez mais prazeiroso para a garota, ela olhava as pessoas, haviam algumas pessoas que iam deixando o local depois de terem alguns momentos em família e, imagens como aquela, faziam a garota pensar em como seria se seus pais tivessem mais tempo para ela, se pudessem simplesmente chamar a garota para fazer um piquenique, se sentarem e conversar e rir como uma família normal, se esquecendo do sobrenome e dos afazeres. Ela praticamente tinha a visão em sua mente de como seriam aqueles momentos e chegava a dar uma risadinha, imaginava seu pai fazendo piadas bobas e divertindo a ela e sua mãe com aquilo mas logo ela voltava para a realidade e nela seus pais nunca tinham tempo nem para um almoço em família e muito menos para conversarem e rirem. Ela deu um suspiro pesaroso, os braços se cruzaram na frente do busto como se buscasse daquela forma não sentir tanto o vento gelado que chegava a quase ser cortante na pele clara da morena. Olhava novamente para frente enquanto caminhava e ia então dando uma olhada rápida ao céu e vendo as nuvens carregadas que mostravam que a chuva estava prestes a cair.

- Ah não! Melhor eu encontrar a saída e ir para casa.

Ela dizia a si mesma e então ia acelerando os passos, ainda bem que já tinha costume em se equilibrar em saltos como aquele ou teria sérios problemas se bem que não adiantava muito, quando menos esperou as primeiras gotas iam caindo do céu e a garota chegava a dar uma risadinha meio irônica.

- E lá vamos nós! Ai que eu devia ter olhado o tempo!

Ia iniciando a corrida pelo parque mas não adiantava, a chuva ia ficando cada vez mais forte e as gotas já iam começando a molhar ela, o que podia fazer era simplesmente procurar algum abrigo. Ia olhando para os lados enquanto corria, não sabia para onde ir, não conhecia nada e não parecia encontrar nenhum lugar bom o suficiente para se esconder, começando a ficar ensopada. Via então a boathouse e então corria para lá o mais rápido que podia, as roupas agora pesando no corpo, alguns fios de cabelo pregando ao rosto até que ela finalmente conseguia chegar a cobertura. A garota batia o queixo de frio e cruzava os braços novamente agora podendo notar que outra garota também ia se abrigando e somente lhe lançava um sorriso simpático enquanto tentava se aquecer.

Ela foi em direção ao boathouse, lá poderia pelo menos esperar a chuva passar, já estava praticamente encharcada, seu uniforme curto uniforme estava todo ensopado e não cobria praticamente nada das suas pernas, seu casaco pesava, e ela sentia muito frio, mais que antes. Suas mãos pareciam estar congeladas, e ela ficava esfregando os braços, com a intenção de aquecê-los, enquanto assoprava, com a intenção de sentir pelo menos um pouco de ar quente, que saia dos seus lábios. Sua aparência estava horrível, seu cabelo estava um lixo, e suas roupas nem se fala.
Natalie percebe uma garota apressada entrando no local atrás de si. A garota também estava molhada, e demonstrava sentir frio. Seria impossível não sentir no estado em que se encontrava, estava ensopada, assim como Natalie.
Ela sorri para a garota até então desconhecida, e logo começa a puxar assunto. Conversar seria legal na situação em que se encontravam.
- Muito frio certo? – perguntou Natalie sussurrando, já imaginando a resposta. Percebe que era uma jovem, uma jovem que parecia ser da alta sociedade, mas não a conhecia do Dalton, ou de qualquer outro evento, como era de costume. - Coop. - se apresenta tentando sorrir.

Kelly ficava meio quieta enquanto tentava se aquecer, esfregava os braços por cima do casaco e por mais que tentasse se aquecer ela não conseguia, o vento não ia ajudando nada, ainda mais quando batia diretamente nas roupas ensopadas. Assoprava vez ou outra as mãos, deixando o ar quente aquecer os dedos e depois voltava a esfregar os braços, cruzando eles para fazer movimento com as mãos para cima e para baixo, sentindo um pouco do calor. Quando a garota começava a falar ela olhava diretamente a ela, concordando com a cabeça.

- Pois é. Muito frio. Não olhei o tempo, acabei pegando essa chuva toda... - Ela tremia bastante enquanto falava, o lábio inferior tremulava, esperava que não tivessem que ficar muito ali, não seria bom para nenhuma delas. - Prazer. Kelly Littrell. - Dizia baixinho assim como ela.
- Littrel? Você é da cidade? - pergunta curiosa, por já ouvir falar da família, mas nunca da garota.
- Bom, minha tia mora aqui, se chama Margareth, e eu vim morar com ela. Cheguei hoje em New York. - dizia sorrindo a menina, colocando os cabelos molhados atrás das orelhas e deixando o rosto a mostra. - Mora aqui há muito tempo?
- Não exatamente, digamos que quando criança, e agora recente. - respondeu rápido, não querendo falar muito de si e de seus problemas. - Veio de onde?
- Certo. - ela dizia logo depois da resposta da garota, notava que ela falava meio apressada e já desconversava, o melhor a fazer então era seguir o rumo. - Vim de Nevada, Reno para ser mais exata. Vim estudar na Dalton, conhece?
- Claro, onde estudo. - disse abrindo o casaco, e mostrando-a o uniforme, que estava bem pequeno de fato. - Uma ótima escola.

Os olhos da menina pareciam brilhar quando ela falava sobre estudar lá e sorria de uma forma serena. - Nossa, que coincidência. Eu vou começar a frequentar as aulas em breve, depois das férias para ser mais exata. E... - deu uma pausa. - Desculpa... mas, qual seu nome realmente?
- Natalie! - disse como um super expressão, abrindo um sorriso, era como se estivesse falando de alguém bastante conhecido. - Você vai entrar em que ano?
- Natalie. - Dizia para guardar bem o nome e ligar ao rosto quando a visse novamente, esperava que se vissem mais vezes, era bom conhecer alguém quando se é nova em um lugar, ainda mais como Manhattan. - Vou entrar no terceiro ano. Você é de que ano? - Ela agora sorria, parecia estar aos poucos se deixando levar pela conversa, no fim a chuva não tinha sido tão ruim, só o frio ainda incomodava um pouco.

Enquanto ia esperando a resposta, ela novamente pensava na vida em Reno, pegou-se pensando nas amigas que deixou para trás, ela tinha esses momentos em que pequenas coisas simplesmente a desconectavam do mundo e aconteciam a qualquer hora, passavam como flashs na mente de Kelly que ela simplesmente não conseguia controlar.

Natalie não esperava encontrar ninguém ali, mas acabou que a presença da Littrel havia sido legal, elas ficaram fazendo companhia uma para a outra, esperando a chuva passar, o que aconteceu até rápido depois que elas puderam se entreter entre si.
A conversa foi interrompida, o celular de Natalie tocou, ela havia combinado de estudar na casa de Madison, não podia dar para trás, e além disse precisava rever todo o conteúdo e fechar o ano com as notas bem altas.
Era Samantha.
- Hey... Ahh, ok! Wait for me. Me atrasarei um pouco, x.o. - Natalie fecha o celular, desligando assim a chamada.

- Ah, desculpe Littrel, tenho que ir, a chuva já está passando e eu estou atrasada. – disse apressada, sorrindo para a garota. - Nice to meet you.
Natalie saiu dali rápido, ia passar em casa tomar um banho e ir ao encontro das amigas, recuperar o tempo perdido.

A conversa tinha sido boa, serviu para distrair e assim a menina não se sentia tão sozinha, pelo menos naqueles poucos momentos que as duas garotas tiveram juntas. Quando Natalie iria lhe responder a garota viu que o celular dela tocava e então se manteve calada, deixando que ela conversasse sem interrupções, sabia bem o quanto isso podia ser desagradável. Quando a garota desligou o celular ela foi concordando com a cabeça, sorrindo daquela forma sincera que sempre fazia.

- Sem problemas Natalie, obrigada pela companhia. - Sorriu a ela e a somente terminou o cumprimento. - Foi bom te conhecer também.

Enquanto via a garota sair apressada dali, a menina esperou mais alguns instantes para então fazer o mesmo, mas sem a pressa da garota, não teria muito ainda o que fazer em casa. Deixou o parque e então foi fazendo sinal para os táxis. Alguns passavam direto até que finalmente um parava e ela adentrava e dizia o endereço para o apartamento da tia, olhando pela janela o parque que ia ficando para trás, iria mais vezes ali mas, de certo, quando não estivesse com tempo de chuva.

O Aston Martin estacionava. Troy olhou mais uma vez para o cachorro que o observava com aquele olhar que assustaria qualquer um. Ledo engano e pura enganação. Era doce. Ao menos até segunda ordem. Como o dono, dizem que quem, sai aos seus, não degenera. Ele sorriu e fez um novo afago no animal, descendo do carro. O animal batia a pata na trava da porta e empurrava com a cabeça. Não havia nada melhor que adestramento. Esperou o cachorro empurrar a porta novamente e vir para perto.
- Good boy.
Não iria colocar a guia ainda.. começava a caminhar com o Husky o seguindo. Enfiava a mão no bolso para retirar a bolinha vermelha e quicar no chão. Os sentidos de Seth ja se voltavam inteiros para aquela coisa vermelha e pulante. Troy jogava a uma distancia considerável e lá ia o aprendiz de lobo atras da bolinha.. O garoto parava diante de um carrinho de cachorro quente. Belo café da manhã. Pagou o sorridente homem, enquanto ajeitava o oculos de sol. Maldita claridade diária. E seguiu o caminho novamente.. Seth ja estava retornando com a bola na boca. O rabo feliz abanando de um lado a outro. Jogava novamente a bola. E enfiava o cachorro quente na boca. Teria que ir em Dalton ver sobre sua matricula. Iria no dia seguinte.Hj era domingo.. manhã de domingo. Dia de passear com o cachorro, era assim que rezava o manual do bom garoto feliz. Tomava a coca-cola enquanto olhava o trajeto do animal.. O Celular tocava.
- Hey T. e então.. vc viu? ahn? vc viu? O que achou? Ahn?
Era a voz de Alan. Parecia ligado na corrente de 550. Terminou de comer o hot-dog e o ruido da coca-cola sendo sugada poderia ser escutada a kilometros de distância.
- Você tem mais? Com essa garota... Eu gostei dela para começar as transmissões.
- Vc é louco cara! Louco! Mas eu gosto disso em vc... ahn.. mais dela?? Não.. foi um achado não é!?! Sei que ela é de Nevada! Isso eu sei bem.. foi lá que eu consegui o video.. e eu sei que ja vi aquele velho em algum lugar tb.. mas eu não lembro.,. e então.. vc vai querer? heim? ahn? vai? Cara quebra essa pra mim.. me ajuda.. eu prometo que eu vou arrumar a grana,.. eu prometo Troy!
Escutava o rapaz dizer que não tinha mais videos da garota.. e meneava a cabeça negativamente.. mas tudo bem.. aquele serviria.
- Tudo bem.. tudo bem.,. tem mais um mês para conseguir a minha grana. E se conseguir mais coisas... sobre a garota do video.. eu posso renegociar a sua dívida.
Alex vibrava do outro lado.. mais um mês sem surras pelos becos.
- Tá! Tá! Tá certo chefe!!! Eu posso te chamar de chefe né? Eu prometo boss.. vou arrumar até a cor e marca da calcinha que ela veste.. se bem que no video é o que menos importa né? Ta.. eu vou conseguir! Obrigado!!
O Telefone era desligado antes mesmo que o rapaz agradecesse.. retirava o cigarro do bolso, levando o maço até a boca para retirar apenas um. O Zippo era riscado em seguida.. e lá vinha Seth novamente com a bola. Atirava novamente e estava distraido. Não via a direção. A bola seguia seu trajeto direto para dentro do copo de café de alguem. E lá ia Seth para buscar assim mesmo batendo com o focinho para derrubar o copo.

Passara o dia com o cachorro, pensando nas coisas que teria para fazer.. dois contatos a se receber.. voltava para o carro com Seth, e então para o hotel. Lá tentaria conseguir alguns numeros de telefones, importantes para o que pretendia fazer de agora em diante.

Era um belo dia para boicotar o pub, esquecer das responsabilidades e deixar George na mão para fazer algo completamente inutil. Vestiu um sobre tudo por cima dos jeans velhos e do moletom surrado, colocou o wayfarer e jogou tudo pro alto, seguindo para o Central Park, o melhor lugar para não fazer nada em NY, carregando apenas um maço de Lucky Strike e 20 dolares. Acendeu um cigarro e caminhou pelo parque, em um banco viu uma velha estranha rodeada de pombos, parecia uma estatua e usava roupas bizarras. No gramado viu uma familia fazendo um picnic, sempre achou que essa coisa de familia unida e feliz so existia em Full House. Uma socialaite passou por ela correndo, uma musica eletronica chata podia ser ouvida saindo de seus pequenos fones de ouvido brancos, usava roupas de laycra cor-de-rosa e carregava uma garrafinha de água em mãos. Nunca entendia essas mulheres esportivas, que passam a vida malhando e lutando pelo corpo perfeito. Que diferença faz? Em alguns anos todos irão virar osso mesmo. Observar pessoas alheias a fazia pensar no futuro, qual daquelas mulheres ela iria se tornar? Das tres opções a mais provavel era a mulher dos pombos, era esse o seu futuro, se tornar a mulher dos pombos. Seguiu até o lago, aonde apoiou-se no corrimão da ponte e ficou lá, gastando seu tempo, pensando na vida, tendo crises existenciais.

- Então eu falei para a professora fazer novamente a faculdade - a loirinha deu um gole na coca cola - todo mundo sabe que a Amazônia pertence ao Brasil e não a Bolívia, for gods sake!
Matthew soltou uma risada, voltando a comer seu cachorro quente. Prudence caminhava ao seu lado, parecia realmente feliz de estar por ali.
- Você deveria sair mais vezes, Pru.
- Meus pais não tem tempo...urgh, olha aquela velha! Ela não sabe que os pombos são as aves que transmitem mais doenças? I CAN'T LOOK AT HER!
Um pouco mais a frente ele visualizou uma velha estranha rodeada de pombos. Não era uma cena muito agradável, mas não foi aquilo que chamou a sua atenção. Mais a frente a garota do bar parecia distraída, apoiada no corrimão perto do lago. Antes que pudesse pensar em se aproximar, Pudence já caminhava apressadamente naquela direção, a mulher dos pombos a havia assustado. Ele apenas seguiu a pequena e quando se deu conta já estava praticamente ao lado de VV.
- Hey you - abriu o sorriso simpático, tocando o ombro da garota delicadamente - alone in Central Park? Isso não me parece bom...

Os dois conversaram durante um tempo, até Prudence sumir de vista e Matt se obrigar a ir atrás dela. Se despediu da garota e saiu a procura da loirinha, a encontrando perto do lago. Deu uma bronca servida na garota e ambos deixaram o park, já estava escurecendo e esfriando.

Passos.. passos tranquilos eram dados naquela noite calma em Manhathan.. havia dado o primeiro passo no plano de enlouquecer uma garota. Sorria para si mesmo enquanto os dedos deslizavam sobre uma aliança que mantinha no bolso do sobretudo.. o outro par fora enviado pela transportadora. Esperava piamente que Kelly Littrell a sobrinha de Margareth Littrell entendesse o recado.. ja tinha a encomenda da manhã seguinte.. uma coroa de flores para ela quem sabe se lembrar do que tinha feito para aquela pobre mulher.. seguia com as mãos dentro do sobretudo. Já havia enviado uma mensagem para T-Bone. Lembrava-se da voz e do jeitinho de santa da tal garota.
- Essas são as piores..
Respondia para si mesmo enquanto buscava um banco para sentar.. aspirava o ar frio da noite enquanto recostava a cabeça no encosto. Aquela cidade lhe trazia recordações familiares. As vezes se perguntava onde ela podia estar. A Magrela.. mas não se permitia demorar-se mais que dois minutos no pensamento das pentelhações de infancia de sua prima. Passava as mãos pelos cabelos. Retirava o celular do bolso, configurando para não identificar a chamada. Era bom ter alguns contatos na cidade... nada como uma cantada bem dada.. ou uma fda rapida num provador qualquer não realizasse.. Sorriu e discou o numero.. queria ver se a santa puta atenderia.

Vick foi ao central park e se deitou embaixo
de uma árvore, tomou metade de um dos cafés
e ficou observando a paisagem por alguns instantes,
sua vida estava um caos de tanto
tédio, mas ela aguentaria até o término
das provas, depois disso ela mostraria a NY do
que uma Fowl é realmente capaz.
Victoria pegou os livros e se aplicou nos
estudos ela só sairia
de lá quando tivesse
toda matéria na ponta da língua...
ou quando tivesse fome.

Definitivamente não era aquilo que ela tinha em mente quando tinha saido para ir até Dalton mas enfim, ela teria depois muito tempo para conhecer realmente a escola e não estava nada afim disso naquele instante mesmo mas a verdade era que não estava ainda querendo ir pra casa, era cedo, já tinha se arrumado e saido então porquê não dar um passeio? Entrou no táxi e pediu que o homem fosse para o Central Park. Quando o carro parasse ela o pagaria e desceria do veículo, olhando a entrada daquele lugar. O primeiro dia que ela teve ali não havia sido muito proveitoso, não tinha caminhado muito por causa da chuva que acabou estragando os planos mas agora sim teria todo tempo do mundo para fazer o que quisesse. Ia seguindo devagar para dentro do local mas daí então deu uma parada no meio do caminho e foi abrindo a bolsa. Tirava o MP4 e ia então ajeitando para que ele ficasse no bolso do jeans e os fones passassem por dentro da blusa até chegarem aos ouvidos. Tocava Joss Stone, algo gostoso de se ouvir enquanto passeasse por ali. Ia andando e sibilando as músicas enquanto admirava a paisagem, todo aquele verde, os diferentes grupos de pessoas que passavam, as crianças, tudo.

- Paz...

Ela dizia a si mesma enquanto andava completamente distraída com o local, os olhos admirando tudo por ali e um sorriso meio bobo preso ao canto dos lábios. Parecia uma boba alegre daquele jeito mas quem ligaria?

E tinha coisa melhor para fazer nas férias do que andar um pouco de skate? O destino era o Central Park, velho conhecido do garoto. Sempre passava momentos bons por ali. O tempo, apesar de não estar lindo, não tinha chovido então já era perfeito pra andar um pouco e lançar algumas manobras. A roupa era bem quentinha, um moletom largo em tom de cinza e com capuz preto que não estava na cabeça, com um tribal estampado nas costas e uma touca cinza e com algo bordado na frente, a calça jeans era típica de skatista, larga e caindo pela bunda. Os fones estavam no ouvido e ele balançava a cabeça ouvindo Audioslave, enquanto ia fazendo as manobras no belo Central Park, perfeito para esse tipo de esporte de rua. Era quando uma bela loira tirava totalmente a concentração do garoto. Ele olhava mesmo, de virar o pescoço quando a garota passava por ele. E isso resultava em não prestar a menor atenção no que vinha pela frente dele. Quando virava para frente de novo, estava quase em cima da morena, não tinha mais como freiar ou desviar, o que dava para fazer era saltar do skate, o empurrando pra trás com o pé e partir direto pra cima da garota.

- Aaah, cuidado!

Já dizia naquele tom desesperado. Estava acostumado a cair no chão, já até fazia isso bem e sem se machucar. Mas daquele jeito ia cair por cima da garota, já abria os braços e abraçava a garota. Opa, mão boba em um dos seios, mas era totalmente acidental. Girava o corpo rápido de forma a cair no chão e a menina caísse em cima dele. Batia com violência as costas no chão, fazendo uma careta.

- Ai, desculpa.

Ia pedindo pra garota, quando percebia onde estava a mão, tirava logo e arregalava os olhos. Sorte que a menina também tinha caído de costas em cima dele, não iria ver a cara toda sem jeito dele. Mas quem precisava ver quando a voz saía todo gaguejada.

- Ehr, d-desculpa!

Ela seguia caminhando, estava totalmente distraída, parecia que as músicas deixavam o ambiente ainda melhor, tranquilo. Era bom andar naquele lugar, mesmo gostando da correria que era Manhattan ter aquele refúgio naquela grande cidade era perfeito. Ia caminhando e sibilando a música, sem sair nenhum som pelos lábios. Dava uma parada para observar um pouco alguns rapazes jogando futebol e rindo, se divertindo e ela somente sorria de canto. Ia continuando a seguir seu caminho quando ouviu um "Cuidado" bem alto.

- Heim?

Ela virava a cabeça para ver o que era e não tinha tempo de fazer nada, a trombada era certeira e o rapaz ainda a abraçava e girava de forma que ela caísse por cima dele e, calma ele estava com uma das mãos em seus seios? Quando ele batia com as costas no chão ela tb sentia um pouco do impacto e fazia uma careta, os olhos fechados por alguns instantes. Quando os abria ela ainda via a mão em seu seio e logo que ele tirava e ia pedindo desculpas ela ia se levantando, tirando os fones dos ouvidos.

- Poxa, não dá pra vc prestar atenção não? Ai... - Ela ficava meio nervosa e passava a mão nas costas, tentando endireitar a coluna e fazendo careta. - Droga, era só o que faltava. - Resmungava e ia vendo se tinha alguma coisa quebrada, abrindo a bolsa e olhando dentro dela.

O garoto se sentava no chão assim que a garota se erguia. Levava a mão até a nuca, totalmente sem jeito e fazendo uma meia careta. - Putz, foi mal, moça. Foi mancada minha mesmo. Ahm, não machucou? - Olhava a menina olhando para a bolsa e franzia o cenho - Ahm, ou quebrou algo...

- Estou vendo, fica tranquilo. - Ela ia dizendo enquanto olhava e logo ia pegando o celular e a aparência dele não estava nada boa, dando um suspiro longo e pesaroso. - Droga, meu celular. Menino... - Olhava torto novamente pra ele. - Podia ter sido mais cuidadoso. - Ia guardando novamente na bolsa e iria voltar a caminhar quando sentia aquela dor forte no joelho. - Aaaai! Merda... - Resmungava, esperando que ele não ouvisse.

Logo fazia uma careta quando ela reclamava do celular. Estava ferrado agora. Se erguia do chão, batendo a mão na calça pra tirar a poeira.. - Ai, foi mal, moça. Olha, eu posso mandar arrumar o celular. - Não tinha dinheiro sobrando não, mas ia dar um jeito. O loira que deu prejuízo aquela lá. Ainda estava olhando pra garota, com a mão na nuca, quando ela mancava e dava sinais de dor, ele ia logo até ela e tocava o braço dela, passando pelos ombros e indo para o banco mais perto. - Nossa, moça, quer que eu dê uma olhada?

Dava pra notar como ele ficava quando ela falava do celular e somente emendava logo depois. - Fica tranquilo, eu mando arrumar, não deve ter sido nada sério, tava precisando trocar ele também. - Ela não queria ficar dando problemas para o rapaz já que ele parecia ter realmente se sentido péssimo com a trombada. Quando sentiu o joelho e ele se aproximava para a ajudar, ela ao primeiro momento deixava mas logo ia tirando o braço dos ombros dele. - Tá tudo bem... fica calmo. Obrigada de qualquer forma.

E lá ia ela naquela teimosia, mancando bastante enquanto caminhava, quase não saindo do lugar e dando gemidinhos baixos de dor. O dia não estava mesmo fácil, isso que dá sair de casa.

Ele tentava calcular o tamanho do estrago no celular da menina, ah, estava totalmente arrependido de ter olhado o traseiro da loira lá. Bom, mais ou menos arrependido. Ia logo ajudar a menina que mancava e ela negava a ajuda, tá, ele não ia forçar a barra, deixava a menina ir embora e suspirava, ainda assistindo a garota ir embora. Era quando ela começava a mancar de novo e gemer por conta do joelho. O garoto ia de novo até ela, agora passando na frente da garota e começando a andar de ré, olhando pra garota e gesticulando enquanto falava.

- Moça, você não está nem um pouco legal. Vai, se não quer me deixar olhar eu te levo até o posto médico do parque.

- Posto médico? Mas... nem é pra tanto... - Ela ainda tentava caminhar, teimosa? Sim, mas também pelo fato de que não gostava muito de contato. - Já disse que... AI... PORRA. - O palavrão saía mais alto dessa vez e ela corava, algumas pessoas a olhando enquanto ela agora parava de andar.

Fazia a careta quando a garota xingava. Ele voltava a se aproximar, dessa vez não tocando a garota, apenas se posicionando ao lado dela, para que ela se apoiasse se quiser.

- Moça, vai, você não está legal e eu sou totalmente culpado por isso. Vou só te levar no posto médico pra dar uma olhada nisso e pronto.

Olhava meio torto e então ia concordando com a cabeça. - Ok, ok... eu aceito sua ajuda. Droga, tá doendo. Onde é o posto? - A garota encostava a mão no ombro dele pra se apoiar.

- Não é muito longe daqui. Vamos rapidinho. - O garoto abria um meio sorriso, simpático e olhava para a garota. Começava a andar devagar, para não forçar o ritmo pra ela. Dizia enquanto olhava para o chão e ia na direção do posto médico. - Desculpa mesmo, moça.

- Certo... - Ela o acompanhava tranquila, sorria de canto, ele estava sendo bacana naquele instante, andando devagar para que ela não fizesse tanto esforço durante o trajeto. Via como ele estava sem jeito e somente meneava em negativo. - Tá tudo ok, acontece. - Apertava com firmeza o ombro dele enquanto caminhava, tomando cuidado pra não forçar demais.

- Tá, obrigado. - De fato não demorava muito em chegar no posto médico, estava há cerce de uns 300 metros dali. Ia sempre devagar e se parecia que não estava ligando para o skate, logo acenava para um amigo e apontava para o skate para que ele pegasse. Mas nem dizia nada, apenas continuava a caminhar com a garota. Quando chegava no posto, já guiava a garota para um dos bancos e ia para a recepção falar com a moça lá. Ela já parecia que o conhecia muito bem.

- De novo, Michael?! - Dizia um tanto exasperada.

- Aaah, não sou eu. Sem querer atropelei a garota ali. - Ele apontava para a garota sentada no banco. - Me quebra um galho e chama um médico, Beth, por favor.

A mulher olhava o garoto ali um tempo e suspirava, assentindo com a cabeça em seguida.

Quando chegavam ao posto médico ela ia se dirigindo a um dos bancos e se sentando, a expressão ainda era de dor, o joelho estava meio inchado, provavelmente teria torcido quando ele a virou para cair por debaixo dela. Suspirava de forma pesarosa e passava a mão nos olhos rapidamente para depois olhar em direção aonde o rapaz conversava com a mulher, ficando quieta até que ela chamasse o médico. Olhava agora somente ao rapaz e dizia calmamente.

- Me diga, qual seu nome? - Ela não havia ouvido a conversa do rapaz com a atendente.

Terminava de conversar com a atendente e quando a mulher ia chamar o médico, ele escutava a voz da garota e seguia de novo até lá. - Michael. Pode me chamar de Mike, todo mundo chama. - O garoto encolhia os ombros. Se sentava no banco ao lado da garota e olhava para o joelho, apontando e dizendo um tanto preocupado. - Como é que tá aí?

- Certo... Mike... prazer, Kelly. - Sorriu de canto como poderia e depois o via apontando para o joelho, erguendo um pouco os ombros. - Dói um pouco ainda. Acho que acabei caindo de mal jeito quando trombou em mim.

O prazer é meu, moç...ahm, Kelly. - Dizia deixando um sorriso ameno vir aos lábios. E tinha que parar com aquela mania de chamar a garota de moça. Suspirava quando a garota dizia o que achava que tinha acontecido com o joelho. - Putz, foi mal, não estava mesmo prestando atenção. - Olhava o joelho da garota de novo e respirava fundo. - Mas você vai ver, vai ficar tudo bem. O garoto ficava todo tempo ao lado da menina e não demorava muito tempo para que o médico aparecesse lá na sala de espera e já ia falando com Michael, um tanto bonachão.

- O que você aprontou dessa vez?! - O médico já ia perguntando, olhando então para a garota e indo até ela. - Ei. Doutor Alexander Hills.

- Ah... prazer Doutor. Kelly Littrell. - Ela dizia com um sorriso sem graça naquele instante, mais por causa da dor porque até tinha achado engraçado a forma que ele havia tratado Michael.

- Aaah, sem querer atropelei a garota. E.. - Mike encolhia os ombros, um tanto sem graça.

O médico meneava o rosto e ia dizendo enquanto analisava o joelho da garota. - Aham, devia estar olhando para algo mais interessante do que o horizonte, né? Vem comigo, por favor. - O garoto seguia com eles, ainda todo preocupado e cumprimentando uma pessoa ou outra no caminho.

O médico ajudava a garota a se erguer e ia para uma sala de consultas com ela. Após um questionário breve com a garota, a cargo de registro, o médico a ajudava a subir em uma maca e voltava a olhar o joelho da garota. Começando o tratamento. Por sorte era apenas uma torsão leve mesmo, em uma semana já estaria bem e só teria que passar um diclofenaco de potássio de uso externo ali, nada de mais. O médico já fazia a primeira aplicação, dando aquele alívio imediato no joelho da garota. Não demorava muito mais tempo para finalmente serem liberados do centro médico do parque. Quando iam deixando o local ela somente se virava a Mike, agora com a dor um pouco mais aliviada.

- Bom, acho melhor eu ir, minha tia vai ficar louca da vida quando souber. De qualquer forma foi... um "prazer" te conhecer.

Ela dizia naquele tom de brincadeira e ia caminhando ainda com certa dificuldade mas um pouco melhor que antes para a saída do parque, precisaria do táxi mais do que nunca.